Oclusiva

Cena pós-créditos e Agradecimentos


no Havaí..

O Sol brilhava no céu. Nem muito quente nem muito frio. A brisa calma relaxava quem a sentisse naquele fim de tarde. Na beira da Praia do Desertos, sob as areias, em cima de uma esteira repousava um casal de namorados. Eles descansavam tranquilos enquanto se bronzeavam na área vazia. Um deles, de óculos escuros e tomando água de coco, pegou o celular. O outro foi massagear seus pés carinhosamente.

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Acabava de chegar uma reportagem pelo aplicativo de notícias:

Empresas

Acordo entre acionistas divide MutaGenic após onda de escândalos.

O empresário Pierre Calbuch e o cientista Yuri Ling, último CEO da empresa, assinaram os contratos de venda e sucessão esta tarde.

O maior laboratório científico da América do Sul, a MutaGenic, conhecida por seus notórios trabalhos de aperfeiçoamento da tabela periódica, cooperação espacial com a Nasa e pelos últimos escândalos de cobaias humanas não autorizadas, acaba de sofrer uma das maiores mudanças desde sua fundação. Segundo nota da instituição, a operação “surge em momento de grande abalo e enfraquecimento de confiabilidade. Espera - se que com duas gestões, se torne possível recuperar o antigo padrão da organização.”

O capital será dividido em 75% para a coordenação nova e apenas 25% ficará sob poder do cientista.

Muta e Genic

Segundo alguns funcionários, o que se pretende é criar dois laboratórios menores, derivados do original. Numa brincadeira com os radicais do nome, Pierre é o novo responsável pela Genic, e Yuri, pela Muta. O acordo não parece ter sido muito amigável visto que os acionistas minoritários estavam bem contrariados e houveram até agressões morais por redes sociais. Ao que parece, a repartição não foi devidamente consultada e votada entre os demais envolvidos. Romário de Souza, negociante e atual acionista, envolvido num dos primeiros rumores éticos a vazarem na imprensa sobre os laboratórios, estava presente no terceiro cartório de Corsário, local onde foram firmadas as transações. Ele não fez declarações aos jornais nem mencionou o habeas corpus recente da filha meliante.

O homem apaga a tela do celular e ri. Ri de gargalhar; um sorrisão enorme que ia de uma ponta a outra do rosto mostrando os dentes recém-clareados. O parceiro olhou de lado. Já conhecia o amado bem o bastante para conhecer o tipo de humor dele.

— Ai, ai. Como é bom ver o circo pegando fogo. Ainda mais quando fui eu mesmo que pus o combustível na bagaça. Acho que é a primeira vez que sinto pena de estar foragido. Eu queria estar vendo eles brigando de perto. — falou com falsa tristeza. Aí observou a paisagem ao seu redor, o namorado se recostando para ouví-lo. — Não, mentira. Estou melhor agora mesmo. — voltou a rir — Meu legado tendo seus frutos e eu aqui vivendo como um rei. Que se matem!

E assim, Anthony vira-se para o lado e beija Jubileu calmamente. Entre suspiros, faz seu último comentário sobre seus ex-subordinados funcionários:

— Estavam achando que me ferrei? Otários…

Seu amante se levantou brevemente. Observando algumas placas metálicas de última geração que cobriam seu corpo, falou fazendo movimentos graciosos:

— Se isso é estar na pior… porra, eu não quero tá bem.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.