Unmei no Akai Ito

Unmei no Akai Ito


Minato saiu do banho e enrolou-se na toalha, pegou um pente e passou nos cabelos loiros molhados. Não precisaria fazer muita coisa com os fios, eles secariam e logo a aparência natural de seu cabelo tomaria forma. Vestiu uma calça azul marinho, sem muita ideia para a produção, uma camiseta de malha também azul marinho com gola mais alta e por cima um casaco, já que o vento pela janela parecia estar mudando.

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Antes de deixar o apartamento que morava, voltou ao quarto para borrifar uma fragrância de um perfume que seu sensei havia o presenteado quando retornou de viagem. Jiraya não era muito bom em presentear pessoas, mas ele fazia até um esforço. E logo que Minato lhe contou os planos para aquela noite, o sensei comemorou e disse sabiamente “Mulheres adoram homens cheirosos, então passe um bom tempo embaixo do chuveiro, depois use esse perfume. Tenho certeza de que ela não vai resistir.”

Ele então seguiu o conselho, apesar de que tomar um bom banho diariamente já fazia parte de sua rotina.

Enquanto fechava a porta do apartamento e descia as escadas, Minato foi pensando nos demais conselhos do sensei e recitando-as em voz alta como se tivesse medo de esquecer alguma coisa e acabar com o encontro.

— Elogie-a mas não muito. — Minato desceu mais alguns degraus. — Seja você mesmo, mas tente parecer pelo menos um pouco mais interessante. — Ele parou na escada e pensou. — Como posso parecer mais interessante? — Minato balançou a cabeça e continuou. — Lembre-se, ser rejeitado fortalece um homem, cerque-a de amor e torça por sua felicidade.

Chegando ao térreo, ele cumprimentou alguns moradores do prédio, outros nijas que voltavam para casa. Andou pela calçada e viu o sol se pôr por entre algumas nuvens no céu. Como havia pensado, o tempo mudaria. Felizmente, haviam combinado de se encontrarem na praça Akiba, próximo ao centro da vila. Dali, decidiriam onde jantar.

E conhecendo Kushina, como ele conhecia há alguns anos, ela provavelmente escolheria comer rámen. Minato preferia churrasco, mas acabava cedendo sempre aos pedidos da ruiva.

Quando chegou à praça, encontrou Kushina pulando amarelinha com um grupo de crianças. Ele cruzou os braços ao lado de uma árvore e ficou admirando-a ao longe. Os cabelos vermelhos e tão belos pareciam dançar no ar conforme ela saltava em uma perna só e depois inclinava-se no chão para pegar a pedrinha e voltar a saltar. As crianças ao redor comemoravam animadas o fato dela ter conseguido completar toda a amarelinha sem pisar na linha ou desequilibrar.

Minato riu apaixonado diante da gargalhada gostosa da kunoichi, que agora corria atrás das crianças. Ela tinha uma energia inesgotável e vibrava como um raio de sol no verão.

— Minato! Estou aqui. — Kushina o chamou, acenando com a mão, despedindo-se em seguida das crianças que pareceram decepcionadas por perder uma amiga.

— Sinto muito, crianças, por acabar a brincadeira. — Ele fez uma leve reverência e uma das meninas se aproximou.

— Você é o namorado da nee-chan? — A menina perguntou, fazendo as outras crianças rirem eufóricas. Kushina tinha o rosto vermelho de vergonha, enquanto Minato apenas sorria com a curiosidade.

— Ainda não sei, depende dela. — Ele olhou para Kushina e depois piscou, então Kushina achou que era melhor irem logo. Eles caminhavam para longe da praça, enquanto as vozes das crianças brincando ia ficando cada vez mais distante. — Você está muito bonita hoje.

— Oh! Obrigada, eu mandei fazer essa blusa recentemente.

Ela usava uma bermuda preta com uma blusa chinesa verde de seda e estampa florida. Minato reconheceu a pulseira em seu braço direito, havia lhe presenteado no aniversário daquele ano.

— Então, onde vamos comer?

— Que tal você escolher? — Ela respondeu, pegando-o de surpresa. — Eu sempre escolho o lugar que vamos comer. Achei que dessa vez você poderia escolher.

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— Muito bem, então eu escolho ir comer um rámen. — Minato respondeu.

— Não vale! — Kushina exclamou, parando no meio da rua. — Escolheu meu prato favorito só para me agradar. — Ela apontou em sua direção, os cabelos ao vento nervosos.

— Isso mesmo, se incomoda de eu querer te agradar?

— Não, não é isso. — Ela falou mais tranquila, alisando a mão nos cabelos que lhe caíam sobre o ombro. — Eu não quero que faça tudo só para me agradar, você também pode decidir. E não precisamos ter opiniões iguais sempre.

— Então você quer dizer que está tudo bem a gente ir comer um churrasco hoje?

— Sim, embora eu não goste muito do cheiro da brasa e... — Ela parou novamente e deu sorriso contido. — Já estou colocando defeito na sua escolha.

— Eu prefiro que você seja sempre honesta comigo.

— Está bem, mas hoje eu vou suportar o cheiro de brasa queimando.

Os dois continuaram andando até chegarem no restaurante. Depois de realizarem os pedidos, compartilharam algumas histórias de suas últimas missões. Embora Kushina fosse uma excelente kunoichi, e já demonstrado um poder além do comum nas gerações atuais de ninjas, ela ainda era vetada para missões em países mais distantes. Aquilo parecia incomodar mais Minato do que a própria kunoichi.

— O terceiro sabe o que faz. — Ela sempre respondia isso, mas seu olhar era vago e Minato não sabia como poderia ajudar. — Então, como está seu novo apartamento?

— Ótimo, eu já terminei de arrumar tudo, se quiser, pode ir lá e ver como ficou. — Ele respondeu com tranquilidade, mas depois tentou corrigir. — Digo, não precisa ser hoje, pode ir quando quiser. De dia, não sei.

— Posso ir lá hoje. — Ela falou, esticando a mão sobre a mesa até tocar a dele.

Minato a fitou com carinho, entrelaçando os dedos nos dela.

A amizade deles se fortaleceu logo depois que Minato a resgatou de um sequestro. Apesar de receberem toda a atenção do Sandaime na época, ele não entendeu porque Konoha não revidou. Mas estar mais próximo de Kushina pareceu ser uma grata surpresa. Ela era gentil e divertida. Gostava de correr pela floresta e cuidar de animais feridos. Uma vez os dois ficaram presos em uma árvore embaixo de uma tempestade para ajudar uma família de passarinhos que havia perdido o ninho e os filhotes começavam nascer.

Quando retornava de uma missão, costumavam se encontrar no monte dos Hokages, conversavam por horas e comiam os bolinhos de arroz que ela preparava como uma forma de boas-vindas. Conforme o tempo passava, agora, ambos com dezoito anos, ele se via mais e mais apaixonado pela Uzumaki. Precisou reunir um pouquinho de coragem para convidá-la para aquele encontro, a princípio ela aceitou de forma espontânea e só depois entendeu que era um encontro para valer. Porém, mesmo constrangida, ela aceitou.

— Oh! Quanta comida a gente pediu. — Kushina falou, com os hashis entre suas mãos unidas diante do corpo. — Itadakimasu!

Minato concordou e fez o mesmo movimento com as mãos.

A conversa durante o jantar fluiu tranquilamente, era muito fácil estar com Kushina e se divertir com as histórias que ela contava. Sua energia positiva era sempre alvo do sorriso de Minato, e quando ela notava que estava sendo observada com um olhar de admiração, enfiava vários pedaços de carne na boca até ficar cheia e não conseguir mais falar.

Logo que deixaram o restaurante, eles correram pela rua para se abrigarem da chuva. Minato tirou o casaco e colocou sobre os ombros de Kushina, ela agradeceu e lamentou que ele pudesse ficar resfriado caso pegasse uma chuva.

— Não tem problema, eu moro aqui pertinho. — Falou, mas recordou-se do que o sensei havia dito sobre leva-la para casa depois do encontro. — Digo, eu posso levar você em casa primeiro.

— Não, você vai se molhar todo. — Ela balançou a cabeça veementemente.

— Mas eu não me incomodo.

— Mas eu sim. — Kushina ergueu a voz um pouco mais do que o normal e depois suspirou.

— Então podemos ir para meu apartamento, o que acha? — Coçou a nuca, sentindo os próprios pelos eriçarem quando ela concordou e ambos correram pela rua até o edifício onde Minato morava.

Subiram as escadas em silêncio, apenas olhares e leves sorrisos. Minato abriu a porta com chave, sentindo a mão fria, o coração disparado no peito quando Kushina passou por ele e entrou no apartamento após tirar os sapatos. Ele fez o mesmo em seguida.

— Parece muito legal. — Ela falou, dirigindo-se para a janela, enquanto tirava o casaco dos ombros. — Veja, eu te dei aquele vaso de cerâmica.

— Sim, guardei. — Minato pendurou o casaco. — Tenho chá na geladeira, você aceita?

— Pode ser. — ela continuou olhando curiosa o apartamento de dois cômodos. Era um quarto com banheiro e a sala onde dividia com a cozinha. — Como é morar sozinho?

— Até que não é ruim, mas as vezes esqueço de fazer as compras e chego em casa e não tem nada para comer. — Ele entregou o copo com chá enquanto servia a bebida em seu copo.

Estava a apenas um passo da garota que amava e isso causava uma convulsão de sentimentos dentro de si. Kushina parecia tão alheia ao seu sentimento, a vontade enquanto falava sobre seus planos de ter uma casa com jardim e roseiras. Ela movia de forma tão independente e elegante que Minato sentiu o ar faltar quando ela o flagrou olhando novamente naquela noite.

— Você acredita em destino? — Ela perguntou, deixando o corpo sobre a pequena bancada que dividia a sala e a cozinha.

— Eu não sei, talvez algumas coisas simplesmente podem acontecer e outras estão fadadas a se repetir. — Respondeu, sem sequer ter bebido o chá.

— Talvez tenha sido destino eu vir para Konoha, um fato necessário para nossa história.

— A nossa história?

Ela riu.

— Você disse que dependia de mim, se eu era ou não sua namorada.

— Sim, é que... sim, eu disse. — Ele se atrapalhou, as mãos agitadas assim como seu corpo. — Você já se decidiu?

— Sim.

Minato esperou a resposta, mas ela não veio de imediato, não em palavras. Kushina se aproximou e tocou seu rosto com uma das mãos. Era macia e quente, uma carícia ao qual se lutava com mil homens para receber novamente.

Com a aproximação, ele sentiu a ansiedade ir aos poucos diminuindo e uma paz tomar conta de si quando uniu seus lábios aos dela. O beijo era morno e gentil, as bocas sem pressa, numa dança cadenciada em busca de reconhecimento. Ele a envolveu em seus braços, as mãos por sobre sua cintura, sentindo a textura da seda de sua camisa, o calor emanando do seu corpo e alimentando o fogo que se espalhava dentro de si.

Sentir Kushina em seus braços parecia ser a coisa certa, tudo se mostrava tão verdadeiro. Os toques, a suavidade que ela o aceitou naquela noite, a paixão florescendo, os corpos se unindo. E, por fim, a cabeça dela apoiada sobre seu peito.

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Os cabelos vermelhos espalhados pela cama, enquanto ela dormia serenamente com a mão sobre a sua barriga. Minato não conseguiu dormir aquela noite, apenas desejava olhar para a preciosidade que era ter Kushina entregue e aceitando seu amor de bom grado. Como se estivessem unidos por algo maior, por um fio do destino. Queria poder acreditar em tais lendas, pois, dessa forma, teria a certeza de que passaria a eternidade ao lado dela.

Ele sorriu, quando se lembrou do último conselho do sensei.

“Se ela te amar, de verdade, nada vai dar errado.”

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.