Já chegando na casa de Sophie, Grace estacionava o carro, e logo, corria apressada para a garagem, que de sua porta não muito fechada, entrava ela se agachando:
— Odeio ter de fazer isso!
— Finalmente você chegou! - Sophie e Mark já se encontravam em espera.
— Sim, e temos muito o que conversar. - Terminava de fechar a porta. – Um velho chato quer a gente.
— Poderia ser mais exata? - Pede Mark. – O que temos para oferecer a ele?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Você me disse sobre... Radiação temporal, no telefone. - Lembra Sophie.
— Sim, Sophie. - Confirma Grace. – É isso que ele quer, a radiação residual do tempo que está impregnada em nossa estrutura marerial.
— Você fica mais estranha a cada dia. - Diz Mark.
— Vírus da TARDIS. Mas enfim, ele precisa dessa radiação, não sei para o quê, mas com certeza para algo de ruim.
— E todos nós temos? - Pergunta Sophie.
— Acho que sim, todos viajamos no tempo, não foi mesmo?
— E é por isso que eu tenho certeza de que foram os alienígenas, Grace. - Diz Mark.
— Não sei, mas sei que não é da Terra. Mas dá na mesma.
— Veja só, inúmeros avistamentos de OVNIs por todo o estado, por todo o país, e também pelo mundo, e tudo intensificado nas últimas décadas, que foi onde o número de desaparecimentos aumentou.
— Isso é verdade. - Confirma Sophie. – Quando eu era criança e morava na Carolina do Norte, uma amiga de infância sempre dizia que estava incorreto em ela ser filha única como eu. Eu perguntei o porquê, mas ela não sabia dizer, ela só dizia que se lembrava das brigas que tinha com o irmão, e até das coisas que aprontavam, porém admitia nunca ter tido algum. Olhando nos olhos dela eu sei que era verdade, e 30 anos depois, foi a minha vez de ficar sozinha.
— Mas hoje descobriremos o que está acontecendo de uma vez por todas, teve mais uma pessoa que ligou para mim. - Diz Grace.
— E era do bem pelo menos?
— Segundo ela sim.
— Ela?
— Sim, era uma senhora, mas não me falou o seu nome. Mas disse que poderia me esclarecer tudo o que está acontecendo. Revelar para nós a verdade.
— E confia nela? - Questiona Mark.
— E em quem mais confiaríamos? Não temos aliados, luz do fim do túnel, e nem cartazes descentes. No entanto, talvez ela mereça um voto de confiança, ela também conhece o Doutor.
— O seu amigo alienígena?! - Indaga Sophie.
— Sim, Sophie, e isso me fez ficar muito feliz! Tenho certeza de que não estou louca agora.
— Mas só uma pessoa consegue se lembrar de alguém desaparecido! - Afirma Mark.
— É, mas acho que as regras do jogo estão mudando, Félix também se lembra, e sabe sobre o Doutor.
— Isso quebra a nossa compreensão.
— A minha já se quebrou há muito tempo.
— Então estamos perto das respostas. - Comenta Mark, sorrindo esperançoso.
— Não consigo sorrir como você, ter as respostas não significa que conseguiremos salva-los.
— Pode não significar, mas apenas saber que a Jenny está bem, é tudo o que importa para mim, tudo o que importa.
— Mas, Grace. - Indaga Sophie. - Se eles querem a radiação, então virão até a gente! O que faremos?
— Eu irei ir até eles. - Responde a ruiva.
— Nós não iremos deixar! Vão machuca-la. - Diz Mark.
— Eles pegaram um amigo, se eu não for... Bem, tem uma arma apontada para a cabeça dele agora.
— Mas aí conseguirão o que querem, e você nem sabe o que é!
— Não temos escolha! E só eu posso fazer isso, acho que não sabem de vocês.
— Como podem não saber? A rádio vive reclamando da gente! - Nota Sophie.
— Sophie...
E imediatamente em meio à conversa, o telefone de Grace toca.
— Ah, vejam só. Alô, Félix. - Atendia o telefone.
— Olá. 40 minutos já se passaram, e nada de você até o momento.
— Você disse duas horas.
— Sim, mas sou velho, tenho tanto direito de ser impaciente quanto um escocês tem direito de reclamar.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Ainda preciso pensar melhor em ir ou não aí.
— “Ou não” está brincando comigo? - Apontava um revolver para a testa de Tim.
— Não é brincadeira.
— E o que é? Se esqueceu do seu amigo?
— Não esqueci, mas queria saber por que essa radiação é tão importante para você.
— Não se faça de desentendida! Irá dizer que não se lembra?
— Não! Quer dizer... Sim! Bem, suponho que algo aconteceu comigo, você, e o Doutor, não foi mesmo?
— Você é estranha.
— Vírus da TARDIS, é o que eu sempre digo. Mas, continuando, preciso de tempo.
— "Tempo"?! Se você não vier até mim nos próximos... 30 minutos, então o seu vigia irá pega-la à força. Estou tentando não chamar atenção, e não machucar ninguém, entretanto você não está colaborando.
— Você pôs um vigia atrás de mim? - Olhando pela janela, notava um homem bem vestido de frente de um carro preto. – Por que precisa disso?! Nem a minha mãe era assim.
— É para ter certeza de que virá, ele a-acompanha desde a sua vizinhança. Está armado e preparado para correr, então é só colaborar, para o seu bem, e para o bem do... Tim.
Grace não queria de forma alguma ir até Félix, mas, o que fazer? O seu amigo estava em perigo, e a sua salvação dependia inteiramente da colaboração dela. Mas, colaborando, algo até então desconhecido e com certeza terrível iria acontecer. Então, o que fazer?
— Tudo bem, eu estou indo. - Conformou-se a doutora.
— Será mesmo? Espero que sim.
— Eu vou. Mas agora... Você terá que me contar outra coisa, algo muito importante.
— O quê?
E encerra a ligação.
— Rha! Desliguei na cara dele.
— Você irá mesmo? - Pergunta Mark, preocupado.
— Sim. Porém, não agora.
— Irá enrolar? Tem um vigia atrás de você! - Lembrou Sophie.
— Calma mamãe Sophie! Eu irei até eles, só que antes irei até a secretária do Doutor.
— E essa já não é você?!
— Pois é, eu também achei que fosse. Mas ela terá as respostas, e ela também está contra o Félix, talvez esta seja a nossa luz no fim do túnel.
— Mas e nós? Não vamos junto?
— Não.
— Não vamos te deixar sozinha!
— Vão, vão ter que deixar! Parece que sabem apenas sobre mim, então é melhor que vocês e os outros fiquem de fora, assim eles se tornam dependentes de mim.
— Mas você sabe que pode ser perigoso! Por que não chama a polícia?
— Só pioraria tudo, foi uma exigência do Félix. Tenho que ir sozinha, e parem de me olhar com essa cara. - Os olhares de Sophie e Mark eram de pura relutância, parecia que Grace não se implorava em se arriscar, era uma pessoa realmente corajosa. – Foi o medo que me afastou do Doutor no começo, eu não entendia a sua coragem, mas foi um dia dando uma chance a ele... Que eu entendi por que as coisas acabam acabando ou não, tudo depende de coragem, para correr ou lutar. E eu irei lutar.
— E nós devemos correr? - Indaga Mark.
— Neste momento, sim. E sem discussões! Quero que vão para casas de parentes distantes. Avisem para os outros também, e não chamem atenção.
— Tudo bem, mas tome cuidado. - Sophie abraça Grace. – Boa sorte.
— Obrigada.
— É, você venceu. - Mark lhe dá outro abraço. – Apenas tente não levar um tiro.
— Tentarei, e na verdade existe uma quantidade incrível de tiros que eu já escapei, sabiam?
— Fique com isso. - Mark lhe entregava o aparelho que usavam de prova, era o aparelho misterioso que eles haviam encontrado antigamente em um círculo.
— Mas isto é a nossa prova contundente!
— Sim, e quero que você o-leve.
— Nem sabemos o que ele é direito, e se o Félix se apossar dele?
— Quero que você descubra o que é, e além disso, e se ele tiver alguma utilidade? Poderá te ajudar.
— Certo. - Olhou para Mark e Sophie, que continuavam encarando amedrontados. – Já pedi para pararem! Iremos conseguir, eu prometo. Então... Tchau!
Se agachou a médica saindo pela porta da garagem.
— Grace?! - Chamou Sophie, depressa.
— Oi! Mãe! - Respondeu emburrada.
— É assim também a sua vida com o Doutor? Perigo e brutalidade? Não tem medo de morrer?!
— Não contei? Morri no primeiro dia.
***
Pegando o seu carro e ignorando de nariz em pé ao seu vigia, partia Grace apressada rumo à mulher misteriosa, mas, com o vigia em perseguição constante em outro carro, bem atrás dela. Da casa de Sophie até o local onde a mulher estaria não era muito longe, mas, enquanto Grace acelerava, o vigia acelerava, e para cada rua que ela entrava, ele também entrava.
— Senhor Félix? - O vigia contatava o chefe.
— Sim. - Respondeu o próprio.
— Ela não está indo para o ponto, está seguindo para outro caminho.
— O que ela pensa que está fazendo?!
— Não sei, senhor.
— Não foi uma pergunta direta, idiota! Mas continue o seu trabalho.
— Sim, senhor.
E já saindo pelas beiradas da cidade após 30 minutos de volante, partiam em uma perseguição feroz, Grace e o seu vigia, pela rodovia que cortava a região de Sharp Park, uma área de recriação ambiental. Mas, não precisavam ir tão longe, o encontro de Grace seria apenas no primeiro posto de gasolina ali próximo. E com o seu carro, o vigia tentava empurrar Grace para fora da pista, tentando sempre permanecer em sua frente e deixando pouco espaço para ela prosseguir. Com isso, ela permanecia muito longe de seguir em frente, e o vigia para o seu carro bem na frente do meio do caminho, impossibilitando a passagem de qualquer outro veículo. Mas, logicamente e no impulso da situação, Grace saía para fora e corria a pé até o posto, já estava muito perto, mas assim, também fazia o seu perseguidor.
— Pare!
— Não!
— Será melhor para você!
— Mas e para o mundo? Me conte os planos do seu chefe primeiro!
— Não me obrigue a usar a violência!
— Socorro! - O posto estava completamente vazio, não havia ninguém nas lanchonetes, estacionamento, ou trabalhando nas bombas. – Cadê todo mundo?! Por que isso só acontece comigo? Será que todos que viajam com o Doutor tem que se ferrar no final?
— Você está sozinha, e com uma arma apontada em sua direção, não há escolhas. Venha comigo.
— Não! Não irei, e você não irá atirar.
— E quem te garante isso? Isto parece mais um posto fantasma. Mas o meu trabalho não é mata-la, porém, mesmo assim, ainda posso atirar em você.
— Atire, estou atrás das bombas de gasolina, aí nós dois somos explodidos.
— Então você não é tão boba? Vamos logo, pare com isso.
— Vocês precisam da minha radiação, mas se eu não for... Vocês não terão. Então... São dependentes de mim. Atire.
O vigia continuava relutante. Grace insiste:
— Eu não irei, então é melhor atirar, querido.
— Não precisa, posso te pegar à força.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Que romântico, mas juro, quero mais agitação! - Responde outra voz, feminina e madura.
E em seguida, inúmeros disparos atingiam o chão envolta do vigia, alguém estava disparando com uma metralhadora talvez.
— Quem é você?! - Questiona o homem, pulando. – Pare com isso!
— Correr primeiro, perguntar depois, estou te poupando. Vá embora! - Exigiu a mulher misteriosa.
— Isso não ficará assim! - Correu em fuga.
— Lá vai ele, é sempre assim que eles fazem. Você está bem? - Perguntou para Grace.
— Estamos perto das bombas! E você tem uma metralhadora?! - Notou a ruiva.
— Eu e armas, longa história. Mas estamos na América, o que há de errado?
— Que estereótipo! E você, pelo sotaque é britânica, bebe chá todo dia?
— Bebo, algum problema?
— Não.
— Então se dê por satisfeita, e você chegou atrasada.
— Era você a senhora misteriosa?
— "Senhora misteriosa"?! Não gostei do título, foi bem clichê. Mas sim, era eu.
— Obrigada por me ajudar. Sou a Grace. Qual o seu nome?
— O meu nome é bem curto, mas na verdade não, não gosto dele! Mas tenho um apelido bem simples. Por que não me chama de Dodo? Todo mundo chama.
— Por quê?
— Porque esse é o meu apelido!
— Ok... O meu é Xena, mas não conte ao Doutor.
— Não contarei, mas para você tenho muito. E agora, vamos andando. O tempo corre, coisas se aproximam, e está quase na hora do almoço! - Partiam em direção a uma van.
— Mas e o meu carro?
— Deixe ele pra trás!
— Não é justo! É a segunda vez que tenho de fazer isso! Outro dia foi na lua. E onde estão todos daqui?
— Ganharam na loteria, você acredita?
— Não, e tudo só fica cada vez mais estranho. Preciso saber de uma vez por todas. - Paravam frente ao veículo. – A senhora disse que tem a explicação do que está acontecendo com as pessoas, e sei que algo aconteceu comigo. Quero saber agora, por que as pessoas estão sumindo do mundo?
— Não irei negar, é triste, horrível e bem improvável, mas... A culpa é toda sua.
— Não. - Disse decepcionada.
— Sim. - Afirmou simples.
Simplesmente, era esta a revelação que Grace tanto buscava, segundo Dodo, era ela a responsável por todo o erro que cercava a vida de muitos no mundo, e assim, simplesmente permaneceu boquiaberta. Ela não sabia o que pensar.
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