maresia - décimo primeiro capítulo

uma casa de estrelas, lyn black

A cartomante tem olhos esguios, mãos enrugadas e um sorriso vil. Seu olhar se fixa em Régulus, um jovenzinho de certo porte magro e alto andando ressabiado pela Travessa do Tranco. Rua a fundo já, a noite abaixando nos lugares retorcidos do Mundo Mágico embaixo do nariz ministerial. Seu capuz preto se arrasta pelas pedras e sua sombra faz um sorriso sarcástico aparecer no rosto da velha-jovem mulher da adivinhação.

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O Black a ignora de propósito. Mulher em trapos com suas cartas querendo ditar destinos. O garoto tem entregas a fazer, uma marca recém-feita ainda ardendo no braço. Porém, para algumas cartomantes, basta um olhar surrupiado para sentir as vibrações de magia de certos feiticeiros.

Ela está entediada. Tantos bruxos passam ali com caminhos meramente comuns. O dele, porém, a deixa ressabiada. Enrola seus fios ruivos nos dedos e decide seguir o rapazola de boa família. Essa cartomante é famosa por sentir curiosidade de longe. Ele, eventualmente, se virará para ela.

Não tarda.

"Eu sei que está me seguindo. O que quer?", ele vira-se e aponta a varinha para Avá Trelawney. Ela é excepcional em prever ações e saí da sombra.

A cartomante sonda o garoto. Toca com a ponta dos dedos a varinha de Pinheiro e estremece. Ele tem o arrepio junto e engole seco.

"Já pensou sobre a morte, menino Black?", questiona enquanto abaixa a varinha de Régulus.

Ele se mantem firme.

"O que quer, cartomante?", diz rispidamente.

Ela sorri com cinismo.

"Já pensou sim, posso ver nos seus olhos e a sua, Black, tem cheiro de maresia.".

Antes que ele possa descarregar sua irritação com um feitiço, ela some. As palavras nunca deixam aquela mente turbulenta. Ecoam no seu fim em meio as águas. Do mar.