Contos 50 Shades of Grey

Conto 3 - Doce Encontro.


Conto de Anastácia e Christian.

POV – Ana

Lá vão elas voando livremente. Penso comigo olhando as gaivotas que voam em direção ao horizonte a minha frente. O sol vai se pondo e eu observo a natureza para tentar me abster dos meus problemas. Algumas lágrimas rolam por minha face e sinto meu coração pesado bater compassadamente, passo as mãos no rosto para secas os rastros molhados.

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— Dia difícil? – Ouço uma voz masculina ao meu lado, grave, forte e bonita. Olho com as sobrancelhas franzidas, pronta para dar uma resposta atravessada, afinal aqui nesse ponto da baia de Seattle é bem tranquilo, não esperava ser interrompida e muito menos questionada. Mas ao encarar o estranho fico sem graça em ser grosseira, pois é um homem extremamente bonito. De olhos verdes acinzentados e cabelos acobreados ondulados, é bem mais alto do que eu e me olha com ternura.

— Um pouco. – Me limito a dizer e volto a minha atenção para a luz que aparece em rajadas laranjas, com tons de rosa e amarelo intenso.

— Sei como é, as vezes eu venho aqui para pensar também. Desculpe se te importunei! – Fala mais uma vez do mesmo jeito carinhoso, ele passa tanto afeto ao falar que é quase como se já nos conhecêssemos. Respiro fundo e o olho novamente.

— Não, tudo bem. Está tendo um dia desses? – Pergunto tentando entender o que o traz aqui e também o levando a pergunta que me fez para fugir da minha resposta. Ele sorri lindamente e eu quase perco o ar, engraçado estou fascinada por um desconhecido, logo eu que tenho dificuldade em gostar das pessoas. Ele está vestido com jeans, camisa azul e um sobretudo preto por cima que está aberto, por isso vejo o restante de suas roupas. Eu estou com jeans, camiseta polo branca e sobretudo bege por cima, amarrado em minha cintura.

— Não exatamente, algo me trouxe aqui hoje, nem tanto por mim. Mas estava afim de conversar com alguém, o que acha de um café?! – Fala um pouco evasivo, não consigo entender nada e então ele me faz um convite, acho estranho e olho para ele e depois para frente sem saber o que responder.

— É só um café, não precisamos casar e ter filhos! – Fala com bom humor, dando uma pequena risada no final o encaro com os olhos arregalados, ele para de sorrir e me olha com o sorriso no olhar. – Algum problema? – Pergunta.

— Não, é que... deixa para lá! – Tento falar, mas balanço um pouco a cabeça desanuviando os pensamentos, afinal essa é uma frase que eu uso sempre com minha irmã, achei impressionante ele a usar tão espontaneamente, logo o meu próprio conselho. – Tudo bem, tem um café aqui ainda em frente a baia uns duzentos metros a nossa esquerda. – Sugiro e ele continua me olhando daquela mesma forma afetuosa e quase curiosa eu diria, o que me intriga, mas ao mesmo tempo sua presença me dá paz e conforto de alguma forma muito estranha.

— Então vamos! Eu sou o Chris, prazer! – Fala estendendo sua mão para mim, me viro para ficar de frente para ele e estendo minha mão me apresentando com simpatia, pelo menos acho que estou sendo.

— Sou Anastácia, mas só Ana está bom para mim! – Apertamos a mão um do outro e sinto algo especial, diferente que não sei explicar ao apertar a mão dele, é uma energia boa e serena, é como estar em volta em um abraço, algo que parece loucura e nunca senti antes. Ele sorri mais uma vez com grande afeição me olhando nos olhos e assim sorrio para ele também, com timidez. Ele me olha com profundidade e me sinto conectada a ele de alguma forma, é como se já tivéssemos nos visto antes, é como se sentisse algo profundo por ele que ainda não descobri. Uma criança passa correndo com a mãe atrás gritando para que ela pare e com isso saiu do meu pequeno transe e soltamos a mão um do outro. Me viro para começar a caminhar passando a mão em meus cabelos tentando ser mais racional como é de costume, o lindo homem logo está ao meu lado e caminhamos rumo ao café. Andamos em silêncio, talvez ele sinta o mesmo que eu e assim tenha ficado sem graça e sem saber o que falar. Depois de andarmos alguns metros ele pergunta.

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— Você já foi a esse café? – Olho para o lado, ele me encara com tranquilidade.

— Na verdade já tomei algumas bebidas de lá, mas sempre para viagem nunca me sentei no local. – Explico esfregando as mãos que agora estão um pouco frias, o sol já se pôs quase totalmente e a temperatura caiu bastante.

— Está com frio? Eu tenho um par de luvas no bolso do meu casaco. – Pergunta ao mesmo tempo em que já pega as grandes luvas pretas de couro do bolso e as estende para mim. O encaro de novo, fico em dúvida, um pouco apreensiva, não costumo confiar nas pessoas e nem já ir aceitando nada delas assim de cara. Ele me olha sorrindo com ternura, nem sei como pode isso, então fico sem graça e estendo as mãos para pegar as luvas. Quando estendo ele repara em minha mão esquerda e pergunta no mesmo tom de antes. – É uma marca de nascença? – Diz alisando levemente o dorso da minha mão, onde uma mancha leve e rosada, fica bem no centro em formato que parece um meio coração, pelo menos é o que minha irmã diz. Para mim é mais para um formato de gota. Seguro as luvas logo para desfazer o contato, não gosto disso, contato físico em demasiado.

— Sim, é de nascença. – Me limito a responder, não vou começar a contar tudo sobre mim assim, mesmo me sentindo tão atraída e confortável na presença dele. Ele dá um risinho e eu o encaro que ainda ri um pouco. – O que foi?! – Pergunto um pouco braba.

— Você não é de muitas palavras né?! – Fala bem-humorado me olhando de lado. Abro a boca para responder, depois fecho, respiro fundo e faço uma pequena careta, então dou de ombros.

— É que não sou uma pessoa muito sociável. – Digo meio sem graça, o encaro e ele balança a cabeça em afirmação, sorrindo sem mostrar os dentes, como se mostrasse que me compreende. Já estamos a poucos passos do café e assim chegamos e nos encaminhamos para uma das mesas. O local é como um quiosque, as mesas ficam todas ao ar livre, mas há um toldo cobrindo uma área, esse café só funciona até o começo do outono o que é algo bem singular, o tornando mais atrativo e especial quem sabe.

— Aqui está bom? – Me pergunta em frente a uma mesa que não é coberta.

— Sim, por mim tudo bem. – Respondo, então ele puxa uma cadeira onde me sento, logo se senta de frente para mim. Uma garçonete logo chega a nossa mesa, ela é caucasiana, baixa, de olhos e cabelos castanhos escuros e um largo sorriso simpático no rosto.

— Boa noite, bem-vindos ao BS Coffe! – Fala e nos dá os pequenos cardápios em material plastificado.

— Eu quero um chay por favor, com pouco açúcar. – Já faço meu pedido, é o que geralmente peço quando estou com frio.

— Qual tamanho? – A moça me pergunta.

— O médio, em embalagem para viagem. – Peço assim porque se a conversa ficar estranha ou chata, pego meu chá e vou embora.

— E o senhor? – Pergunta olhando para o belo homem que me observava com atenção.

— O mesmo que a senhorita, por favor. – Fala com educação, a moça anota e diz que já volta com as nossas bebidas.

— Desculpe ter pedido para viagem, é porque assim é mais fácil para beber por ser uma bebida quente. Prefiro em xicaras só na minha casa. – Explico para que ele não pense que eu sou uma chata maluca. Apesar de que eu nem sei porque me importo com o que ele possa achar de mim.

— Compreendo. Você costuma pedir sempre bebidas de outros países? – Pergunta com curiosidade e me olhando com atenção. Acho interessante ele saber do que se trata o que eu pedi, afinal seria meio ridículo ele pedir o mesmo que eu sem nem conhecer só para fazer charme, ou sei lá.

— Eu gosto muito de chay e nunca bebo café, eu não gosto. Conhece a bebida Chris? – Questiono sem dar muitas explicações só para ver se ele realmente conhece.

— Sim, eu gosto bastante da cultura Indiana! Gosto de culturas diversas no geral, eu sou artista plástico então sou ligado em diversidade. – Fala com satisfação, balanço a cabeça sorrindo, gostei dessa informação. – E você, trabalha com o que? – Agora ele é quem pergunta.

— Sou médica, trabalho no Hospital de Seattle principalmente. Mas já viajei uma época com a cruz vermelha e ficamos um período na Índia, o que me fez ficar familiarizada e apaixonada pela cultura. Sou cirurgiã cardiologista. – Ele me olha com admiração, posso perceber que ele está fascinado.

— Que incrível! E você gosta do que faz? – Pergunta interessado.

— Sim amo! A medicina me preenche por completo. E você gosta do que faz? – Ele sorri enorme para mim, nossa conversa é tão boa e descontraída, é como se estivéssemos ligados e mesmo falando de assuntos corriqueiros é muito gratificante estar aqui com ele.

— Sim demais! Eu amo pintar, fazer peças de arte de materiais diversos, a arte é tudo na minha vida! – Fala com paixão, é quase palpável. Vou fazer outra pergunta, mas a garçonete chega com a bandeja. Coloca a minha bebida a minha frente e um pratinho com dois cookies no centro da mesa, são de cortesia de praxe do local. Mas então quando ela vai colocar o copo do Chris na mesa em frente a ele, um copo cheio de água vira na bandeja e cai na frente da camisa dele toda.

— Ai meu Deus!!! Senhor eu sinto muito, muito!!! É só água, era para mesa ao lado da dos senhores. – Ela diz extremamente sem jeito e eu acabo rindo da cara que ele faz, que é um misto de careta, confusão e alivio. Acho que por ser só água e não nada quente.

— Tudo bem, não se preocupe! Pelo menos foi só água! – Ele fala com humor, mas a moça parece nervosa ainda.

— Está tudo bem, você consegue umas toalhas de papel para gente? – Digo para tentar acalma-la, que me encara ainda aflita, mas sorri.

— Claro, um segundo! – Ela fala colocando o chay dele em sua frente, secando a mesa e correndo para dentro do quiosque. Logo ela volta, o tempo só foi suficiente para que nós dois nos olhássemos sorrindo. A garçonete entrega a Chris várias folhas de papel toalha e se desculpa mais uma vez para depois ir em bora.

— Você se incomoda se eu abrir a camisa para secar melhor? – Pergunta pela primeira vez um pouco sem graça, parece até meio rosado, creio que ficou com vergonha por causa da situação.

— Claro que não, eu sou médica não me incomodo com situações comuns. Ver corpos é mais comum do que você imagina! – Digo com humor e beberico a minha bebida que está ótima como sempre. Ele sorri agora mais tranquilo, talvez ele seja mais tímido do que parece ou só não queria que eu pensasse mal dele tirar a camisa assim de cara, mal me conhecendo. Chris pega algumas folha de papel toalha e seca primeiro o lado de fora da camisa, mas então abre os botões e começa a secar dentro, porém quando ele amaça os papéis molhados na mesa e a camisa fica aberta mostrando seu peito forte e o inicio de sua barriga definida, não é isso que acaba mais chamando minha atenção e sim a grande mancha rosada, em formato de meio coração que ele tem bem em cima do peito onde fica localizado o coração real. Fico boquiaberta, arregalo os olhos e me curvo sobre a mesa para tentar ver melhor, para não achar que estou vendo uma miragem ou coisa louca da minha cabeça. – O que é isso??! – Minha voz sai um pouco exaltada, ele me olha confuso e pergunta.

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— O que? – Parece realmente não saber do que eu falo.

— É alguma piada ou brincadeira de mal gosto? Alguém te contratou para fazer uma pegadinha comigo? Olha eu não gosto dessas coisas! Eu realmente não gosto! – Disparo a falar com total desagrado, até mesmo um pouco exaltada. Chris me encara perdido.

— Eu não estou compreendendo o que você está falando! – Diz um pouco alterado também.

— Dessa mancha! Dessa droga de sinal que você tem bem no meio do peito, ou para você não parece familiar?! – Prossigo irritada e retiro a luva e estendo mostrando para ele, que arqueia as sobrancelhas e parece finalmente entender ao que me refiro.

— Ah isso é... – Ele começa a falar mas o interrompo jogando as luvas dele para cima dele que as pega quase quando vão cair no chão, enquanto me levanto da cadeira.

— Não quero saber, seja lá que espécie de brincadeira de retardados seja essa! Aqui está o dinheiro pelo meu chay e... – Dessa vez ele é quem me interrompe.

— Não precisa pagar nada, eu quem te convidei! Eu não estou entendendo o motivo dessa... – Ele tenta falar com exasperação também se levantando, mas prossigo já caminhando para passar ao lado dele para ir em bora.

— Adeus Chris ou seja lá qual for seu verdadeiro nome! Ah e faça o favor de não falar mais comigo caso volte a me ver em algum local público, o que eu realmente espero que não volte a acontecer! – Sou taxativa o olhando nos olhos, ele me olha com tristeza e ao mesmo tempo parece angustiado. Completo minha frase já dando as costas e caminhando.

— Ana por favor me ouça, não é nada disso! – Fala exasperado e eu de costas falo alto já pela distância.

— Esqueça o meu nome! Adeus! – Ando a passos largos para longe dali, mas sinto um misto de sentimentos me abater. A tristeza volta ao meu coração e agora também por ter sentido algo tão bom e surpreendente que durou tão pouco e sinto saudade, mas que não sei pelo que é. Foi tudo tão estranho hoje, ainda mais depois desse doce, confuso e estranho encontro.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.