Universidade

Nico - Aladdin Sane


Eu estava vagando por aí em uma tarde qualquer pelos blocos menores, eu não tava me sentindo bem, resolvi andar por onde ninguém me encontraria especialmente pelo horário do almoço.

Em uma sala relativamente distante, próximo ao estacionamento eu parei na frente de uma janela. Parei, respirei, senti o vento bater em meu rosto e do nada uma vontade de olhar aquela janela.

Virei na direção dela e vi que só uma lâmpada estava acesa, um som de uma música bem antiga estava tocando bem baixo só para quem estava dentro ouvir e um cara estava lá, dançando de um jeito... peculiar.

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A música era bem animada, mas definitivamente não era feita pra dançar e mesmo assim ele fazia seu show particular sem se preocupar com os passos corretos.

A música trocou e mudou para outra, essa era divertida e também não foi feita pra dançar.

A dança mudou também, ficou mais jogada e despojada. Deu até vontade de acompanha-lo.

Sempre que ele virava na minha direção eu abaixava a cabeça para não aparecer e deixa-lo constrangido, mas não era necessário já que sua performance era feita o tempo todo de olhos fechados.

Outra música começou e dessa vez era bem lenta.

O rapaz saiu do centro da sala saindo dela e me chamando para dentro, isso tudo sem dizer uma única palavra.

Ele pegou minha mão e agarrou de maneira suave minha cintura, nossos corpos estavam próximos, mas ele não se importava. Começamos de maneira lenta para eu me acostumar com os movimentos e era ele quem guiava a dança.

Eu só seguia tudo o que o corpo dele propunha, apenas seguir os passos, girar na ora certa até mesmo segurar sua cintura.

Quando essa música acabou e a próxima já estava começando ele apenas me largou e parou a música. Como se nada tivesse acontecido ele apenas fecha o aplicativo de colocar o celular no bolso e vai embora, mas antes disso ele falou algo na porta que definiu seu nome para mim.

—Quando você for sair, tranque tudo, arrume bem bonitinho e deixa a chave da porta na guarita do guarda sem que ele veja.

Aí ele foi embora sem mais nem menos.

Lembrei de David Bowie e sua terceira persona, aquela que era a evolução de Ziggy Stardust e combina exatamente com aquele cara.

Aladdin Sane...

Um mano insano.