Caminho Até As Montanhas

No quarto de Sam, estavam ele e Rowena sentados um ao lado do outro, enquanto Gabriel de pé encostado na parede ao lado da porta falava com eles.

— Então vocês vão se casar? – Gabriel questionou, já que minutos atrás o casal a sua frente havia revelado a todos sobre o casamento. – Creio que depois disso Sam vai se aposentar para cuidar da esposa e dos filhos.

Sam e Rowena riram.

— Está com ciúme, Gabriel? – Rowena perguntou sorrindo.

— Eu? Com ciúme? Nah! – Gabriel respondeu rapidamente.

— Então que história é essa de que vou me aposentar para cuidar da Rowena, e quem disse que teremos filhos? – Sam disse debochando de Gabriel.

— É mesmo? – Gabriel disse com aquele olhar de quem iria aprontar. – Irei te mostrar. – Falou e estalou os dedos.

Sam e Rowena caminhavam em uma floresta com duas crianças a sua frente, dois meninos com cabelos ruivos batendo em seus olhos verdes. Tinham 6 anos, eram gêmeos. Pareciam com Sam.

Os pequenos correram em direção à um coelho que viram a frente, se ajoelharam e um dos meninos pegou o animal fazendo carinho nele junto de seu irmão.

— Eles são tão fofos. – Sam falou adirmirando seus filhos.

— Deixa eles crescerem para você ver, vai mudar logo de opinião. – Rowena falou.

— Só espero que Bac e Donnell não precisem passar pelo que nós dois passamos.

— Fala da vida inteira ou de Lúcifer?

— Digo os dois, Ro. Quero que eles mantenham essa vida pura que eles tem.

— Como quiser...

Em poucos instantes Sam nota que os meninos brincavam com uns animaisinhos quando uma luz roxa se fez entre eles.

— O que? – Sam estava incrédulo e foi até os meninos. – O que vocês estão fazendo?

— Ele estava machucado, papai. – Bac falou mostrando um passarinho.

— Só estávamos ajudando como a mamãe ensinou. – Donnell contou.

Sam arqueou as sobrancelhas voltando seus olhos para Rowena.

— Está ensinando magia a eles, Rowena? – Sam perguntou.

— Sou uma bruxa, querido, e eles com certeza herdaram isso. Magia é uma arte, gigante.– Ela respondeu se justificando.

Sam respirou fundo, mas não falou mais nada.

— A gente não ia até as montanhas, papai? – Donnell perguntou.

— Podemos levar ele? – Bac perguntou segurando o coelho que tinha encontrado.

— Claro, filho. – Falou sorrindo e bagunçou o cabelos dos meninos.

E seguiram sua caminhada. Os meninos a frente brincando e Sam e Rowena atrás de olho em seus filhos.

— Tem algum arrependimento por ter se casado comigo, Rowena? Por que, sabe, você parece ter saudade de sua antiga vida...

— Samuel, sou uma bruxa natural, isso está em mim, se ensinei os meninos, foi porque eles precisam saber o que são, você mesmo já usou poder de demônio...

— Rowena, não estou te condenando por ter ensinado magia aos meninos, entendo seus motivos, e não estou bravo. Só queria saber se por alguma razão se arrepende de ter se casado comigo?

Eles param de andar ficando de frente um para o outro.

— Nossa história foi meio turbulenta, mas você é um amor comigo e com os meninos, por que eu iria me arrepender? Eu te amo, Sam.

— Eu também te amo, Ro. – Sam a beijou, mas Bac e Donnell interrompeu o momento os chamando.

— Vejam, mamãe e papai! É a montanha. – Os dois pequenos falaram juntos.

— É por isso que não temos mais filhos. – Rowena falou fazendo Sam rir.

— Mas é muita melação. Não imaginava que você gostasse disso, Rowena. – Disse Gabriel surgindo atrás deles. – Ah, estes são seus filhos? Tiveram gêmeos? Que incrível! – Gabriel ia falando se aproximando dos meninos.

— O que quer, Gabriel? – Sam o questionou.

— Aproveitar do paraíso. Bem, eu disse que Sam se aposentaria para viver essa vida maravilhosa. Ter a família que ele sempre quis. Foi assim que sonhou Sam?

— Isso não é real? – Sam perguntou.

— Como é que é? – Rowena estava confusa.

Então Gabriel estalou os dedos e estavam de volta a realidade. De volta ao quarto de Sam.

— Por que, Gabriel? – Sam o questionou.

— Queria mostrar a vocês o que vocês vão se tornar.

— E isso é ruim? – Rowena perguntou.

— Isso depende de vocês... – Gabriel falou e saiu do quarto.

Sam e Rowena se olharam.

— Eu quero aquela vida com você, Ro. – Sam disse segurando as mãos dela.

— Eu também quero aquela vida com você, Samuel.

E se beijaram selando assim o futuro que Gabriel os mostrara.