Pov. Duncan

Abri os olhos e me deparei com Annabeth sentada em uma cadeira ao lado da cama.

— Bom dia! – disse ela.

— Bom dia! – respondi bocejando – Cadê o Percy?

— Está fazendo as tarefas do dia.

— Mas e você? – perguntei – Não deveria estar fazendo suas tarefas também?

— Quíron nos liberou, eu, você e Percy, por uma semana sem atividades. – explicou – Mas Percy não aguenta ficar parado um segundo sem fazer nada, então ele foi pra aula de esgrima.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Hiperatividade é fogo... – sussurrei.

— Você canta muito bem, ao vivo é ainda mais surpreendente – murmurou Annabeth.

— Estava duvidando do meu poderio de voz? – brinquei

— Não. – respondeu – Mas pra mim é um pouco estranho um cara como você cantar.

— Defina um cara como você.

— Digamos que você não é nenhum Mister Simpatia com essas roupas pretas, esses piercings na cara, as tatuagens e com esse tamanho e de vez em quando faz umas caras que dá medo em qualquer um.

— Eu sei assustar alguém quando eu quero. – declarei

— Eu não – disse cruzando os braços em baixo dos seios.

— Tem certeza baixinha? – provoquei

— Eu não sou baixinha.

— É sim. – falei – Você bate no meu ombro.

— Eu não sou tão baixinha assim. Você que é muito alto. Tão alto que parece um poste.

— Ninguém me chama de poste, Loirinha. – disse me levantando – Não sou tão alto assim. Tenho apenas um metro e oitenta cinco.

— Isso é muita coisa. – defendeu-se – Você tem mais de vinte centímetros a mais que eu.

Em um momento de distração de Annabeth, a agarrei pelas pernas a joguei em meu ombro, igual um saco de batatas.

— Me solta! – bradou Annabeth – Me solta agora!

— Não. – respondi – Ninguém me chama de poste e fica quieto depois. Agora a senhorita vai ficar um pouquinho aqui em cima pra observar a altura.

— Isso é injusto. – disse manhosa.

— Não é não. – falei caminhando em direção do banheiro.

— Onde você pensa que está indo? – perguntou

— No banheiro oras. – respondi – Quero fazer xixi.

— Comigo aqui em cima?

— Exatamente.

— Não, me deixa ir, por favor. Se não você vai errar a mira. – falou socando minhas costas.

— Com você me socando desse jeito eu vou mesmo. – E Annabeth continuava a me socar. – Se você não parar vou mirar nesse seu pé lindo que está aqui.

— Você não faria isso. – respondeu indignada

— Ah, eu faria. Eu super faria isso.

— Você é muito vingativo. – falou

— Eu sei. – falei abrindo a braguilha da calça – Fica quietinha aí.

Fiquei mais um tempinho brincando e tirando com a cara de Annabeth, até que a mesma vê a foto dos meus pais na cama.

— Já sei o que você precisa. – falou – Connor e Travis. Os gêmeos do chalé de Hermes. Com certeza eles vão te animar.

— É, pode ser. – respondi – Mas eu quero visitar o Acampamento Júpiter antes.

— Reyna? – perguntou Annabeth maliciosa.

— E se for? – perguntei. Ela somente deu de ombros.

— Vou chamar Blackjack pra te levar.

— Quem? – indaguei.

— O pégaso do Percy.

[...]

Em poucos minutos cheguei ao Acampamento Júpiter. Durante a viagem tive uma conversa agradável com Blackjack sobre cubos de açúcar. Estranho, porém legal.

— Fique por aqui. – disse descendo de Blackjack – Não devo demorar muito. Qualquer coisa eu assobio.

Blackjack somente relinchou e saiu voando por aí.

Comecei a andar em direção do quarto de Reyna, quem sabe ela estivesse por lá.

Avistei Reyna ao longe e escondi a rosa que eu tinha roubado do chalé de Deméter. Não sabia se ela gostava dessas coisas, mas o que vale é a intenção.

Acelerei meus passos e quando estava quase chegando, Octavian aparece não sei de onde. Puxa Reyna pela cintura e a beija. Ela parecia estar resistindo. Dei mais dois passos. Os dois se separaram e Reyna olhou diretamente pra mim. Dei mais um passo e coloquei a rosa no chão. Dei meia volta e comecei a andar.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

— Duncan! – gritou Reyna – Espera!

Ignorei os gritos de Reyna e assobiei o mais alto que consegui. Logo Blackjack já apareceu.

Já vai voltar? – perguntou ele em minha mente.

— Não – respondi – Me leva pra minha casa. Dou-te as instruções no caminho.

Levantamos voo e logo chegamos a minha antiga casa.

— Pode fazer o que você quiser Blackjack. Se eu precisar de você eu chamo. Amanhã te dou alguns cubos de açúcar.

Vai ficar bem aí? – indagou preocupado

Vou. – respondi

Pesquei a chave de casa, que tive a preocupação de trazer, e abri a porta, trancando-a em seguida. Acendi as luzes e fui direto para o armário de bebidas. Tirei a primeira garrafa de uísque que tinha e a virei como se fosse água.

Olhei para o resto do armário. É... Estava apenas começando.

Pov. Percy

Fui buscar Duncan para almoçar, mas ele não se encontrava no chalé 3. Procurei por todo o acampamento, porém não o encontrei.

Almocei e voltei ao chalé 3, quem sabe ele poderia ter voltado. Nada. O que encontrei foi apenas o chalé vazio. Resolvi procurar Annabeth, quem sabe ela sabia onde aquele moleque se meteu.

— Annie, você viu o Duncan? – perguntei – Estou procurando ele desde a hora do almoço e não o encontro em lugar algum.

— Ele foi ao Acampamento Júpiter. – respondeu – Disse que volta antes do pôr do sol.

— Mas que diabos ele foi fazer lá? – indaguei

— Por Hera! Você é lerdo mesmo, Cabeça de Alga! – exclamou revirando os olhos – Ele foi ver a Reyna.

— Aaah! É mesmo. – falei – Esqueci que os dois estavam se pegando.

[...]

Já estava escuro e Duncan ainda não havia voltado. Não me preocupei muito, pois ele devia estar fazendo alguma coisa no mínimo interessante.

— Estou preocupada Percy. – exclamou Annabeth – Ele disse que iria voltar antes do pôr do sol. E já passou muito tempo desde que o sol se pôs. E se tiver acontecido algo?

— Calma Sabidinha, ele deve estar ocupado demais com Reyna. – falei tedioso – Provavelmente ele só volte amanhã.

— Não. Ele disse que mesmo se essas coisas rolassem, iria voltar antes do pôr do sol. – relatou Annabeth – E ele disse que se não voltasse antes, era pra gente ir arrancar ele de lá. Ou algum monstro o atacou no caminho.

— Se é assim, vamos tirar ele de lá. – falei – Ou encontrar ele morto no caminho.

— Não diga essas coisas. – disse Annabeth me dando um tapa no ombro.

Eu somente ri e fui em direção aos estábulos, com Annabeth ao meu encalço.

Como Blackjack estava com Duncan, escolhi outro pégaso aleatoriamente. Montei nele e ajudei Annabeth a subir logo depois.

Começamos a voar e em alguns minutos chegamos ao Acampamento Júpiter. Pousamos perto do refeitório.

Octavian estava saindo de lá e parecia estar muito feliz pro meu gosto. O que será que esse demônio loiro estava aprontando? Não tive tempo para perguntar, pois Annabeth falou primeiro:

— Octavian, viu Reyna por aí?

— Não, eu não vi. – respondeu ele sorrindo – Mas talvez ela esteja em seu quarto.

Saímos correndo em direção aos dormitórios sem ao menos agradecer o Demônio Loiro. Ele não merecia de qualquer forma. Fora que aquela cara dele denunciava que ele tinha aprontado uma das grandes.

Chegamos ao quarto de Reyna e batemos na porta. Esperamos. Nada. Batemos novamente. Nada. Resolvi tentar abrir a porta, com sorte estaria destrancada. Estava. E a cena com que nos deparamos foi bizarra.

Reyna estava jogada em um canto em posição fetal chorando, o que é super estranho. Reyna NÃO chora. Nunca. Pelo menos eu nunca havia visto.

Annabeth pareceu sair do choque primeiro e correu até Reyna no chão. Depois de minha cabeça dar loading da cena, fui até elas.

— Reyna... – começou Annabeth – O que aconteceu?

Mas a morena não respondeu nada. Continuou a soluçar histericamente. Depois de uma conversa silenciosa com Annabeth, peguei Reyna no colo e a coloquei sentada na cama.

Antes que ela pudesse despencar e deitar na cama, Annabeth sentou-se ao seu lado e perguntou novamente:

— O que aconteceu?

— Dun-Duncan... – respondeu ela entre soluços.

— O que tem ele? – perguntei

— V-vi-viu... Octavian me... – mais soluços – Ele viu... Octavian... Me...

— O que aquele merdinha fez? – falei com raiva

— Ele me beijou. – responde Reyna com a voz embargada – E Duncan viu. Depois ele foi embora com Blackjack.

Quando ameacei dar um passo e ir acabar com a raça daquele cretino, Annabeth me parou.

— Depois. Primeiro temos que achar Duncan. – ordenou – Tem alguma ideia de onde ele pode ter ido?

— Eu não sei... – a morena respondeu – Talvez pra casa dele.

— Sabe onde é? – perguntei e ela assentiu – Vamos.

Assim que saímos do quarto de Reyna, assobiei e vi o pégaso que havia pegado e outro que chamei pra levar Reyna.

Montamos nos respectivos pégasos e partimos em vôo.

Chegamos a uma casa grande e bem bonita por sinal. Se não estivéssemos na situação em que estávamos, com certeza Annabeth iria querer admirar e estudar a arquitetura do lugar.

Descemos dos pégasos e andamos em direção à porta de entrada.

— Droga... – falei – Trancada

— Já resolvo. – afirmou Annabeth.

E num passe de mágica, Annabeth abriu a porta com um grampo de cabelo.

Entramos e quase caí pra trás com a cena que encontrei.

Havia garrafas de bebidas espalhados por toda a parte. Tinha todos os tipos de bebidas. Os que eu conhecia e até os que eu nunca havia ouvido falar na vida. Em alguns cantos, havia poças de vômito. Também vários cacos de vidro espalhados por aí. E por último, Duncan jogado no sofá, coberto de vômito misturado com sangue.