interlúdio II (1/3)

Perdi o contrato com a editora. A esposa, Clarice, parece muito decepcionada; quanto mais tempo passo longe dela, junto à minha personagem, menos a obra aparenta desenvolver-se. Um dia destes tivemos uma pequena discussão quanto a alguns temas insignificantes: ela reclama que passo muito tempo em meu “lugar empíreo”, ignorando o mundo exterior. Bobagem. Procuro na internet outra editora que possa publicar meu livro, Desassociada, quase finalizado. Encontro um conceituado publicador, residente de uma cidade próxima, que pede para que eu deixe o rascunho da obra em seu escritório. Um pensamento me invade, estava prestes a vender a minha amada.