“Bem me quer” Mark pronunciou arrancado uma pétala da margarida.

Faltavam três.

“Mal me quer.” Repetiu o ato.

“Bem me quer.” Novamente, puxou a pétala.

Ele suspirou vendo a última pétala restante antes de arrancá-la sem cerimônias.

Mark se considerava bom em observar e entender as pessoas. Ele entendia como todos da Guilda funcionavam, menos Lucy.

Não, ele entendia, algumas vezes. Outras, ele achava que era uma pessoa totalmente diferente no corpo dela.

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Montgomery era um tanto rude com quem não conhecia, esnobe e orgulhosa no limite, mas costumava se dar bem com os demais da Guilda, gentil com Poe e Louisa, bastante espirituosa. Lucy era o tipo de pessoa que é boa mesmo não aparentando ser. Ela era amigável com Mark, sorria bastante às suas piadas infames, sempre o surpreendia com um abraço quando ele não estava olhando. Talvez, ele tivesse interpretado errado as ações dela, pois todas as vezes que ele a abraçava, falava demais, dava um passo mais próximo à ela, Lucy corria.

Mark sabia do tratamento que ela recebeu no orfanato, por isso, quem sabe, outras pessoas a tocando não lhe agradassem. Talvez, ele tivesse dito algo errado, que não tenha a deixado confortável.

Eram muitos 'talvez', e todos apontavam para desculpas. Twain precisava se desculpar com ela, ele pensou, e de resposta nada específica e objetiva, ele ganhou um beijo. Mas então, sem mais explicações, Lucy fugiu.

E Twain ficou despetalando margaridas na busca de que, por uma benção divina, elas lhe dessem a resposta para os verdadeiros sentimentos de Montgomery.

Olhando de soslaio os caules sem pétalas separadas em dois lados, Mark sorriu. 12 para bem me quer, 9 para mal me quer. Ele tinha um outro veredito além da de que Steinbeck iria bater nele por arrancar outras vinte e uma flores do seu jardim novamente.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.