Hear the rain

Escute o som da chuva


"Soa como uma inundação na cidade

Nada que eu digo alcança isso

Eu estou fechando meus olhos no longo silencio

Belas memórias estão se espalhando"

Chovia.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Tudo que Alex conseguia se lembrar eram das gotas insistentes de chuva, que caiam sobre si enquanto observava o céu negro, sendo o fundo daquela explosão.

Seu coração se apertava a cada resquício dela que se propagava, tingindo o cinza com um brilho laranja. Havia fuligem no ar e tudo que ela conseguia fazer era ficar parada ali, atônita, depois de ver os faz-tudo correrem para o perigo iminente, ela os seguira mas perdera a coragem no momento em que ouviu o estrondo e depois de correr, causando sons molhados de todas as poças em que pisava, ela parara. Atônita demais para saber o que fazer em seguida.

Aquele não era o lugar onde disseram terem visto seu irmão? Apenas pensar nisso aterrava seu corpo cada vez mais ao chão com diversas possibilidades correndo pela cabeça, a boca do estômago se contraía, causando uma sensação de enjoo nada agradável a ela e o esforço que fazia para não chorar era grande. Ela não podia ter perdido ele, não agora.

Não agora.

Alex não percebera quando desmaiara, só tivera noção disso quando acordara no consultório do doutor Theo, ou melhor dizendo, no que sobrara dele. O que ela se lembrava como sendo parte do lugar estava depredada e haviam outros feridos em macas dispostas pelos destroços. Talvez aquela explosão fosse a causa.

Uma sensação de calor a trouxera para realidade, e quando Alex focara sua visão na fonte que irradiava aquela sensação de aconchego, ela queria poder se beliscar para ter certeza de que não estava sonhando.

Os olhos não tinham a mesma coloração dos seus mas a pele sim, o cabelo mudara desde que ela se lembrava como era de se imaginar, estava maior, mas seu rosto coberto por cicatrizes e curativos a faziam se perguntar o que acontecera com ele enquanto ela não estava por perto.

Emilio— disse com a voz embargada.

O garoto parecia surpreso de ouvir seu nome e ainda mais quando a mulher que tanto observava o abraçava fortemente, ele podia sentir seu ombro começar a umedecer pelas lágrimas dela. Desde que dois homens enormes apareceram a sua frente, em meio a fuligem, corpos e sangue, perguntando pelo seu nome, de começo a desconfiança surgira até eles mencionarem o nome de Alex. Desde então, ele estava ao lado de seu corpo adormecido, esperando que ela acordasse.

— Oi mana - respondeu, retribuindo o abraço e não se importando com as dores que corriam por seu corpo.

Os olhos dele pareciam cansados, ele não deveria estar dormindo direito. O vendo daquela forma fez com se lembrasse de algo importante.

— Me desculpe, Emílio. Eu- eu queria poder ter te dado algo melhor mas, não pude. Eu- o garoto a silenciara.

— 'Tá tudo bem mana, 'tá tudo bem.

Alex não poderia estar mais grata aos faz-tudo do que estava agora. Ter Emílio ao seu lado era aquilo que ela buscava e agora, a sensação de peso que a assolava vez ou outra se dissipava como as nuvens cinzas no céu.

Sons de água respingando em vários lugares se faziam ouvir pelas ruas de Ergastulum. A chuva encharcara toda a batalha que acontecera naquele dia. Enquanto Alex embalava o sono do irmão no sofá surrado e monopolizado da sede dos faz-tudo. Vários eram os pensamentos na cabeça da morena, várias eram as suas possibilidades, mais uma página virara em seu livro e esta era um começo de um capítulo inteiramente novo. Seu irmão estava ao seu lado e tudo ficaria bem.

Pelo menos era o que ela esperava.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!