Livre

Livre


Andrômeda Black, digo, Tonks.

Ele cuspia as palavras enquanto amaldiçoava a lareira, como se fosse culpa da mesma não acender.
Andrômeda nunca vira o pai tão zangado, normalmente era desnecessário, nunca tinha presença, totalmente indiferente, como uma cadeira, inútil até alguém precisar se sentar...
Ele atiçava o fogo como se prevesse o que a filha iria fazer, maldito sentimento que angustiava a menina!
O jantar seguiu-se assim, sem nenhuma outra novidade, por assim dizer, só as mesmas conversas de sempre, os mesmos deveres de sempre, a mesma chatisse costumeira.
Saiu mais cedo, afinal, "O peixe não lhe caira bem...".
Sentou-se na escrivaninha do sótão, ninguém nunca ia lá mesmo, e terminou de escrever a carta para as irmãs, apesar de tudo, eram sua família, eram, verbo passado.
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A noite chegou, a lua afugentou o sol, as estrelas tomaram o lugar das nuvens, e ao invés da claro azul, só via-se uma penumbra sem fim.
Cartas passadas por debaixo da porta, mochila jogada janela a fora, e tudo o que restará a menina era se encolher por entre a passagem máxima que as dobradiças ofereciam.
O que quer que fosse o futuro que lhe aguardava por trás dos muros criados por sua família, era assustadoramente, e talvez, digasse, bom, ainda seguiasse sendo totalmente, novo.
Para aonde iriam, sequer sabia.
O que fariam, também não tinha ideia.
Só sabia que não aguentava mais aquela sensação.
Sensação de ser levada para debaixo da água, e essa consumir seus pulmões, afogá-la, sem ninguém sequer estender a mão.
Por que o fariam? Ela era uma Black, tinha de aprender desde cedo a conseguir o que queria sozinha.
Talvez a garota nunca se sentira tão Black, mesmo deixando de ser uma apartir desde exato momento. Mas pela primeira vez, ela correra atrás do que queria, da mesma forma que deveria ter sido desde pequena.
Mas sempre fora a desnecessária, Bellatrix, era a primogênita, Narcisa, a caçula, já Drômeda, meramente a do meio.
Ela corria mesmo não sentindo força para fazê-lo, o ar já lhe faltava, mas o primordial, era que se via livre da prisão, livre das obrigações, livre das amarras que o sobrenome Black impunha.
Era livre.
E tinha a chance de ser amada, e de amar.
Sem falcidade, sem meias verdades.
Sem os empecilhos que teria se continuasse lá.
Livre.
Era atualmente sua palavra favorita.

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