76th Hunger Games

Ela Pede para Morrer. Droga!


Não sei como, mas estava viva. A água nunca foi um problema para mim, afinal, eu já morava no distrito que era praticamente cercado por ela.

Depois de ser acertada pela flecha de Shanni, a correnteza quase me afogara. Mas então no ultimo momento tinha escutado em minha mente os concelhos que Jev sempre me dava “Não se desespere, só fique atenta na hora em que a água trazer você para a superfície de novo”.

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Foi o que fiz, e isso foi o que me salvou. Fiquei um bom tempo na correnteza depois, tentando me segurar em alguma árvore e sair dali. Mas realmente, foi algo complicado. Quanto mais eu tentava nadar para me agarrar em um tronco, galhos submersos impediam minha passagem. Acabei ficando um bom tempo na água.

Até que ela finalmente se acalmou o bastante para me fazer subir em algum lugar em segurança. Subi com dificuldade em uma árvore torta e com espinhos, pois minha mão já tinha um ferimento grave. A flecha de Shanni tinha feito um belo estrago bem no meio da mão. Quase perfurando o outro lado da palma. Não podia acreditar que foi sem o arco que ela fez esse estrago todo.

Quando chego em um galho quase confortável, rasgo uma parte da minha blusa e enrolo minha mão. Dando um nó firme. Aquilo deveria ser o bastante para pelo menos não fazer outro talho sem querer.

Quando vejo que tudo esta se normalizando, começo a raciocinar quantas perdas. Peter estava morto. O pequeno e preocupado Peter tinha sido morto por Zaccy. Aquele imbecil, espero que esteja queimando nas profundezas do inferno.

Mais alguém também tinha sido morto, pois me lembro vagamente que no meio de toda aquela água, tinha escutado o barulho do canhão. Mas quem estava morto? Pelo que me lembrava era só Peter, Meeh, Shanni, Zaccy e eu na arena. Com dois dos garotos mortos, só restava Meeh e Shanni.

Meu estomago se revira quando lembro que Meeh estava naquele coqueiro, perto de Shanni. Seria ela vitima que acionara o canhão de sua morte? Balanço a cabeça tirando esse maldito pensamento da cabeça. Agora eu teria que manter Meeh viva. Se ela estivesse é claro, e faze-la ganhar os jogos.

Mas primeiro, eu precisava encontrar Shanni. Sim, com certeza iria caça-la por toda aquela arena, nem que fosse a ultima coisa que pudesse fazer. Talvez com alguma flecha no pescoço, ou então alguma morte lenta. Ela precisava disso.

Tenho um sorriso perverso no rosto. Um sorriso desconhecido que me fazia parecer uma maluca. Eu não nunca me tornei tão vingativa quanto agora.

Pego meu arco e minha aljava, que tinham milagrosamente sobrevivido a correnteza, e conto quantas flechas. Eu tinha apenas duas flechas. Que Ótimo! Teria que matar uma suposta assassina que me odeia e que é cheia de habilidades apenas com duas flechas.

Suspiro. Sei que não vou conseguir. Teria que arranjar mais flechas, mas seria impossível aquela altura dos jogos.

Fico por horas pensando como posso encontrar Shanni, e como vou poder descobrir se foi realmente Meeh que foi morta. A possibilidades são inúmeras, mas não planejo nenhum plano descente para arrancar um plano tático. Simplesmente pensar me dava dor de cabeça naquele momento.

Descido então sair logo daquela árvore e seguir em direção da floresta perto da praia. O último lugar onde vira Meeh. A caminhada dura um bom tempo. Não tanto quanto estaria com mais gente aos meus calcanhares, mas o bastante para me fazer querer água. Precisava de água e rápido.

Quando chego ao ponto onde tinha caído na correnteza, não encontro ninguém. Nenhum sinal de Shanni. E nenhum de Meeh. Nem mesmo pegadas na lama tinha. Nenhum vestígio de onde aquelas duas poderiam ter ido.

Me vejo perdida. A minha unica chance de sobreviver seria ficando perto da praia, mas isso só iria me fazer desidratar rapidamente. Dou meia volta, resolvendo caminhar até a segunda cornucópia. Não dou três passos até cair na lama. Tinha tropeçado em alguma coisa. Quando olho, vejo que é um pequeno paraquedas branco.

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— Ah meu Deus! — Exclamo.

Abro rapidamente a minha dadiva de algum patrocinador, e quando vejo é água! Sim, uma dose em uma garrafa térmica. Tudo que precisava para poder chegar a cornucópia.

— Obrigada… — Murmuro, tomando um bom gole.

Minha garganta anceia por mais e mais água. Só que modero. Pois o caminho é longo, e o tempo é curto.

Enquanto volto o caminho, seguindo caminho para a floresta. Tenho a leve sensação de que aquele seria o meu ultimo dia dentro da arena. Não sei se vai ser como morta, ou vencedora. Só sabia que iria de alguma forma sair dali. Finalmente.

Andei por horas, tomando pequenos goles de água, e parando para massagear os meus pés. Que já pareciam grudados ao par de botas. Quanto mais próxima eu ficava da segunda cornucópia, mais a sensação do meu ultimo dia na arena se intensificava.

Coloco uma flecha presa a linha, posicionada perfeitamente, caso alguma coisa aparecesse para me atacar. Aquela altura, tudo poderia acontecer. Afinal, os idealizadores não queriam ver os tributos brincando de casinha dentro da arena. Eles queria ação, queriam sangue. Na verdade, queriam mais um showzinho para a maldita população da Capital.

Paro a beira da floresta quando chego na cornucópia. Aparentemente ela esta vazia. Ainda tem armas por ali, provavelmente armas descartadas completamente pelos carreiristas.

Entro no campo de vista da cornucópia, andando com passos cautelosos até as armas. Estou a alguns passos de pegar uma mochila jogada no chão, quando escuto alguém correndo.

Quando me viro, essa pessoa tromba comigo. Levando ambas para o chão. Minha visão fica confusa por um momento, e quando volta ao normal, vejo que é Meeh.

— Ah! Meeh! — Grito, abrancando-a. Estava realmente feliz em vê-la.

Ela se levanta rapidamente, fazendo-me ficar em pé junto com ela.

— Rosy… Ela esta vindo. E eu vou…

As palavras são rápidas, e antes que eu possa entender, ouço um baque leve. Como uma flechada certeira em um tronco de árvore. Os olhos de Meeh se arregalam. Em panico, e quando me dou conta, uma flecha praticamente atravessa sua barriga. Ela cai em meus braços, e quando olho para o lugar de onde a flecha tinha saido, vejo Shanni.

Segurando apenas um arco, sem flechas, ela parece mais perigosa. O cabelo bagunçado pendia entre os olhos, e sua aparência ficara assustadora.

— Meeh! — Grito.

Escuto o som do canhão. Meeh já estava morta. A raiva me domina, mas antes de tudo, escuto uma voz ecoando pela arena.

— Senhoras e senhores, aqui estão os dois últimos tributos da 76º versão de jogos vorazes. Para deixar a coisa mais interessante, vocês tem exatos dois minutos para restar apenas um nessa arena, antes que tudo exploda. Obrigada, E que a sorte esteja sempre ao seu lado.

A voz se vai. E no seu lugar, aparece um enorme relógio no céu. E a contagem começa.

Olho para Shanni. Que tem os olhos vibrados em mim. Parecendo realmente perigosa. Só que tinha algo diferente em sua postura. Ela parecia mais… apreensiva.

Quando menos espero, ela sai em disparada em minha direção. Não tenho tempo de reagir, e quando vejo já estou no chão. Vejo meu arco e minhas flechas escorregarem dos meus dedos. Shanni se joga contra mim, fazendo-me por um momento ficar tonta e desorientada. Ela tem uma enorme pedra em uma das mãos, e aponta diretamente em minha cabeça.

No ultimo segundo, consigo segurar sua mão antes que ela me acerte. Olho para os lados, e percebo que meu arco está a poucos centímetros de minha mão. Tentou alcança-lo, mas a vadia me segura.

— Não peixinho, você não vai se livrar dessa…

Dou uma cotovelada em cheio em seu queixo, e isso é o bastante para ela me soltar pelo menos por alguns segundos. Quando agarro o arco, ela se joga em cima. O quebrando instantaneamente. Gorda… Eu penso.

— O tempo está acabando… — Ela murmura para si mesmo, olhando para o relógio. Faltava exatamente vinte segundos. Ela se aproxima de mim, e sussurra no meu ouvido. — Me acerte.

Fico espantada, será que tinha ouvido direito?

— Ahn?!

Ela tampa minha boca. Os olhos não mais mortais, mais sim compressivos.

— Agora não é hora para perguntas… — Ela olha para o relógio, 10 segundos. — Me mate, agora.

Ela posiciona uma ponta do arco em seu coração, uma ponta afiada. E sem exitar, cravo em seu peito. Exatamente em um segundo, o relógio para. Escuto o som do canhão, enquanto estou jogada no chão. Com o coração a mil por minuto.

A voz retorna a arena, ecoando por toda parte.

— Senhoras e Senhores, tenho o prazer de anunciar a vitoriosa da septuagésima sexta edição dos jogos vorazes, Rosy Ambrose! Eu apresento o tributo do distrito 4!

Idiotice. Do que adiantava eu vencer, se tinha perdido bem mais do que ganhado com tudo isso?

Um aerodeslizador aparece acima de mim. E sou levada para dentro. Para a Capital. E para minha maldita vida de vencedora. Maldita vida pós jogos vorazes.