rumos para rumores, vigésimo quarto capítulo

uma casa de estrelas, por Lyn Black

Todos espiam quando Andrômeda atravessa o Grande Salão, seu rosto ainda inchado pelas lágrimas, e desvia da mesa de sua casa. É um burburinho de rostos se virando quando Black passa pelas portas de mogno contendo uma estranha pressa nos olhos. Logo, um silêncio atroz se instala, e parece que todos observam a elite da Slytherin pousar os garfos para olhar a garota. Alguns, parecem esperar a palavra de Bellatrix soar, uma ordem expressa para a irmã retornar para o seu lugar. Andie havia negado uma semana antes em frente de toda a Casa se envolver com sangue-ruins, após surgir um boato sobre. Descreditada, Bella havia deixado claro o quão invisível ela deveria parecer.

Andrômeda, porém, anda com a altivez da família, nenhum envergamento na coluna, até um garoto isolado na mesa da Hufflepuff. Ele parece assumir as sombras do amarelado da Casa, sozinho. Está claramente distraído beliscando a torta de limão, olheiras profundas e arroxeadas abaixo dos olhos. A sombra de Andrômeda, de algum jeito, o ilumina. Theodore Tonks levanta a vista e encara cheio de mágoas o rosto passivo da Black.

Uma humilhação parece chegar, as bocas sussurram. Teddy engole em seco, e rapidamente abaixa os olhos, preparado para a ladainha das máscaras sociais. Ela vai cuspir nele? Acusá-lo de propagar os horríveis rumores? Ele não sabe o quê esperar da menina, não fora do mundo que eles construiram. Aquela Andrômeda Black é uma estranha capaz de o fazer recear o futuro.

No entanto, o jeito sideral da Black o impressiona, mais uma vez.

Ela sorri, com várias reservas, e indica o lugar em frente a ele na mesa.

— Posso dar uma palavrinha contigo? - pronuncia com velocidade, o tom gentil embutido na postura bem mais relaxada ao estar de costas para a irmã.

Ele quase gagueja, mas assente. Tonks agora tem algum domínio da cena. Quando ela senta na mesa, o mundo de Hogwarts poderia cair naquele instante. Andrômeda poderia ser discreta, é claro, ela nem dessa galáxia é!, mas ela precisa tomar atitude quanto aos próprios atos.

Pede desculpas em menos de um minuto, tempo suficiente para confessar, em segredo, que talvez a palavra dos boatos não seja tão detestável assim.