Dança

Capítulo Único - Sintonia


– Dança –

. . .

Você me chamou pra dançar aquele dia

Mas eu nunca sei rodar

Cada vez que eu girava parecia

Que a minha perna sucumbia de agonia

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O contato sutil entre os corpos, os passos nem um pouco graciosos, o rubro das bochechas... aquela era a primeira vez que dançavam juntos. Em perfeita sintonia, mesmo que de uma maneira diferente e especial.

Mais um longo ano havia se passado e o baile de inverno – inédito até então – finalmente chegara. E após dias de suspiros e trocas de olhares, finalmente subiriam o primeiro dos vários degraus da longa escada do romance. Uma escada íngreme e perigosa, porem a mais bela de todas as escadas.

Olho no olho, os orbes azuis como o mar eram hipnotizados pelos orbes violeta, carregados de gentileza e sutil melancolia. Era um mundo completamente novo e particular, nenhum de seus colegas de classe estavam ali. Só eles, tudo era deles. Até mesmo a neve que, curiosa, insistia em espiá-los ao longo da noite fria.

E cada passo que eu dava nessa dança

Ia perdendo a esperança

Você sacou a minha esquizofrenia

E maneirou na condução

As mãos calejadas desceram um pouco mais, aproximando os pequenos corpos, lentos. Os pés delicados, aprisionados no delicado salto alto transparente, conduziam os dele durante a última valsa. Eles não sabiam conduzir, mas davam o seu melhor para que a difícil tarefa fosse executada com maestria.

Aproximando-se ainda mais, ela sentiu a calorosa respiração do rapaz, e vice e versa. Os corações batiam rápido. A situação tornava-se cada vez mais íntima, ambos cada vez mais apaixonados. Como nunca haviam feito aquilo antes?

Toda vez que eu errava cê dizia

Pra eu me soltar porque você me conduzia

Mesmo sem jeito eu fui topando essa parada

E no final achei tranquilo

Ela sentiu-se pronta, e fora tão rápida que nem percebeu quando seus lábios carnudos encontraram os dele. Fecharam os olhos, saboreando o doce sabor daquele beijo tão necessário, tão longo, tão guardado, tão desajeitado, tão bom...

Só sei dançar com você

Isso é o que o amor faz

O beijo teve de ser cessado a contragosto. Os seres humanos, tristemente, necessitavam de ar:

— K-Kaoru...! — surpreendeu-se.

— M-me desculpe! E-eu...

— Shh... — interrompeu com certa gentileza, a beijando novamente.

Dessa vez, o ainda mais longo – se é que isso era possível – e agora nem tão desajeitado, encostar de lábios era intenso. Parecia até que as longas madeixas ruivas de Kenshin queimavam sobre a fogueira dos belos fios negros de Kaoru:

Só sei dançar com você

Isso é o que o amor faz

— Por que demoramos tanto para fazer isso? Wow! — ainda ofegante, sorriu divertida.

Que sorriso belo... tão puro...

— Eu...

— Você não gostou? — indagou um pouco cabisbaixa. Estaria ele arrependido? Ou foram os hormônios masculinos, que haviam falado mais alto?

... este servo — acariciou a pele alva e macia em movimentos delicados e contínuos. Delicadamente, ergueu o queixo dela — ... eu te amo, Srta. Kaoru — sorriu, talvez o único sorriso verdadeiro de toda a sua vida.

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Eu também te amo, meu Kenshin...! — estava feliz como nunca antes estivera.

Kaoru retribuiu o sorriso do amado. E dessa vez, em meio a uma troca constante de risos bobos – típicos de um casal completamente apaixonado – continuaram sua imperfeita, magnífica dança, até o final da suave melodia...

Só sei dançar com você

Isso é o que o amor faz

Isso é o que o amor faz

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.