Um Novo Alvorecer

Capítulo Seis — Descanse em paz.


O efeito do suco ia passando aos poucos, Sokka e Azula recuperavam o controle se suas ações. A princesa deixou o local assustada com o que tinha acabado de acontecer, jogou a água fria sobre o rosto e respirou fundo antes de voltar para sala e encarar o rapaz, limpou o batom borrado dos lábios e entrou na sala.

— Esqueça o que acabou de acontecer aqui. — Embora tivesse dado uma ordem, a voz sai trêmula e incerta.

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Sokka encarava o chão, se sentia deprimido. Não sabia se ainda gostava de Suki, a relação deles estava desgastada, porém em nenhuma hipótese pretendia ficar com Azula. Sentia-se confuso sobre seus atos.

— E o que aconteceu? — Perguntou ainda observando o piso úmido.

— Coisas que não poderiam acontecer. Quero deixar claro que quando eu for rainha, você irá continuar sendo um mísero prisioneiro.

— Porque deseja tanto ser rainha? Não acha que Zuko é um bom rei? Ele deu liberdade para pessoas como você... Pessoas que Ozai desprezava. — O rapaz ergueu a cabeça para olhar nos olhos da garota, desta vez foi ela quem encarou o chão.

— Você quer mesmo saber? — Respirou fundo. — Eu quero ser reconhecida. Quero que o povo me adore igual faziam com minha mãe, a amada rainha Ursa. — Respondeu baixo.

— Você sente muita falta dela? — Sokka entendia esse sentimento. Kya fazia muita falta para ele e Katara.

— Se não fosse o idiota do Zuko ela estaria aqui! — Azula alterou a voz com a irritação.

— Você está culpando a pessoa errada, quem matou ela foi seu pai.

Ao ouvir isso a princesa surtou, sentiu como se todas as lembranças e sentimentos vivessem átona, um peso apertando cada vez mais o peito. Azula desprendeu Sokka, o rapaz caiu de joelhos no chão, estava exausto e fraco, mesmo assim juntou as forças para ir até a menina. A dobradora estava cercada pelo próprio fogo azulado, quando sentia o coração dar uma pontada forte de dor, extravasava soltando os raios, foi assim que um desses acertou um armário com experimentos tóxicos.

A fumaça negra ia se espalhando pelo local, os guardas que protegiam a entrada saíram correndo para longe, toda essa movimentação chamou atenção do Avatar Aang.

°°°

— Muka?! — Katara se assustou ao ver a menina surgir do nada em sua frente.

— Onde está o Sokka? — Perguntou desesperadamente.

— Não sabemos, iremos atrás dele agora. — A dobradora respondeu sem entender.

— E o Aang? Onde está?

— Ele foi na frente, disse que iria pelo ar, pois tinha melhor visão de cima.

— Vocês deixaram o Aang ir sozinho?!

— Qual o problema, ele sabe se cuidar. — Toph respondeu ofendida pela maneira que Muka falava.

— Merda! — A viajante saiu correndo, seguia Nevada que farejava o cheiro do Avatar.

A menina gritava pelo nômade, corria o mais rápido que conseguia, precisava chegar a ele a tempo. Infelizmente, Aang já se aproximava do esconderijo, não apenas a fumaça chamou a atenção dele, também os soldados do reino fugindo do local. Sem dúvidas, lá estava Azula e Sokka.

Aang entrou com cuidado, não sabia se tinha mais soldados lá dentro, andando entre os corredores encontrou Sokka e Azula quase desmaiados no canto de uma parede, o rapaz negro já não tinha mais forças para ficar em pé, os olhos estavam fechados como se dormisse e a respiração lenta e pesada, a princesa abriu os olhos quando sentiu a presença de mais uma pessoa, conseguiu se levantar se escorando na parede.

— Vem vamos sair daqui. — Aang pôs Sokka nas costas e tentava ajudar Azula a caminhar.

Os três saíram um pouco antes de todo o laboratório pegar fogo, ouvisse pequenas explosões dentro das salas. Aang deixou o rapaz deitado perto de uma árvore, a dobradora de fogo ficou sentada do outro lado descansando, enquanto isso ele foi buscar água para os dois. Muka chegou um pouco depois de Aang sair.

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— Sokka! — Correu até o rapaz e pôs a água que tinha na boca dele, Nevada começou a latir do outro lado da árvore chamando atenção da dona. — Azula!? Onde está o Aang? O que você fez com ele? – Perguntou ameaçando a princesa com o punhal.

— Com ele nada, mas vou matar você. Sua pirralha viajante do tempo, você me acertou um raio sua... — Azula se escorou na árvore para se levantar, estava meio fraca por ter inalado fumaça tóxica.

— Não tenho medo de você Azula, você não é tão forte quanto pensa.

— Isso é o que vamos ver, pirralha.

Azula esticou a palma da mão e dominou uma pequena chama, Muka segurou o punhal em frente ao rosto com as duas mãos, ambas cerraram os olhos. A princesa abriu um sorriso torto, Muka a imitou, a maior arremessou a pequena bola de fogo em direção da menina viajante, ela se defendeu com o punhal.

— Esse é o seu melhor, princesa? — Provocou.

Azula cerrou os dentes, acompanhou os movimentos de Muka e preparou o raio com suas últimas forças, não poderia errar. Mirou e lançou. Muka ainda preparava seu raio para contra atacar, mas o Avatar foi mais rápido, antes que a carga atingisse a menina ele se pôs a frente e a protegeu. O raio atingiu o estômago de Aang e a carga passou pelo coração, o monge caiu de joelhos depois de soltar a garrafa de água que segurava.

— Aang! — Muka gritou antes de correr até ele.

Azula se escorou na árvore e escorregou com os olhos fechados. Aang tremia com os choques, Muka sugou a um pouco de água da planta e usou a dobra d'água para se aproximar, porém cada passo que dava na direção do Avatar o seu tempo a chamava de volta e por alguns segundos desaparecia, mesmo assim tentou cura-lo, mas foi em vão, o Avatar já não respirava mais. Muka caminhou com os olhos cheios de água até Azula, em volta do punhal os pequenos raios saltavam.

— Muka, não! — Sokka falou baixo.

— Ela matou o Aang, e eu vou mata-la!

— Você sabe que não pode fazer isso.

— Porque não? — Muka apontava o punhal na direção do rosto da princesa.

— Você não pode mudar o passado, isso prejudicaria o futuro.

— Essa viajem não será em vão, não consegui salvar o Aang, mas posso matar Azula, mesmo que isso me mate também.

— ENCONTREI ELES! — Toph gritou e apontou na direção da árvore, os três correram ao encontro do pequeno grupo.

— Sokka! — Katara foi até o irmão já utilizando a dobra para cura-lo.

Zuko foi até a Azula, perguntou a Muka o que havia acontecido, porém ela não respondeu, pegou Nevada e saiu andando na direção em que eles tinham vindo. O rei estranhou, mas não tinha tempo para pensar nisso, certificou se de que a princesa estava viva e carregou nos ombros. Ao levantar avistou um corpo caído.

— Aang?! — Zuko cerrou os olhos para enxergar melhor.

Toph, estava abaixada do lado do Avatar, escondia as lágrimas com o rosto virado, não fazia um único barulho. A dobradora de terra, sentiu o corpo de Aang no chão quando se aproximaram, porém não sentia as vibrações, suspeitou o que poderia ser, porém teve que confirmar. Aang estava morto.

— Toph, está tudo bem? — Katara perguntou levantando o irmão.

— Não... Descanse em paz Aang. — Sussurrou.

— Katara, Zuko — Sokka os chamou. — Antes de vocês chegarem aconteceu uma discussão e Aang pulou na frente de um raio, ele levou a descarga sozinho, Muka tentou ajudar, mas já era tarde.

Todos ficaram em silêncio. O grupo voltou para o reino, Katara levou Sokka até a casa da avó, Kana abriu um longo sorriso ao ver o neto. Zuko pôs Azula na cama dela e pediu para chamarem as curandeiras o mais rápido possível, pois a princesa precisava de atendimento. Toph, carregava o Aang, deixou o rapaz em uma sala no fundo do palácio, Tio Iroh a abraçou para consola-la.

— Não fique assim, Aang apenas fez o trabalho dele como Avatar, fez o que foi preciso para manter o equilíbrio da terra.