Placidez

また今度な


Ele havia retornado.

Finalmente, após a sua jornada, sentia-se estável para voltar. Estava com um bolo de sentimentos que não sabia distinguir muito bem, mas, ainda sim, sentia-se plácido.

Chegou à noite naquela Vila, tão cheia de memórias que nem saberia por onde começar. Tudo em sua vida, chegou à singela conclusão, girava em torno da existência de Konoha. E hoje, finalmente, encontrara a paz que nunca havia sentido em todos esses anos de sua pacata e intensa existência.

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Havia recebido a carta de Naruto, o que o fizera refletir sobre aquele ponto ao qual havia chegado. Ela ter rememorado aquela antiga lembrança da polícia de Konoha e sua atuação no intuito de proteger a aldeia o fizera perceber que, finalmente, tinha conseguido alcançar a verdadeira posição que almejava. Estava cumprindo seu papel de protetor, como Itachi, seu irmão, outrora fizera.

Neste ponto é que sua decisão de voltar se demonstrou imperiosa. Achava-se digno de retornar à sua casa.

Caminhava calmamente até chegar aos portões de Konoha, atentando-se a cada detalhe e mudanças que se destacavam naquela noite estrelada. Não tão estrelada quanto a do País dos Ursos, mas ainda com sua própria beleza. Confirmou mentalmente, após checar o céu noturno. Sentira algo sob seu pé e pôde perceber que havia pisado em uma simples pedrinha. Seguia seu caminho, tarde da noite, aproximando-se daquele lugar, quando percebeu que havia uma alma viva ali, presente. Estava ali, levemente iluminada pelo brilho estrelar e pelas luzes da rua.

Surpreendera-se, sim. Não esperava que fosse existir alguém a essa hora nos portões de Konoha, a não ser os vigilantes, evidentemente. Ainda mais, não esperava ser recepcionado naquele tardio horário. Como ela sabia? Uma pergunta que ressoava no íntimo de seus pensamentos.

Não pôde deixar de notar os cabelos esvoaçantes, por conta do sopro frio daquela noite; o rosto tão reconhecível e, ao mesmo tempo, tão diferente daquele que estava neste mesmo lugar, há 2 anos atrás; a expressão corporal tão dela, de unir os braços à frente de seu corpo. Estava com algo branco. Ah, roupa do hospital. Parece exausta... Deveria estar descansando... Considerou de forma serena. Sentiu-se preocupado, no entanto, os seus olhos foram aqueles que o fizeram esquecer do que antes estava pensando. Esse brilho... É, o brilho verdejante que sempre atraiu sua atenção e que sua memória mais profunda havia gravado tão tenebrosamente no seu âmago, que, mesmo em seu maior rompante de ódio e perdição, fazia questão de trazê-lo à tona. Concluiu que era impossível ignorá-lo, jamais sentindo-se derrotado, mas sim vitorioso por tê-lo focado, neste momento, em si. Talvez houvesse ali, dentro de si, um regozijo por saber que alguém o esperava. Ela o esperava.

Aproximou-se dela, ficando frente a frente. Sabia dos vigilantes por ali, mas, no momento, ignoraria-os. Olhava-a e sentia como se a noite não estivesse em seu ápice. Estava ela mais baixa... bem, creio que eu esteja mais alto... Seus olhos não conseguiam se desviar, não, era impossível e quase um crime desviá-los para qualquer outro lugar que fosse. Sentia-se, como poderia dizer... em casa, em paz, pela primeira vez.

Um leve enrubescer surgia em suas bochechas, seguido de um pequeno sorriso, como se tentasse esconder o cansaço já evidenciado e destacado outrora mentalmente por ele. Ela havia entendido.

—Sasuke-kun, Okaeri. — Há muito tempo não ouvia sua voz. Era a mesma e, ao mesmo tempo, não era. Ela, em um todo, se apresentava nesse paradoxo de ser e não ser o que ele já conhecia. Talvez tenha sido o tempo.

Uma vermelhidão maior surgiu em seu rosto. Aqueles olhos tão pedintes por uma resposta. E ele sabia qual deveria dar.

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—Tadaima, Sakura. — Aquele mesmo brilho em sua intensidade esmeraldina de quando ele agradecera por tudo surgiu, acompanhado de um largo sorriso, talvez os campos não fossem tão verdes quanto seus olhos... Ponderou, novamente, surpreendendo-se com essa inferência. — Obrigado. — Por fim, disse, simplesmente. Sua mente parecia em branco ao mesmo tempo que carregava tantas informações e expressões, no entanto. Ela sorrira ainda mais, demonstrando, novamente, que havia entendido. Ela o entendia, afinal.

A kunoichi se movera no intuito de dar-lhe espaço para que pudessem caminhar. Ele seguiu e ela se pôs ao lado dele, o que o fez se sentir muito bem.

Um pequeno agito ao seu lado fê-lo se interessar um pouco mais em suas movimentações.

— Eu quero que você saiba…

Entendeu algo muito epifânico para si próprio. Era o início.

A serenidade o atingiu como se removesse todo o resto daquele fardo de uma vida, que não mais o pertencia. Não mesmo.

"O caminho a seguir está definido. ‘Passos de Sasuke’. O que está à frente em seu caminho… É a vila de Konoha." - Sakura Hiden

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.