Uma Casa de Estrelas

vulnerável


vulnerável - décimo quinto capítulo

uma casa de estrelas, lyn black

Ele se aninha contra os joelhos dobrados, oculto no canto do chuveiro. A água caí sobre Sirius, e ele nunca quis tanto parar o tempo. Inconsequente, rebelde, alguém que só existe para chamar atenção. Os cabelos negros molhados colam nas suas costas. Sirius não gosta de se sentir vulnerável. Ele odeia se sentir para baixo. Nos últimos tempos, parece que ele é só mais um garoto quebrado.

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"Sirius, tá tudo bem aí?", ele escuta a voz de James do outro lado da porta. O banheiro tem tons claros e toalhas vermelhas, bem grifinorianas. Ele tosse um pouco, limpando a garganta.

"Tá sim, já tô saindo!", fala alto, querendo ter certeza de que James não terá a brilhante ideia de ter alguma conversa sentimental com ele.

É seu primeiro verão longe da Mui Antiga e Nobre Casa dos Black. Não o leve a mal, ele sentiu um alívio supremo ao anunciar que estava indo pra longe daquele ninho de cobras, mas...

Ele não tem outro sobrenome. Ele sempre carregará consigo seus pilares. No fundo, Remus pode usar todos os argumentos lógicos e lhe dar todo o afeto do mundo de que há um lugar para ele, mas agora isso não faz sentido. Talvez um dia ele o encontre, porém, existe uma ligação forte demais entre ele e os outros Black.

Crescer naquela casa foi aprender que família está acima de tudo. Você não pode simplesmente apagar isso, mesmo Sirius tendo achado uma nova família para ele. Ele está desolado. Sente um coração partido sangrento nas suas mãos.

De quem será esse coração? Da amargurada Walburga? Ou do não tão pequeno Régulus? De seu pai? Não, não, seu pai está aliviado de não ter mais como herdeiro um jovem que se associa com tudo de mais trouxa que existe. Ele ainda é seu filho, mas Orion nunca foi exatamente paternal.

Black enfia suas unhas contra sua própria pele, tentando trazer a si mesmo para a realidade. Levanta-se, desliga o chuveiro com um aceno de mão e se vê enrolado pela vermelha toalha logo que a água para de cair. Hoje é um dia de festa, repete para si mesmo. Foram essas as palavras que disse para James, quem as engoliu por não saber o que fazer. Remus via através dele, e apertou sua mão forte antes de sair da casa dos Potter, pensativo como sempre.

Ele se olha no espelho. É seu auge, não? Jovem e livre. Talvez seja a dor de algemas que acabaram de cair, ele tenta se convencer. Seu coração se contorce mais uma vez antes de ele ir para o quarto que agora dividirá com James enquanto a Sra. Potter prepara um para ele.

Não poderia se deixar transformar em mais um rebelde cabisbaixo sem causa. Não quando deixou bem claro para o mundo bruxo, que era um rapaz feito da liberdade.