— Querida? — Cassiopeia ouviu, levantando a cabeça em surpresa e encontrando Narcisa abrindo a porta muito ligeiramente.

Ela estava em seu quarto, conversando com Jorge através do diário que os dois haviam feito, e as páginas se fecharam quando a mulher abriu a porta por completo, embora ainda do lado de fora.

— Posso entrar?

A garota sentou-se na cama, confirmando com a cabeça levemente.

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— Você não me disse se você se divertiu. — Ela sentou-se na poltrona no canto do quarto sorrindo e recebendo um olhar confuso da filha.

— Eu passei o dia em casa.

— Ontem. — Narcisa corrigiu a menina. — Draco disse que você chegou cantarolando e sorrindo sozinha.

As bochechas de Cassiopeia se avermelharam enquanto ela tentava esconder o constrangimento

— Foi divertido. — Ela se ajeitou em seu lugar rapidamente. — Muito divertido.

A mãe apenas a olhou, esperando mais da resposta.

— E onde você foi?

A pergunta não assustou a adolescente. Ela havia preparado uma história completa para contar a qualquer um que fizesse muitas perguntas e podia listar os acontecimentos dela de trás pra frente, se necessário.

— Uma praia. — Ela mentiu. — Nós tomamos um pouco de sorvete. Acho que encontrei um amigo do papai no ministério, mas não consigo lembrar o nome dele. Ele enviou cumprimentos.

Ela se permitiu sorrir quando o rosto de Narcisa fez o mesmo, sabendo que a mãe havia acreditado em suas palavras.

— O que mais vocês dois fizeram?

— Um piquenique. — Ela deu de ombros. — Nada muito elaborado, apenas dois a-..

— Amigos saindo juntos, eu sei. — Ela interrompeu a filha. — Tem certeza que isso é tudo? Você não acha que é hora de convidá-lo para jantar? Tenho certeza de que todos nós vamos adorar conhecê-lo.

A garota de cabelos loiros tentou não parecer muito ansiosa quando chacoalhou a cabeça em negação.

— Eu não tenho certeza se essa é a melhor ideia agora. — Ela disse lentamente. — Ele… Eu… — Ela gaguejou, sem saber muito bem o que dizer. — Nós dois.

Sua mãe apenas sorriu como se conhecesse o maior dos segredos.

— Você não está pronta. — Narcisa a interrompeu. — Eu entendo. Você não quer se apressar, vocês acabaram de iniciar um relacionamento.

Os olhos dela se arregalaram.

— Relacionamento?! — Cas exclamou. — Oh não, não, não! Nós não estamos namorando, mãe. Nós definitivamente não estamos juntos!

Ela apenas olhou para a filha.

— Cassiopeia, eu carreguei você dentro da minha barriga. Eu te conheço por mais tempo do que você me conhece. Você não pode mentir para mim.

A adolescente abaixou os olhos por um instante.

Se ela soubesse.

— Nós não estamos juntos. — Cassiopeia repetiu enfaticamente.

Sua mãe se levantou de seu lugar na poltrona e sentou-se na cama, movendo as mãos para o cabelo claro da filha e brincando com os fios quase brancos com seus dedos longos e elegantes. Era assustador o quanto a menina se parecia com ela quando ainda era uma estudante.

— Você tem um brilho nos olhos quando você fala sobre ele. — Ela sussurrou. — Querida… Vocês podem não namorar, mas você certamente sente algo por ele.

Cassiopeia não lhe deu uma resposta e sua mãe moveu a mão para suas as costas, descansando-a ali.

— Ele… — A garota começou, mas limpou a garganta. — Ele me convidou para sair novamente. No meu aniversário. Ele disse que poderíamos visitar um pouco da cidade com a praia e talvez jantar. Sabe… Juntos.

Narcisa olhou para o adolescente com uma mistura de surpresa e excitação.

— Você quer passar seu aniversário com ele?

Cassiopeia respirou.

— Eu… — Ela hesitou. — Eu quero. Talvez passar o fim de semana também. Alguns dias?

Narcisa não disse nada, mantendo seu silêncio por um longo momento..

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—Vamos encontrar algo para dizer ao seu pai se você não quiser que ele faça perguntas sobre a família e o nome do menino. — Ela decidiu.

Cassiopeia assentiu devagar. Ela havia tido uma conversa com sua mãe antes e absolutamente recusado-se a dar uma única informação sobre Jorge, exceto que ele era de Beauxbatons — uma grande mentira — e morava perto de Paris.

— Tem certeza de que não se importa se eu ficar fora? — A menina questionou

Sua mãe hesitou, mas respirou fundo.

— Quanto mais longe de casa você ficar por esses dias, o melhor. — Ela decidiu, sussurrando suas palavras como se as paredes tivessem ouvidos, e elas tinham. — Seu irmão ainda é uma criança, mas você não.

A adolescente respirou fundo. Ela sabia o que sua mãe queria dizer. Ela podia ver como eles olhavam para ela, como se soubessem que ela não levaria muito mais tempo a menina se juntar a eles.

— Eu vou falar com ele. — Cassiopeia decidiu.