Depois do Quadribol.

Capitulo Unicco.


— Eu não acredito que ele jogou um balaço no Lee! – Tenten, a apanhadora do time, disse no vestiário da Grifinória. – Maldito sonserino!

Quando os professores sugeriram um treino de Quadribol entre o time da Sonserina e da Grifinória, para promover a interação e a amizade das casas – como se isso fosse possível – Sakura soube que não daria certo e disse isso para Temari, a capitã do time da Grifinória, mas a capitã respondeu que os professores foram irredutíveis.

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No começo do treino, eles ainda mantiveram a civilidade, mas foi só os professores saírem para os ânimos se exaltarem, mas o que marcou realmente o fim de toda aquela baboseira de amizade foi Sasuke Uchiha jogar um balaço na direção de Lee...

Ele nem mesmo era um batedor! O idiota era um artilheiro!

Por sorte Sakura estava por perto e conseguiu voar tempo suficiente para rebater o balaço, mas aquilo fez uma briga generalizada se formar e se não fosse os capitães, muitos teriam sacado duas varinhas por sorte os capitães conseguiram botar tudo em ordem.

— Nós deveríamos ir atrás dele e dar uma lição para todos os sonserinos aprenderem a não se meterem com o time da Grifinória. – Kiba sugeriu já se animando.

Sakura ergueu uma das sobrancelhas.

O que Kiba tinha de corajoso, também tinha de sem noção porque para puxar briga com Sasuke a pessoa não batia tão bem assim da cabeça.

Sasuke Uchiha, além de ser um dos artilheiros e astros do time da Sonserina, era um bruxo muito habilidoso, um dos melhores do seu ano e também vinha de uma família bruxa muito poderosa e tradicional.

Os planos de Kiba foram interrompidos por um barulho alto de algo sendo fechado com força e ao se virarem encontrarem Temari ao lado do baú onde guardavam as bolas do jogo. Kiba engoliu seco ao ver a capitã se aproximar com pisadas fortes.

— Hey, Uzumaki! – seu tom tentava ser controlado, mas era claro que estava puta da vida. Ela parou ao lado do loiro, que estava sentado no banco que ficava ao lado dos armários e que esteve em silêncio todo aquele tempo. – Avisa pro seu amiguinho que dá próxima vez que ele tentar machucar algum dos meus jogadores, eu vou enfiar um balaço em lugar que nem a Tsunade vai saber como tirar.

Naruto arregalou os olhos azuis, as costas coladas na parede tentando colocar mais distancia entre eles e assentiu freneticamente, Temari estreitou os olhos, ainda parecendo irritada, mas não disse mais nada, tirou seu equipamento de proteção, o guardando, e saiu sem falar mais nada.

Apesar do gênio forte, Temari era uma boa capitã e tinha o pulso firme o bastante para colocá-los na linha o que trazia ótimos resultados o que já era o bastante para Sakura gostar dela.

Aos poucos o vestiário foi esvaziando até só sobrarem Sakura e Naruto.

— Já está indo para sala comunal? – ele perguntou já na porta.

Ela balançou a cabeça negativamente, ajeitando a varinha entre as vestes.

— Vou passar na cozinha primeiro e pedir para um elfo domestico pegar algo para mim. – foi até ele e os dois saíram do vestiário.

Eles seguiram juntos pelos corredores iluminados por velas até chegarem a uma encruzilhada onde eles seguiriam caminhos diferentes.

— Olha, sobre o que aconteceu no jogo... – Naruto coçou a parte de trás da cabeça, nervoso. – Eu vou conversar com o Sasuke, ok? Foi babaca aquilo que ele fez.

Sakura sorriu, achando uma graça como Naruto se sentia mal por algo que nem tinha sido ele que fez.

A amizade entre ele, um grifinório, e Sasuke, um sonserino, nunca foi bem vista entre os membros das duas casas, ela mesma nunca entendeu como de fato eles viraram amigos – os dois eram totalmente opostos um do outro – mas Sakura admirava a coragem de Naruto em persistir naquela amizade.

— Quadribol é assim mesmo... – ela sorriu de lado. – Sempre tem uns babacas. – os dois riram.

— Ah, pode trazer um pedaço de bolo de laranja da cozinha pra mim? – ele pediu, os braços cruzados atrás da cabeça definitivamente mais relaxado que antes.

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— Eu não. – ela disse se distanciando dele. – Vou comer tudo sozinha.

— Que má, Sakura! – ele choramingou. – Seja rápido, ok? O toque de recolher vai ser daqui a pouco!

Sakura assentiu e continuou caminhando.

Agora sozinha, Sakura seguia cantarolando uma música trouxa que era costumava ouvir na casa dos pais. Sakura era nascida trouxa e não fazia questão nenhuma de esconder aquilo, mesmo que sofresse com preconceito de outros bruxos em maioria de sangue puro e da Sonserina ela resolveu rebater aquilo mostrando que tinha orgulho de sua origem e mostrando todo seu potencial

Se uma pessoa achava ruim o fato dela ser nascida trouxa e estar ali, quem tinha problemas era essa pessoa e não Sakura! Ela recebeu a cartão como todo mundo ali e então tinha direito de estar ali como todo mundo

Ela continuou seguindo até as masmorras onde ficavam a cozinha e, infelizmente, a sala comunal da Sonserina porém esse fato ela iria ignorar, já pensando nas delicias que a aguardavam na cozinha.

— Argh! – soltou a exclamação quando um arrepio desceu, fazendo seu corpo tremer.

As masmorras eram a parte mais fria do castelo e mais escuro também, nem mesmo as velas nas paredes pareciam ser suficiente para iluminarem os corredores.

Cansada de ficar forçando a visão, Sakura tirou a varinha das vestes.

— Lumos! – sua varinha acendeu na ponta e ela finalmente pode ver bem o corredor.

Já se arrependendo no segundo seguinte ao ver Sasuke encostado em uma das paredes em uma encruzilhada entre o corredor que ela estava e o corredor que dava para a sala comunal da Sonserina.

Ela bufou, mas decidiu não apagar a luz para que ele não pensasse que ela tinha medo de esbarrar com ele, resolveu em vez disso passar e ignorá-lo.

Como se o ego do Uchiha suportasse ser ignorado.

— Haruno. – ela ouviu ele a chamar mais perto do que deveria.

Droga, ele a estava seguindo?

— Uchiha. – não parou de andar, nem mesmo o olhou. – Não deveria estar na sua sala comunal? Daqui a pouco seu monitor vai aparecer.

— Digo o mesmo de você. – ele realmente a estava seguindo. – Na verdade, acho que vai ser até pior se o meu monitor te pegar aqui.

— Falando desse jeito quem não te conhece acha até que está preocupado. – ela não conseguiu terminar a frase sem rir de como aquilo era ridícula a ideia.

— Está tão brava assim pelo o que aconteceu no treino? – perguntou ignorando o que ela tinha dito.

Sakura riu mais uma vez.

— Você foi babaca e chocou total de zero pessoas, Uchiha.

— Nem encostou nele. – argumentou revirando os olhos, achando um drama desnecessário aquilo.

— Porque eu estava lá! – ela parou de repente e virou para trás, o confrontando.

Sasuke estava a apenas alguns metros dela e também parou, com as mãos dentro do bolso da calça, ele não usava a capa preta característica do uniforme mostrando que vestia a camisa social dobrada até o cotovelo, a gravata verde e cinza e o suéter.

Ele ergueu uma das sobrancelhas.

— Está levando a situação a sério demais, Lee é o goleiro, certo? Ele já está acostumado com essa situação.

Sakura estreitou os olhos, se controlando para não perder a cabeça.

— Você nem mesmo é um batedor! Por que jogou um balaço nele? Devia estar atrás das goles e não tentando prejudicar meu jogador!

Sasuke estreitou os olhos e deu um passo na direção dela, que não se mexeu para mostrar que a presença dele não a intimidava.

“Seu jogador”? – repetiu inclinando a cabeça para o lado, como se não tivesse entendido. – Tem certeza que não está se preocupando com ele por outros motivos?

Ela uniu as sobrancelhas fazendo uma careta, seu rosto em confusão mostrava o absurdo que aquela ideia lhe pareceu.

— Você ficou cheirando alguma erva da aula de poções? Qual é o seu problema, Uchiha?

Ele deu mais um passo, se aproximando mais.

— Responda a pergunta. – ordenou.

Ela ergueu uma sobrancelha, debochada, e colocou uma mão na cintura.

— Como é que é?

Mais um grande passo até ela, agora os dois estavam separados apenas por poucos centímetros e Sakura teve que levantar o rosto por causa da diferença de altura deles para continuar o olhando nos olhos. Por que ele tinha que ser tão alto? Urgh.

— Você é irritante.

Sakura riu outra vez, debochada e incrédula. Aquele garoto tinha realmente perdido a cabeça.

— Eu não vou perder mais o meu tempo com você, tenho mais o que fazer. – disse e se virou com intenção de voltar aos seus planos originais de ir até a cozinha.

Ela voltou a andar e pode ouvir os passos dele junto indicando que ele tinha voltado a segui-la.

A bruxa revirou os olhos. Por que ele não voltava para masmorra da onde tinha saído, Merlin? Por que estava ali enchendo a paciência dela?

— Quer parar de me seguir? Isso já está ficando estranho. – reclamou irritada.

— Não posso ir na cozinha junto?

Sakura o olhou pelo canto do olho vendo que ele tinha uma expressão calma, que até dava raiva, no rosto.

— Como sabe que eu iria na cozinha?

Ele não respondeu o que fez Sakura bufar e decidir ignorá-lo.

— Por que me odeia tanto? – a pergunta de Sasuke pegou Sakura de surpresa após eles passarem algum tempo em silêncio.

Os dois pararam de andar e ela uniu as sobrancelhas em confusão, que pergunta mais aleatória.

— Porque... – ela começou toda certa de si, mas a frase morreu no meio quando ela não soube colocar em palavras.

Ela o odiava porque ele era ele! Sasuke Uchiha! O puro sangue sonserino perfeito!

O sonserino a olhou e o seu olhar era muito intenso, esperando pela resposta dela, intensidade essa que fez Sakura sentir suas bochechas e orelhas queimarem. Ela estava se sentindo acuada.

— Que motivos você me dá para gostar de você? – fugiu da resposta, fazendo uma pergunta tentando sair daquela pressão do olhar dele. - Olhe o que você fez hoje com o Lee!

Sasuke estreitou os olhos de leve e deu um passo até ela e Sakura recuou, sentindo suas costas baterem na parede do corredor, a única coisa que os separava era a varinha dela que Sakura mantinha erguida e iluminava o ambiente.

O que era aquilo? Desde quando a presença de Sasuke tinha o poder de deixá-la acuada? De a fazer esquecer seu argumentos? Droga de diferença de altura! Ela engoliu seco, suas mãos suando de nervoso.

— Me dê uma chance. – ele pediu, seu tom bem mais agradável, quase como uma seda.

O que?! Sakura piscou várias vezes, nervosa.

— Como é? – ela expulsou as palavras da boca, mas sua voz quase falhou mostrando o quão nervosa ela esta.

— Me dê uma chance de provar que não sou a pessoa horrível que você acha que eu sou. – pediu sem desviar seu olhar do dela nem por um momento.

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Sakura o olhava nos olhos, esperando pelo momento em que ele faria alguma gracinha e diria que estava brincando, mas Sasuke apenas continuou a olhando nos olhos, bastante sério.

— E-eu... – ela gaguejou, chocada, sem saber o que responder ao pedido.

Porém, antes que ela pensasse em algo, a conversa dos dois foi interrompida pelo som de passos em um corredor próximo.

— Hey, quem está ai?! – eles reconheceram a voz do zelador.

Eles tinham perdido completamente a noção do tempo, já tinha se passado e muito do toque de recolher.

— Nox! – Sakura murmurou e a luz de sua varinha se apagou.

Os dois mergulharam na escuridão incomoda das masmorras e Sakura já estava pronto para dar o fora dali tateando pelas paredes quando viu, pela fraca iluminação das velas, uma mão estendida em sua direção. Ela seguiu com o olhar da mão para o dono dela, encontrando Sasuke a olhando de volta.

— Eu te ajudo a sair daqui.

Ela não pareceu muito segura em aceitar.

— Quer ser pega ou não? – Sasuke perguntou sem paciência. Não tinham tempo para aquilo, pelo som dos passos o zelador estava cada vez mais perto.

— Argh. – ela exclamou, insatisfeita, mas colocou a mão sobre a dele. – Anda, me tira daqui.

Por causa da escuridão, Sakura não soube dizer se realmente viu Sasuke sorrir ou tinha sido coisa da sua cabeça antes dele a puxar pela mão, a guindo pelos corredores.

— Hey... Hey! – Sakura tentou chamar sua atenção quando terminaram de subir as escadas e saírem das masmorras, mas o sonserino não parecia escutá-la. – Sasuke! – seu sussurro alto, o mais próximo de um grito que ela poderia dar no momento, fez Sasuke finalmente parar. – Acho que posso seguir sozinha daqui.

O Uchiha virou para ela, sua sobrancelhas unidas mostravam que ele não estava de acordo com aquela ideia.

— Ainda falta muito até a torre da Grifinória, você ainda pode ser pega.

Sakura deixou uma risada sair.

— Não é minha primeira vez andando pelo castelo depois da hora de recolher. – seu argumento não pareceu convencê-lo. – Anda, você também precisa voltar, se te pegarem próximo da torre da Grifinóra vai ser perigoso é pra você.

Ele revirou os olhos, não se sentindo nem um pouco ameaçado por aquilo.

A postura arrogante dele fez Sakura rir, mas sua risada foi morrendo e suas bochechas ficando avermelhadas quando ela percebeu que eles ainda estavam de mãos dadas.

Ela soltou sua mão da dele e a colocou para trás do corpo, a segurando com força. Seu olhar se focava em qualquer lugar que não fosse ele.

— Acho melhor eu ir. – ela disse, nervosa.

Sasuke assentiu, mas continuou parado a olhando intensamente.

Sakura engoliu seco ficando mais nervosa ainda, ela acenou com a cabeça e se virou, começando a se afastar.

— Sakura?

Ouvir ele chamá-la pelo primeiro nome fez Sakura arregalar os olhos e parar.

— Sua resposta é...?

A nascida trouxa respirou fundo, se recompondo, tentado voltar ao comportamento normal e sumir com aquele nervosismo absurdo que tinha surgido do nada. Quando se julgou ok o suficiente para respondê-lo, ela o olou por cima do ombro com o meio sorriso de sempre.

— Você tem uma chance, Uchiha. – ela estreitou os olhos levemente, como se o desafiasse. – Me convença.

Agora livre da escuridão das masmorras Sakura viu claramente antes de sair depressa do local. Sasuke Uchiha sorriu e, merda, o sorriso dele era lindo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.