No capítulo anterior

Eu e Jake parecíamos crianças. Saímos do brinquedo e fomos tomar sorvete. Eu estava rindo de Jake que parecia uma criança louca gritando, quando avistei uma coisa que me destruiu mais um pouco. Parei no lugar, sem conseguir desviar o olhar. Não estava acreditando nisso.

Eu realmente não estava acreditando nisso.

Continuação.

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É normal você se sentir destroçada por algo que você já esperava ou que ao menos dizia que não estava mais ligando? Pois, eu digo que sim. Não estou destroçada só porquê em minha frente estava o meu futuro ex-marido de mãos dadas com Vanessa, sorrindo um para o outro. Arriscaria dizer que estão muito apaixonados. Mas não ligo tanto para isso, apesar de eu realmente sentir uma dor no peito por ainda gostar dele.

O problema é que isso me deu a confirmação que Paul não se importava com nossa filha tanto assim. Ele sabia, esse porra sabia que eu trazia Mel aqui sempre. Eu não me importo se ele quer seguir a vida com outra. Mas que respeitasse minha filha.

Olhei para Jake que estava parado me olhando sem entender o que estava acontecendo. Na frente dele estava minha menina me chamando para conseguir o ursinho dela. Mas eu estava petrificada. Na verdade, estava amedrontada de minha filha ver aquela cena e se magoar. Ainda não havia contado a ela que eu e o Paul não estávamos mais juntos. Sei que Mel levará numa boa, já que o pai dela não é tão pai dela assim. Ele era presente? Não tanto. Dava carinho a ela? Dava. Mas digamos que ela se acostumou com a falta do pai, já que ele vivia para o trabalho.

Percebi que Jake olhou para os lados, afim de entender o que tinha acontecido comigo. Até que ele entendeu o motivo do meu desespero. Sem que eu dissesse uma palavra, meu melhor amigo pegou Mel no colo e foi em direção contraria a de Paul e Vanessa. Provavelmente tinha levado minha pequena a sorveteria. Me virei para frente, vendo o olhar de surpresa de Paul ao me ver. Talvez ele veio para o parque e achou que eu não estaria aqui. Ou não se lembrou que eu trago Mel aqui. Mas mesmo que eu procurasse desculpas para não discutir com ele sobre aquilo, eu sinceramente, não encontrava nenhuma.

Bells?— bufei, ainda tinha coragem de me chamar assim.

Não me chame desse nome, seu filho da puta covarde.— Paul me olhou sem entender. Pois se ele não entendeu, eu faria esse porra entender.

Que agressividade é essa? Não te fiz nada. Pensei que tinha me perdoado e voltou a me considerar ao menos seu amigo.— se eu considerei essa merda, eu tinha mudado de opinião agora. Mesmo que ele não lembrasse que eu vinha com Melissa aqui, era OBRIGAÇÃO dele saber. Moramos juntos há mais de 5 anos. Nossa filha tinha 5 anos. Eu vinha aqui com ela há 5 anos. Ele tinha que saber que aqui era lugar menos propicio a ele trazer a amante dele.

Ouça bem Black o que eu vou te dizer, porque eu vou te dizer apenas uma única vez.— coloquei meu indicador na face dele. Não, na face não. Na cara desse jegue mesmo. – Eu venho aqui com minha filha há 5 anos, exatos 5 anos. Você deveria saber disso. E outra, eu não me importo se quer desfilar com Vanessa, eu realmente não me importo. Mas, eu quero que respeite a minha filha, porra.— apontei para onde Jacob tinha levado ela. – Ela não merece sofrer por você ser um otário de merda. Por que sim, você é um merda. Imagine se ela tivesse visto você de mãos dadas com outra. Acha mesmo que ela não choraria sua desgraça? Tenha respeito pela minha filha. Se não tiver, Eu mesmo farei com que tenha respeito. Você vai aprender por bem ou por mal.— Ao terminar de falar, eu já estava tremendo e gesticulando muito. E estava com raiva. Muita, muita raiva. Me virei e andei em direção onde Jake tinha ido, deixando um Paul com cara de cu para trás.

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Entrei na sorveteria olhando Mel toda lambuzada de sorvete de chocolate e rindo das palhaçadas de Jake. Sorri para o nada, apenas admirando uma parte da minha família. Sim, eu considerava Jacob da minha família também. Nós éramos como irmãos. Unha e carne. E isso eu não trocaria por nada. Caminhei até eles e dei um beijo em cada um. Tomamos o sorvete, conseguimos o ursinho que Mel tanto queria e voltamos para casa. Entramos com Mel gritando que o tio dela era o máximo e que iria apelidar aquele ursinho como Jack, para ficar quase igual o nome de Jake. Jacob estufou o peito se achando e eu dei risada. Tinha acabado de dar banho em Mel e a coloquei na cama. Minha menina estava tão cansada que dormiu no banho mesmo. Deixei um beijo na testa dela e a coloquei na cama. Jacob acariciou os cabelos e deu um beijo demorado na minha garotinha antes de sair do quarto. Abracei meu amigo de lado e encostei minha cabeça no peito dele.

Vai dormir aqui champ?— Comecei a chama-lo assim quando era pequena. Ele havia ganhado uma estrelinha na escola e a minha amizade definitiva no mesmo dia. Apesar de nos conhecermos e sermos simples amigos desde sempre, só viramos melhores amigos aos 6 anos. E no mesmo dia eu apelidei ele como Champ. Abreviação de champion, que significa campeão.

Claro que vou. Minha sweet está precisando de mim.— No mesmo dia que eu dei o apelido de champ, ele me deu o “sweet”. Ele me disse que me chamaria assim por um significado. Ele ama doce e nunca deixaria de amar e assim seria comigo. Sorri para nossa troca de carinho. Claro que tínhamos vários apelidos. Mas não tão especial como esses. Ele desceu para tomar banho no andar debaixo e eu tomei no meu quarto mesmo. Depois de limpos e cheirosos, ele veio para meu quarto e se deitou na minha cama, se ajeitando do meu lado. Apesar de ter quarto de hospede, tinha dias que Jacob dormia comigo. Não tínhamos maldade. Crescemos e fomos criados como irmãos. Passei meus braços ao redor da cintura, o abraçando e deitei minha cabeça no peito dele. Ele me abraçou e deu um beijo em minha testa.

Quer falar sobre o que aconteceu lá?— sentei na cama e comecei a falar tudo o que falamos lá.

Obrigada Jake por sempre entender as minhas necessidades só por me olhar. Se não estivesse lá, eu não sei o que seria de mim e de Mel.— Meu amigo me deu um olhar terno e carinhoso.

Sabemos que você é forte e que ele é um babaca Bells. Sei que eu e ele somos irmãos, mas no exato momento tenho vergonha e vontade de dar uns socos nele. Você é incrível. E é por você ser incrível, por ser minha melhor amiga e a pessoa que eu mais considero, que eu irei te ajudar. Como eu sempre fiz. – balancei minha cabeça concordando com ele e dei um sorrisão – Sempre cuidarei de você. Conte comigo sempre Bells, te amo muito, sweet.— sorri e deu um beijo no rosto dele.

Também pode contar comigo sempre. E eu também te amo muito, champ.— Me ajeitei melhor e tentei dormir, com uma sensação de que amanhã aconteceria alguma coisa. Só não sabia dizer naquele momento se seria bom ou ruim.

Fechei os olhos e comecei a orar a Deus.

"Obrigada Deus por ter me dado o meu melhor amigo, ele é maravilhoso. Obrigada por ter me dado a Melissa, ela é incrível. Obrigada também por todos os meus amigos que estão sempre comigo, zelando meu bem e o da minha filha e nos fazendo feliz. Obrigada por ser um Deus incrível e nos dar muitas coisas boas e maravilhosas." Lembrei da minha sensação sobre amanhã e continuei. "E venho por meio de oração pedir, que o quer quer que aconteça amanhã, seja algo bom ou algo muito muito bom. E mais uma vez, obrigada por tudo. Amém."