The Sinners

Ternos e sentimentos


O baile empresarial finalmente estava se concretizando. O salão de festas alugado tinha dois andares, piscinas com fontes ornamentais, inúmeras mesas postas para frente de um longo palco enfeitado. No segundo andar, havia um bar, iluminação menos formal e puffs.

Estava impressionado com a equipe decoradora que Jason contratou, sempre achava esses bailes uma bobeira, mas o desse ano iria significar algo. Na verdade, eu estava pensando que tinha que significar. Depois de tanta dor e tanta perda, precisávamos de novidades.

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E por isso que o plano Thaluke se iniciaria esta noite.

Annabeth e eu somos bobos para nos importar com isso, mas é legal fingir com ela que temos 17 e somos despreocupados o bastante para nos intrometer na vida amorosa de minha prima e meu melhor amigo. Thalia nunca ia aos bailes, e essa seria a parte ruim, mas nós daríamos um jeito, com certeza Annabeth a convenceria.

Uma noite antes, meu terno já estava pronto pelo alfaiate da família e guardado em sua capa. O vestido de Sally era um tom de azul incrivelmente reluzente, e ela estava animada para ir ao salão amanhã e ficar mais bela do que já é.

Com certeza, o jantar de ação de graças levantou seu ânimo, e nem falo do jantar em si, mas dos preparativos, as receitas deliciosas que ele preparou, tudo isso a manteve com a mente ocupada e nós dois estávamos felizes e em família.

Escutei o toque do celular quando saía do banho com uma toalha na cintura.

— Percy Jackson. — Atendi finalmente o aparelho que não parava de tocar.

Meu deus, eu queria poder arrancar o gene da teimosia de Thalia em uma porrada. — Era a voz de Annabeth, e eu ri com seu comentário.

— Te conheci menos pró violência.

Sua prima me tira do sério, Perseu.

— Ei, calma. — Ri porque ela me chamar de Perseu significa que algo está realmente errado. — Mexe no ponto fraco dela, Annie.

Que seria...?

— Tofu.

Tofu?!

— O cachorro dela! Diz que ele pode ir ao baile com uma gravata

Você não pode estar falando sério.

— Claro que estou. Ela precisa ir e se for com a motivação de ver o lindo filho canino dela em uma gravata formal, ela iria.

Ai meu deus.

— Tenta!

Ta bom! Vou tentar. — Ela dá uma risada anasalada. — Você inventa cada coisa.

— Boa noite loira, te vejo amanhã. — Ela devolveu meu boa noite e desligamos.

Desci para jantar com minha mãe e contei para ela todo o plano, que ela se acabava de dar gostosas risadas com cada palavra.

— Você e Annabeth são mesmo uma ótima dupla. — Ela me encarou, sugestiva.

— Calma Sally, sem se precipitar. — Respondi rindo. — Não estamos em um filme romântico dirigido por Nancy Meyers, conquistar uma garota demora mais que isso.

— Ela já ta tão na sua.

— Mãe!

— Ta bom, tudo bem. — Ela riu, levantando-se e apanhando a lousa.

Voltei para o quarto depois de dar boa noite, e vi uma mensagem abaixo do nome brilhante de Annabeth pela tela do celular.

Não acredito que você acertou com a estratégia do cachorro. Ela vai”

Sorri e a respondi antes de me deitar, pensando sobre as palavras de Sally e em meus sentimentos pela loira. No dia seguinte, deixei esses pensamentos de lado e encontrei com Luke na loja de ternos que ele disse que estaria.

Ele usava roupas sociais e os cabelos cor de areia estavam bagunçados, com a velha cicatriz fina na bochecha, que completava o visual do meu melhor amigo. Me aproximei e o vi experimentando uma calça, enquanto uma costureira dava alguns retoques.

A costureira estava claramente se aproveitando de Luke, demorando mais o ajuste e o olhando com desejo, enquanto o loiro digitava algo entusiasmado no celular.

— Deixando para comprar de última hora! — Disse me aproximando e a mulher sobressaltou, espetando Luke.

— Ai! Meu deus, tome cuidado por favor. — Luke riu. — Quase uma castração.

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E isso me fez rir também.

— Parece animado.

— Animado? — Ele tirou seu sorriso do rosto. — Não, tudo normal.

— Eu já sei sobre você e Thalia.

— Ah Percy. — Ele suspirou como uma garota e eu gargalhei. — Estamos tão bem, nunca pensei que me conectaria assim com ela.

— Fico feliz por vocês. — Sorri, me sentando em um dos sofás. — Ela irá para o baile.

Luke pareceu ter um derrame.

— Ela... Você... Como?

Ri novamente.

— Peguei no ponto fraco.

— O cachorro? — Ele perguntou.

— O cachorro. — Trocamos um sorriso cúmplice, conhecíamos a Grace como ninguém. — E eu e Annie temos um plano pra te juntar com aquela cabeça dura.

— Olha Percy, não queria apressar as coisas...

— Vocês se conhecem há décadas, sempre rolou uma tensão em vocês, porque ir devagar quando as coisas finalmente estão dando certo? — Perguntei, sem entender o ponto de vista do loiro.

Ele dispensou a costureira e se sentou ao meu lado.

— As coisas estão indo bem do jeito que estamos levando. Sim, eu fico triste que Thalia não queira namorar oficialmente, mas depois de tantas coisas ruins esse ano... — Houve um silêncio pesado entre nós, um silêncio por May Castellan. — Acho que eu preciso da paz que Thalia me dá, mesmo sendo escondido.

Continuei calado, refletindo sobre as palavras de Luke. Não havia pensado que o que eles tinham era mais significativo do que um relacionamento. Esse ano trouxe bagagens pesadíssimas para todos no nosso grupo, então mesmo querendo que assumissem logo, reconheço que o momento era de aproveitar o sentimento, e não nomear ele.

— Tudo bem cara, plano abortado.

— Valeu Percy. — Sorrimos.