The Baby Sitter

24. O 18º aniversário do Ilustríssimo Senhor James Potter


Albus e Scorpius caminhavam com certa dificuldade pelo longo corredor do Expresso de Hogwarts. O moreno olhava para dentro de cada cabine, para em seguida continuar o seu caminho em busca de algo.

— O que você está procurando? – o loiro perguntou.

— Nossos amigos, ué. – Al respondeu, como se fosse óbvio.

Eles sabiam que Anthony estava em um dos vagões da sonserina, agarrado no pescoço de uma garota do sétimo ano. Logo, a frase "nossos amigos" foi então escutada por Scorpius como "Rose Weasley".

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A pele do garoto se oriçou.

— Olha, essa cabine está praticamente vazia! – exclamou, falsamente empolgado.

Não estava completamente vazia. Um garotinho com aparência de calouro roncava lá dentro, de boca aberta.

— Qual o problema, Scor? – Albus encarou o amigo. – Você está fugindo da Rose, é isso?

— Talvez... – o loiro foi arredio.

Albus ergueu as sobrancelhas escuras.

— Você não vai mesmo me contar o que aconteceu durante a terceira prova?

— Eu já te disse que não houve nada demais.

— Então por que a Rose mudou de repente de ideia sobre o natal?!

— Eu sei lá, a prima é sua!

Scorpius não queria mentir para o amigo, entretanto dizer a verdade significaria trazer à tona uma tonelada de memórias que o menino não queria relembrar. Ademais, por enquanto Scorpius preferia guardar o breve momento maravilhoso daquela manhã apenas dentro de si.

Albus desistiu questiona-lo, ainda que revirasse os olhos, e continuou a procurar entre as cabines. O loiro o seguiu de contragosto. Sua pulseira esquentou-se alguns segundos depois.

— Ei... – o moreno sorriu quando abriu a porta de vidro. – Podemos ficar aqui?

— Claro que sim, Al. – Rose respondeu e os dois entraram no cômodo.

A ruiva estava sozinha. Aparentemente, lia algo em uma revista bruxa feminina. Rose desviou o olhar quando Scorpius passara por ela.

— Onde está Lily? – perguntou, voltando a fixar os olhos no livreto.

— Está com o Lorcan. – Albus fez uma careta. – Patético. – completou.

Rose e Scorpius sorriram.

— Não e só você que pode se divertir, Al. – o loiro falou. – Deixa a sua irmã fazer o que ela quiser.

— Eu deixo. – Albus se defendeu. – Eu só não sei de onde saiu esse interesse dos dois.

— Bom, eles se conhecem desde criança. – disse a ruiva. – E ele parece gostar dela.

Albus rolou os olhos.

— Eu tenho pena é do Lorcan. – comentou.

— Que maldoso, Potter... – Scorpius o repreendeu falsamente.

— Você fala isso por que não tem uma irmã como a Lily.

— Graças a Merlin!

Em seu canto, Rose sorriu outra vez, agora timidamente e de olhos fechados. Scorpius queria se desviar daquilo, mas cada gesto da ruiva, mesmo os mais singelos, o atraia de maneira inexplicável. Quando a menina abriu os olhos, os dois se encararam por um breve instante.

E então a porta da cabine foi empurrada bruscamente.

— ROSE WEASLEY! – uma garota de cabelos loiros e muito curtos gritou. – EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ ESTÁ CONFRATERNIZANDO COM O INIMIGO!

Os dois garotos arregalaram os olhos, assustados. Provavelmente os próximos três vagões escutaram tamanho berro. Diferente do esperado, Rose soltou uma gargalhada aguda e divertida. A menina loira se jogou na sua direção e as duas trocaram um abraço muito apertado.

— Também senti a sua falta, Violet. – a ruiva disse.

A garota sorriu.

— Quem eu vou odiar junto com você agora? – a garota indagou, próximo a orelha de Rose.

— Eles ainda estão te ouvindo... – lembrou a ruiva, com o riso preso no canto dos lábios.

Violet ajeitou a gravata amarela e preta com cuidado e se sentou ao lado da amiga.

— Albus!

Ela o cumprimentou diretamente. Al respondeu com um gesto simples de cabeça.

— Malfoy... – a animação não fora a mesma de segundos antes.

— Johnson! – Scorpius, no entanto, fingiu empolgação em vê-la. – Quanto tempo! – exclamou. – Embora eu não possa negar que não senti falta da sua irritável presença...

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Violet mostrou os dentes em um sorriso completamente dissimulado.

— Sempre um amor, pequeno Malfoy. – ela rebateu, ácida, e se virou para a amiga. – A Roxx me contou as novidades agora a pouco. – disse. – Por que você aceitou competir com ele mesmo?

— É uma longa história. – a ruiva respondeu.

Ponha longa nisso, pensou Scorpius.

— Posso pelo menos terminar de azara-lo? – a lufana perguntou esperançosa. – Me parece que você não fez isso direito no ginásio.

— Não! – Rose ralhou.

— Por favor. – insistiu. – Pelos velhos tempos!

— Violet!

A garota afundou na poltrona, de cara feia. Mas, logo em seguida, os quatros caíram na risada.

...

— Onde vocês estavam?! – Zabini exclamou, parado a porta.

Scorpius ergueu uma sobrancelha loira.

— Você estava meio ocupado. – disse, irônico. – Não quisemos te atrapalhar.

Porém Zabini não o escutava mais.

— Violet Johnson. – um sorriso maroto apareceu nos lábios do garoto.

A lufana sorriu de volta.

— Não esperava te encontrar neste vagão, Anthony...

— Posso procurar outro para nós dois, se quiser.

Violet soltou uma gargalhada. Rose rolou os olhos e Scorpius passou o dorso da mão pelo rosto, envergonhado com a atitude do amigo. Albus franziu a testa quando uma mão pequena se precipitou pela aresta da porta. Logo depois uma terceira pessoa apareceu ao lado de Zabini.

— Você pode sair da minha frente, por favor? – Lily pediu, irritada. – Eu quero passar.

Anthony abriu espaço para ela, sem dizer nada. Sua atenção ainda estava concentrada na menina loira a sua frente. Lily o ignorou e abraçou Violet, antes de se sentar junto a ela, próxima a janela. Rose, Albus e Scorpius trocaram olhares desconfiados.

Zabini voltou a encarar a recém-chegada.

— Soube que você estava em um intercâmbio. – disse.

— Sim. – a loira respondeu alegre. – Castelo Bruxo. – completou.

Anthony ergueu as sobrancelhas, surpreso.

— É verdade que a construção deles é totalmente recoberta de ouro?

— Você consegue ver o brilho do Castelo a quilômetros de distância.

— Wow!

Zabini assobiou.

— Mas ele fica bem no meio da floresta, e é protegido por feitiços. – falou a lufana. – Não é fácil para os non-maj e bruxos despreparados encontrá-lo.

Scorpius enrugou o cenho.

— Non-maj...? – indagou..

— Os trouxas. – Violet explicou. – É assim que os americanos os chamam.

— Deve ter sido maravilhosa a experiência para você, Vi. – Rose comentou. – Ah, e eu adorei todos os cartões postais que você me mandou.

A lufana sorriu.

— Eles são os melhores em Herbologia. – disse com certa admiração. – Não vejo a hora de mostrar ao professor Longbottom todas as coisas maravilhosas que eu aprendi por lá. – ela parecia extremamente empolgada. – Ah, eu também trouxe algo comigo!

Violet puxou a gola alta da blusa e mostrou um colar preso ao pescoço. A corrente era dourada e uma única pedra azul turquesa reluzia em um pingente. Ela parecia brilhar de todos os ângulos, como se tivessem algum tipo de líquido mágico dentro.

— Na verdade foi um presente...

A menina olhou para o colar de uma maneira bastante carinhosa. Rose percebeu que aquele não era um presente qualquer.

— Esse é um tipo de turmalina rara, encontrada apenas em uma região da América. – explicou.

— É linda. – Rose comentou, encantada.

— E cara. – Anthony completou com 0% de sensibilidade. – Você poderia vendê-la. Deve custar uma fortuna.

Lily bufou irritada, do seu canto.

— Será que você também não trouxe uma caipora no seu malão, Violet? – sugeriu. – Elas me parecem perfeitas para tomar conta da língua do Zabini.

Anthony inflou o peito, prestes a responder a ruiva, porém, pela quarta vez, a porta da cabine fora aberta. Os garotos encaram James Potter parado, com um sorriso de ponta a ponta do rosto.

— Olá, família. – ele cumprimentou. – e aí Malfoy, Zabini...? – ambos balançaram a cabeça. – E não posso esquecer da minha terceira flor preferida...

Violet piscou com um dos olhos e estendeu a mão. James a beijou no dorso.

— Fico feliz que tenha voltado a tempo, milady. – disse Jay.

— A tempo de quê? – ela indagou, curiosa.

— É sobre isso que eu vim falar com vocês, mas só um momento. – James pôs a cabeça para fora da cabine. – Fred...? O que você está fazendo?! Em nome de Merlin, venha aqui! – exclamou.

O rosto de Fred apareceu no batente da porta segundos depois. Ele segurava um longo pedaço de pergaminho e uma pena, cada um em uma mão. Haviam varias assinaturas no papel, Rose pode reparar.

James continuou.

— Bom, como todos vocês devem saber, o meu aniversário está próximo.

— Não é como se você todos os anos nos deixasse esquecer disso, Jay. – Lily falou, brincalhona.

— Obviamente uma data importante como essa não deve ser passada em branco, garotinha. – James piscou para a irmã. – Por isso, eu me dirigi até aqui. Para convida-los a melhor festa de aniversário que Hogwarts já teve o prazer de sediar.

Albus, Zabini e Violet bateram palminhas animadas. O filho mais velho dos Potters sorriu.

— Me sinto muito lisonjeado com a empolgação de vocês, porém, antes temos que esclarecer os termos...

— Termos? – Albus repetiu.

— Isso, maninho, os termos.

Lily bocejou.

— É claro que isso não sairia de graça. – reclamou.

— Não seja marrenta, Luna. Você vai gostar. – Jay rebateu.

— Tá. Quais são os termos?

James pigarreou.

— Todo e qualquer aluno do castelo poderá comparecer à festa, desde que tenham um par.

Rose riu de modo sarcástico.

— Eu não acredito nisso, Jay. – ela disse.

— No que exatamente?

— Você está nos forçando a formar casais.

— Ei, cada um pode levar quem quiser. É livre! – ele se defendeu. – E não reclame. Mais da metade de Hogwarts se mataria para te acompanhar.

Rose sentiu as suas orelhas esquentarem de maneira absurda. Ela voltou a encarar a revista que segurava e respirou fundo. Ao escutar a frase dita pelo irmão, Albus encarou o amigo de soslaio. Scorpius abaixou a cabeça, fingindo que a indireta não tinha sido para ele.

Fred aproveitou o breve momento de silêncio e estendeu a pena e o pergaminho para dentro do vagão.

— E então, quem vai por o nome na lista agora? – perguntou.

Zabini foi o primeiro a fazer isso, seguido por Violet e Albus.

— Isso é mesmo necessário? – Lily indagou, ainda resoluta, quando o pergaminho chegou nela.

— Sem par, sem acesso.

— Eu te odeio, Jay.

James fez uma careta e puxou o pergaminho de volta.

— Mais alguém?

Rose encarou a pena estendida a sua frente, pensativa.

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— Me dá isso aí, vai. – ela disse, após alguns segundos.

E pôs-se a assinar o seu nome no espaço em branco.

...

Scorpius encarava pela janela do Expresso de Hogwarts pensativo. Na verdade, desde que a reunião de monitores começara ele estava assim. Não prestara atenção em uma palavra sequer das recomendações que foram dadas. Mil coisas aconteceram dentro de um período muito curto de tempo. Estava sendo difícil lidar.

O trem reduziu a velocidade aos poucos, até parar na estação de Hogsmeade. Annie Bell, a monitora-chefe, fez um sinal com a mão, indicando o final da distribuição de tarefas. Os monitores se levantaram e seguiram em direção a saída do vagão. Rose se adiantou na frente.

Assim que a ruiva saiu, Scorpius seguiu o seu rastro com os olhos. James parou ao seu lado e estendeu o pergaminho.

— Eu não vou insistir outra vez. – disse.

Talvez fosse uma possibilidade. O loiro aceitou.

— Até que enfim! Achei que você iria perder a oportunidade!

— Será que existe mesmo uma oportunidade?

James sorriu, mas não respondeu à pergunta.

— Boa sorte. – desejou.

— Até parece que você me deseja mesmo sorte.

— Ela voltou no natal. Você está com pontos positivos comigo por isso.

Scorpius ergueu as sobrancelhas e Jay rolou os olhos cor de âmbar.

— É, Malfoy... – sussurrou marotamente. – Eu sei que foi você.

O menino pegou o pergaminho de volta. Ele o enrolou e com um toque da varinha, a lista desapareceu.

— Se você quiser mesmo isso, só não faça merda outra vez.

Malfoy assentiu, em silêncio. James deu as costas ao loiro e correu até onde Dominique estava. Scorpius procurou Albus por alto e o enxergou mais adiante, com o mesmo grupo de sempre, próximo ao ponto das carruagens.

Scorpius se direcionou até lá. Ele parou ao lado do amigo.

— Eu estou faminto. – Hugo reclamou, impaciente.

— Você sempre está. – Lily rebateu.

— O que estamos esperando? – Violet perguntou. – Eu também estou com fome.

— Chegaram as novas carruagens. – Rose disse. – Podemos subir.

Hugo e Lily subiram no veículo. Albus se impulsionou e Scorpius estava quase fazendo o mesmo quando algo mais atrás chamou a sua atenção.

— Rosie?

Alguém chamou-a ao fundo. A ruiva virou-se e deu de cara com Hector. O Corvino sorriu e ela retribuiu.

— Ah, oi. – Hector continuava a sorrir, encantado. – Eu... hum... queria falar com você.

Rose pareceu hesitar por alguns segundos, mas acabou por ceder.

— Claro. – respondeu.

A menina se virou na direção da amiga.

— Nos vemos no castelo.

Violet concordou com um aceno de cabeça. Parado ao lado da escada, Scorpius sentiu o seu estômago fervilhar de ciúmes. O nome de Hector estava na lista. Assim como ele, o corvino fora um dos últimos a assinar.

Assim que Rose foi embora, Violet, perspicaz, deu batidinhas afrontosas no ombro do loiro.

— Ops, pequeno Malfoy. – sibilou, ácida. – Ops...

E sorrindo, ela subiu na carruagem primeiro.