No dia seguinte, cheguei no hotel onde se encontravam Baran Bo Odar (diretor e autor da Série Dark), Louis Hoffmann (ator da série) e Andreas Pietschmann (ator da série). Passei direto na sala de credenciais, faria as fotos para todos os entrevistadores que estariam ali (contabilizei 5) e depois entregaria o material pronto para eles. É meu primeiro trabalho grande e me sinto muito nervosa, nervosa por não atingir os objetivos, mas vou dar meu melhor! Coloquei meu crachá para andar livremente pelos saguões do hotel, vim na parte da manhã fazer o reconhecimento e arrumar o melhor ângulo das luzes para tudo sair perfeito.

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Faz frio aqui na Califórnia hoje, mas nada comparado às temperaturas amenas de New York, estava vestindo uma camiseta preta um pouco larga, jeans preto e uma bota cano curto bordô que havia encontrado um outro dia em um brechó. Amor à primeira vista. Fui caminhando calmamente pelo corredor, passei pelo restaurante e cheguei no bar, era super aconchegante com as luzes do ambiente baixa dando um toque intimidador. Sentei me apoiando no balcão e pedi ao atendente um copo de energético já que tecnicamente estou em horário de trabalho e não posso beber, nem quero! Uma porque ainda é de manhã e outra porque preciso que estas fotos fiquem perfeitas! Peguei meu copo de energético e ainda ganhei uma piscadela do atendente que até então não tinha percebi que era muito charmoso, dei um sorriso e sai andando em direção a uma enorme janela que tinha uma vista incrível do famoso letreiro de HollyWood. Permaneci ali por um longo tempo parada apenas contemplando aquela vista, quando decidi virar para ir até o balcão novamente e sem perceber esbarrando fortemente em alguém, mais uma vez. O dom de atropelar as pessoas sem elas terem culpa e o pior de tudo virei meu copo de energético na minha blusa e respingou na do moço também.

— Me desculpe! Me desculpe! - falei apavorada pela sujeira

— Não tem problema, fica calma - um jovem de cabelos loiros claro bagunçado para o lado, olhos verdes profundos, pele bem clarinha e um sotaque muito puxado para Britânico. Ele me encarava e eu o encarava de volta não acreditando naquilo tudo que meus olhos viam, era diferente, só sabia pensar nisso. - Louis Hoffmann - ele sorriu quebrando aquele contato intenso e eu sorri de volta.

— Dani - com certeza devo estar toda vermelha - Me desculpe por toda essa bagunça - falei novamente para ele

— Sua blusa ficou super manchada - ele fez um sinal para minha blusa e eu entrei em pânico novamente, pois eu sairia daqui direto encontrar o Bill e como eu iria assim agora?

— Droga! - passei a mão pelo rosto - Isso não pode estar acontecendo! - sussurrei olhando para cima - Você é o ator da Série Dark, não é? - por favor diz que não, minha cabeça está girando

— Sim, sou eu! - ele deu um sorriso mais largo parecia estar achando toda aquela situação engraçada

— Mas que mer… - Parei a frase no meio do caminho e ele gargalhou baixo

— Ninguém precisa ficar sabendo deste incidente, se isso te preocupa - Louis tentou me tranquilizar

— Me sinto uma idiota e ainda tenho um compromisso logo em seguida - falei com tom de desaprovação

— Se você quiser subir até meu quarto - ele disse e eu fiquei com cara de pavor - … Para trocar a blusa, pegar alguma minha - ele logou complementou sorrindo de novo

— Vai soar estranho, mas não quero parecer ser oportuna, mas vou ter que aceitar - como eu iria encontrar Bill neste estado, precisava passar por essa loucura.

— Vamos lá - ele fez um sinal com a cabeça - Então Dani, vi seu crachá vai trabalhar no nosso evento hoje? - ele caminhava calmamente com as mãos nos bolsos.

— Sim, claro. Sou a fotógrafa e espero que tudo dê certo. - falei dando de ombros tentando parecer tão calma quanto ele, não tenho palavras pra descrever meus sentimentos agora

— Vai dar certo sim, eu sempre fico nervoso também na hora achando que está horrível, mas depois fico contente com o resultado - ele estava olhando o chão e sorriu novamente, que sorriso maravilhoso. - É difícil eu me sentir constrangido - ele me olhou agora e me pegou o encarando, virei o rosto rapidamente. ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO, minha mente vai explodir. Simplesmente não consegui dizer nada até chegarmos a porta de seu quarto, ele pegou o cartão de acesso abriu a porta fazendo gesto com o braço para eu entrar, suas bochechas estavam vermelhas.

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— Essa ficou perfeita - disse saindo do banheiro ajeitando a blusa dele em meu corpo, que cheiro maravilhoso ele me encarava de novo

— Agora você vai ter que me passar seu telefone… Para me devolver a camiseta - ele pareceu encabulado e eu gelei novamente.

— Não sei o que dizer… - Falei dando pequenos passos em direção a porta, ele levantou do sofá e começou a me acompanhar, todo charmoso.

— Você pode começar dizendo seu número? - ele riu

— C-claro - gaguejei, o que estava acontecendo comigo? Falei meu número e ele anotou atentamente em seu celular. - Britânico? - perguntei e ele terminava de escrever “garota da camisa” no celular.

— Alemão - ele ergueu o olhar para encontrar o meu, estávamos frente a frente

— Gosto do seu sotaque, gostaria de ouvi-lo mais vezes - falei tudo em uma frase só percebendo depois o que havia dito, ele vai encarar isso como um flerte e foi?

— Tenho seu número, te mandei uma mensagem para ter o meu… Se quiser me ouvir mais tarde… - ele deu de ombros com aquele sorriso no rosto. Esse sorriso.

— Pode deixar, eu o farei - abri a porta do quarto e ousadamente atirei um beijo no ar para ele, que estava agora escorado de lado na parede me vendo sair.

Danielle, mas que ousadia é essa? Olhei para a tela do celular e lá estava a mensagem “Hey pretty” fiquei toda boba e já fui logo salvar o número, no mesmo instante recebi uma mensagem do Bill o que me fez ficar nervosa novamente.

“Logo estarei a caminho XX”

Desci rapidamente para o salão e recolhi minhas coisas, guardei a camiseta suja e sai para pegar um táxi, agora tenho dinheiro para me dar a esse luxo mais vezes, sentei no banco do mesmo e dei o endereço do Cheesecake Factory, fiquei olhando através da janela e relembrando cada detalhezinho do que recém havia acontecido tentando entender o que era aquele mixes de sentimentos que eu estava sentindo. Mãos suadas, borboletas na barriga, o sorriso… Louis.