Beto - Pensa num bagulho ruim.

Como seria nossa vida depois dos 18 anos? Essa pergunta eu me fiz minha adolescência inteira, pensava que seria como em um filme americano que eu entraria na universidade e sairia da casa de minha mãe. Pensei que sairia depois que eu arrumasse um emprego e já estaria namorando sério a essa altura do campeonato, mas a idéia principal era sair de lá a qualquer custo.

Hoje eu venderia minha alma só pra poder almoçar na mesma mesa que meu irmão.

Não, não, não. Isso não é uma história depressiva de um velho de 60 anos e sim de um cara (nem tenho a moral de dizer homem) de 21 anos que passou no vestibular e saiu de casa como o planejado? Não, foi tudo tão fora de controle que não deu tempo nem de me darem parabéns.

Tanto faz. Já passou 1 ano desde que esse inferno começou e já tenho vontade de largar tudo é voltar para o útero da minha mãe onde eu vivia quieto e nem me dava o trabalho de correr atrás de comida.

Confia em mim, você vai passar a gostar até da sopa sem graça que faziam na sua casa.

Saio toda manhã para UFPA (se não sabe que sigla é essa, é bom procurar) só volto a noite já que não tenho nada em casa, nem é uma casa é um quarto alugado em uma vila e eu não tenho nada a não ser uma cafeteira que não uso a semanas.

Imagina uma vidinha parada, é a minha. Eu vou e volto na mesma, nada acontece e quando acontece não é coisa boa. Por exemplo quando um galho caiu no telhado da sala e adivinha em cima de quem se concentra a goteira decorrente da queda?

Vida que segue. Tenho mais 2 anos pela frente e sentar e chorar não vai ajudar muito. (Um pouco, talvez)

Tanto faz.