Obliviate

Capítulo 32 - Quidditch


Capítulo 32 - Quidditch

CAMILLA SCHMIDT

Assim que queimei a carta e me despedi de Ginger, vesti a primeira roupa que vi pela frente e saí do Salão Comunal da Corvinal correndo, tinha que achar Hermione o mais rápido possível. Meu cérebro raciocinava as informações que eu tinha acabado de receber na velocidade da luz, e talvez fosse exatamente por isso que eu estivesse vestindo um moletom cinza, calças xadrez azul e meias de pares diferentes.

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Empurrei alguns alunos que estavam no caminho enquanto descia as escadas apressadas, infelizmente eu não fui rápida que a praga, vulgo Madame Norra e seu respectivo dono, Filch.

— Agora você não me escapa garota, — disse me segurando pelo pulso, senti meu sangue ferver com isso — ande, já bastava sujar o chão da escola, agora você corre feito uma louca pelos corredores? Ande.

— Me solta! — exclamei.

— E dessa vez você não vai poder contar para o seu querido papaizinho, já que ele está em Azkaban.

Filch abriu um sorriso macabro, como se estivesse esperando um momento como aquele para poder me humilhar e jogar algumas verdades na minha cara.

Senti meu rosto ficar quente, podia apostar que as minhas bochechas estavam mais vermelhas do que as de Rony quando ele ficava com vergonha. O pior de tudo era que havia alunos circulando no corredor observando aquela cena.

Queria poder abrir a minha boca para falar algo maldoso, ou para simplesmente blefar, como eu costumava fazer. Já que todo o tempo convivendo com o meu pai me fez aprender que blefar é uma arte, podia muito bem falar para Filch tomar cuidado quando meu pai fugisse de Azkaban, mas não o fiz. Mordi a minha língua, contudo não baixei a minha cabeça.

— O quê foi? O gato comeu a sua língua? — ele provocou enquanto me arrastava pelo pulso em direção a sua sala, Filch riu, como se tivesse contado uma piada.

Não respondi, fingi que a sua presença não existia enquanto ele preenchia uma ficha com um sorriso de orelha a orelha.

— A senhorita irá cumprir um mês de detenção limpando a Sala dos Troféus por desacato a autoridade e por descomprir as regras… — Filch começou o seu bláblá, e quando fui me dar conta ele já tinha começado a resmungar como Hogwarts era melhor quando Umbridge o permitia usar alguns métodos de tortura.

— Estou dispensada? — ergui a minha sobrancelha fazendo pouco caso.

Filch me analisou furioso.

— Eu irei notificar o Professor Flitwick das suas atitudes, por agora, saía da minha sala.

— Com todo o prazer. — disse com o rosto inexpressivo, e quando saí de sua sala não pude evitar bater a porta.

Tornei a andar pelos corredores de braços cruzados e cara amarrada, quem aquele velho pensava que era para me falar sobre o meu pai? Se eu tinha cometido desacato, ele tinha cometido também. Aquilo era definitivamente antiético.

Passei por um grupinho de garotas da Sonserina, pude reconhecer a voz manhosa de Pansy Parkinson falando alguma coisa ofensiva, contudo eu estava tão pilhada que passei reto sem sequer ouvir o que elas falavam.

— Oh, Camilla! — Rony deu um pequeno sorriso que logo se desmanchou ao ver o meu rosto. — Ah, parece que você teve uma ótima noite de sono.

— Com certeza. — respondi com brutalidade me sentando ao lado de Hermione, que me analisava silenciosamente.

Respirei fundo, contando até três, e só comecei a falar quando me senti mais calma.

— Meu irmão me mandou uma carta. — falei em voz baixa olhando para o trio, os três arregalaram os olhos e começaram a prestar atenção no que eu falava — Acontece que o conteúdo da carta estava muito sem nexo, e quando eu fui dar uma olhada mais crítica, eu percebi que tinha um padrão. Meu irmão tinha destacado sutilmente algumas letras aleatórias, e quando você as isolava do restante do texto, resultava em um anagrama.

Hermione abriu a boca e deu um pequeno sorriso.

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— Engenhoso. — comentou.

— O anagrama era uma frase, eu fiquei algumas horas tentando resolver, cheguei à conclusão de que a frase era “Robert será liberto”. E pelo o que ele escreveu na carta, posso supor que ele deve ter ouvido alguns comensais da morte conversarem entre si sobre os outros comensais que foram presos durante a luta no ministério, meu irmão não sabe quando, mas eles irão fugir, eventualmente. Ao final da carta ele me pedia para tomar cuidado.

Assim que terminei de falar os três se entreolharam.

— Isso está estranho, quero dizer, acho difícil haver uma fuga em massa de Azkaban de novo, o Ministério tinha reforçado a segurança quando… — a voz de Hermione morreu antes que ela pudesse fazer menção a Sirius.

— Tenho certeza de que Malfoy sabe alguma coisa sobre isso. — Harry disse prontamente.

Suspirei, negando com a cabeça.

— Você tem certeza do que leu? — Mione perguntou e eu acenei com a cabeça.

— Não acho que ele tenha se referido a agora, e sim ao que vai acontecer mais pra frente. Charles está preocupado com a minha segurança.

— Eu não duvido disso, — pela primeira vez em tempos Harry me surpreendeu, me olhando gentilmente — se o seu irmão se tornou um comensal da morte por causa do seu pai, ele provavelmente iria fazer o possível para te manter segura. Talvez ele queira que você saía do país…

— Mas eu não posso e não vou, — respondi em tom firme — se a minha mãe permaneceu aqui sabendo que ela corria risco de vida, então eu também posso ficar aqui. Não vou te abandonar Harry, muito menos depois do que aconteceu no Departamento de Mistérios.

Harry abriu a boca surpreso, olhando para Rony e Hermione sem palavras. Era muito raro que eu falasse abertamente sobre a minha mãe, mas ao falar isso eu senti um peso sair das minhas costas, senti como se minha mãe estivesse sorrindo orgulhosa de mim, onde quer que ela estivesse agora.

— Você tem certeza? — ele gaguejou, contudo eu assenti com a cabeça.

— Eu devo isso a vocês e a minha mãe. — um pequeno sorriso se formou no meu rosto enquanto eu falava, era um sorriso sincero.

Harry sorriu para mim.

— Obrigado.



(...)



— KURT OLHA O BALAÇO! — gritei desesperada enquanto tentava desviar da bola, contudo o rebatedor do meu time estava completamente alheio olhando para o nada. Segurei o cabo da vassoura com força e inclinei para esquerda fazendo uma curva fechada — PRESTA ATENÇÃO NO JOGO SEU IDIOTA. — berrei com raiva.

Estávamos jogando contra a Lufa-Lufa e como o bom time de quadribol que éramos, estávamos perdendo excepcionalmente, a única coisa que salvaria o nosso jogo seria se Cho conseguisse pegar o pomo de ouro, ou se Kurt jogasse de verdade.

Agora a Lufa-Lufa mantém posse da goles… — o narrador dizia com a voz monótona.

Estreitei meus olhos e fui em direção ao outro batedor, Simon.

— Eu quero que você atire um balaço naquele artilheiro, — disse em voz baixa para ele que assentia assustado — eu vou blefar para conseguir distrai-lo e então irei fazer o ponto, ok?

Simon concordou, respirando fundo.

Fui em direção ao artilheiro, tentando voar na mesma velocidade que ele.

— Trevor, — falei com a voz debochada, fechando a sua passagem em direção aos aros — se eu fosse você eu olharia para trás. — ergui minha sobrancelha e ele me olhou confuso.

O tempo que ele demorou para olhar para trás foi o suficiente para que o balaço o atingisse e eu conseguisse roubar a goles, esuficiente para que eu desviasse da bola enquanto ele caía.

O artilheiro da Lufa Lufa foi atingindo por um balaço, Camilla Schmidt está na posse da goles, ela desvia de um balaço e PONTO PARA A CORVINAL.

Dei um high-five com Bradley enquanto os dez pontos eram computados.

Fiquei entre Louise e Roger, os dois também era artilheiros. Rapidamente discutimos um outro plano, aparentemente Trevor tinha machucado o braço com o balaço, então iríamos focar nos outros dois artilheiros restantes, iríamos cercá-los e conseguir posse da goles custe o que custasse.

— Presta atenção na porra do balaço dessa vez. — pude ouvir Bradley ralhar com Kurt que assentiu, engolindo em seco.

Sentia a adrenalina percorrer as minhas veias enquanto eu voava em alta velocidade cercando uma das artilheiras da Lufa-Lufa, ela estava tão preocupada em desviar de um balaço que não percebeu quando eu colidi com ela e agilmente roubei a goles, a passando direto para Louise.

— BOA — Louise gritou para mim, passando a bola Roger.

PONTO PARA A CORVINAL, marcando empate com a Lufa-Lufa

— Cho, foque no pomo, se você capturá-lo agora nós ganhamos a partida — Bradley gritava para a garota que assentia, olhando atentamente para o campo.

Fiquei parada por alguns momentos observando o posicionamento do time inimigo, o goleiro parecia estar meio perdido, um artilheiro estava machucado e os rebatedores estavam focando em defender Trevor. Isso era uma ótima brecha.

— Camilla, você vai distrair os artilheiros restantes, blefe, faça o que quiser. — Louise murmurou percebendo a brecha.

— Certo.

Engoli em seco, e tornei a voar pelo campo a fim de atrair algum balaço.

Não demorou muito para que um balaço viesse voando em minha direção, senti as palmas das minha suarem enquanto eu aumentava a velocidade, voei em direção a uma artilheira que estava distraída e quando faltava alguns metros para me aproximar dela, fiz uma curva fechada.

— Jasmine da Lufa-Lufa foi atingida por um balaço, os artilheiros da Corvinal aproveitam a distração para roubarem a goles, PONTO PARA A CORVINAL.

Respirei um pouco mais aliviada, sempre ficava nervosa quando era perseguida por um balaço. Passei as costas da mão na minha testa, sentindo uma fina camada de suor.

Quando fui olhar para o lado um balaço vinha na minha direção, o mesmo tinha sido atirado por um rebatedor da Lufa-Lufa.

Mas que porra. — exclamei, inclinei a vassoura para a frente e comecei a voar tentando desviar o balaço a todo custo, infelizmente ele parecia estar voando colado em mim. A bola estava perigosamente perto, mesmo se eu tentasse fazer alguma curva ou algo do gênero, iria ser atingida. Engoli em seco.

Tornei a voar, tentando ganhar tempo a todo custo, tentei até mesmo sobrevoar as arquibancadas, mas mesmo assim mandaram outro balaço na minha direção.

Filhos da puta.

Eu tinha de me arriscar fazendo uma curva, só rezava para não quebrar a minha Nimbus.

Assim que eu fiz a curva ouvi o narrador gritar.

— CHO CHANG AGARROU O POMO, A CORVINAL VENCE POR 260 A 100 PONTOS.

— CONSEGUIMOS! — Bradley gritou no meu ouvido, quase me deixando surda. Eu só pude respirar aliviada ao perceber que o balaço não iria me atingir.

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(...)



— Você foi ótima ontem. — Ernesto comentou, enquanto se sentava a mesa da Corvinal, de quando ele tinha começado a namorar Sabrina meu amigo dificilmente se sentava a mesa da Lufa-Lufa.

— Que milagre você está me elogiando? — perguntei com a sobrancelha erguida e ele deu de ombros. — Quero dizer, os meninos da sua casa estão bem putos comigo.

— Tirando o fato de você ter quase quebrado o pulso de dois artilheiros da minha casa, tenho que admitir que você jogou bem. — ele deu um meio sorriso enquanto Sabrina se sentava a mesa conosco.

— Uau, eu estou surpresa, não vou negar.

— Você fez um ótimo jogo ontem, eu estava certa quando te indiquei para a Cho. — Sabrina abriu um sorriso radiante — Nunca vi a Camilla xingar vários garotos ao mesmo tempo, foi incrível.

— Os meus xingamentos ou o jogo? — perguntei dando risada.

Os dois.

Dei um sorriso convencido e fingi jogar o meu cabelo para trás do meu ombro.

— Schmidt. — uma voz grave me fez se virar, era Michael o garoto da Lufa-Lufa com quem eu tinha bebido junto em Hogsmeade.

— Ah, oi Michael. — dei um pequeno sorriso enquanto o garoto se sentava ao meu lado.

— Você fez uma boa partida ontem. — ele disse enquanto passava a mão em seus cabelos lisos.

— Você veio aqui para me falar sobre a partida em que a sua casa perdeu? — ergui uma sobrancelha e ele deu um sorrisinho de canto.

— Na verdade eu vim te convidar para a festa de Natal do Slughorn, a não ser que você já tenha um par, é claro.

Assim que Michael falou aquilo eu olhei diretamente para a mesa da Sonserina, procurando por uma pessoa em especial e como todos os outros dias, não o achei em lugar algum. Suspirei.

— Na verdade, eu não tenho um par...