Instintos // As consequências da minha irresponsabilidade

Minha culpa.

Quando ele arrasta meu corpo no chão pelos tornozelos é minha culpa. Culpa da minha veleidade e dos meus caprichos.

Não consigo alcançar a faca, contudo tenho sucesso em lançar nele a mochila toda, atordoando-o por tempo suficiente para levantar e correr.

Por um segundo, acho que vai cair no lago e meu corpo é tomado por um desespero possessivo. Uma coceira na epiderme, um calor na garganta que seca as lágrimas de meus olhos e me faz perceber tudo ao meu redor.

Mas isso não importa: tenho que fugir.

Nas árvores, a escuridão me acolhe. Eu corro.