Olá lindas, peço desculpas pelo capítulo pois queria ter feito mais nele, mas que diante da dificuldade que estava sendo finalizar ele, resolvi postar assim mesmo. Bjs

A noite havia se tornado lenta, silenciosa e solitária demais. Victoriano não sabia mais quanto tempo havia passado desde que seus olhos haviam testemunhado a mulher que amava, deixando-o. Deixando o lar que viveram por mais de duas décadas e que nele formaram uma família com lindas filhas e um filho. Um filho que se tornara com os anos de sua ausência, o terror daquele lar, daquela família e do amor que unia os genitores dela.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Victoriano suspirou com pesar repensando toda a conversa que teve com Inês. Ele esfregou as mãos no rosto, em agonia. Não podia simplesmente vê-la se entregar em uma nova obsessão e não fazer nada. Não poderia crer que um rapaz chegado do nada seria o filho tão almejado deles. Inês havia entrado naquela cilada sozinha. Havia entrado egoistamente nela sozinha.

Ela não havia pensado um segundo sequer nele, muito menos na família que tinham quando os trocou por um desconhecido. Uma insanidade alimentada por uma ferida sempre aberta. Uma ferida que Victoriano era ciente o que no passado a havia causado. Mas Inês? Inês não o tinha escutado, alimentando assim, sua obsessão agora por um rapaz qualquer.

Ele bufou e deixou a varanda. Á noite quente sem nenhum vento o consumia, sufocando-o cada vez mais. Desceu então em busca de uma bebida para molhar seus lábios secos e aquecer seu coração partido.

Respirou aliviado que não viu nenhuma de suas filhas. Tinha se isolado tempo suficiente para ser tão tarde da noite para não ser incomodado por elas. Julgava também que não estava forte o suficiente para encará-las, depois de fato, Inês ter deixado a casa.

Assim então ele entrou no escritório já certo que não poderia dormir aquela noite, e se dormisse, seria ali onde estava seu novo quarto, ou qualquer outro lugar, por julgar que não seria capaz de adormecer em uma cama que Inês não estaria. Uma cama que ao longo dos anos havia sido um ninho de amor de ambos.

Inês havia lhe pedido o divórcio, e ele ainda não podia totalmente crer na realidade que estava vivendo. Na realidade de sua decisão tomada.

Ele se sentou no sofá com um copo grosso na mão e cheio de bebida. Depois de tomar um gole, recostou as costas e a cabeça ficou contra a parede. Fechou os olhos e Inês lhe tomou os pensamentos mais uma vez.

Amanheceu.

Inês tinha acordado na segunda-feira de manhã, sentindo um vazio no peito, como que com o nascer do sol, a realidade voltasse a toma-la.

A verdade era que havia conseguido adormecer porque tinha sido esperta o suficiente em tomar seus remédios antes de deixar a fazenda, caso contrário, sabia que teria passado à noite em claro lamentando por tudo que havia acontecido enquanto remoía a discussão com Victoriano.

As dúvidas também que tinha diante da origem de Carlos Manuel e ele parecer tanto com Fernando em sua infância, lhe teria perturbado toda a noite. Infância que ela não havia assistido e miseravelmente só possuiu por um curto tempo uma foto. Uma mísera foto.

Ela suspirou ajeitando os cabelos e sentando-se na cama. Teria que pensar o que fazer dali adiante e enfrentar sua nova realidade.

A casa de seus compadres era apenas um refúgio para aquela noite. Não queria ficar ali. O tratamento que tinha deles era o mesmo que recebia de Victoriano e havia fugido. Também não queria compartilhar nada com eles. Não queria ver nos olhos deles também a incredulidade que viu nos olhos de Victoriano, ou pior que vê-los duvidar dela, seria ver a pena que despertaria em ambos.

Acreditava então que estava sozinha na luta de procurar por uma verdade incerta, mas o único fio de esperança que tinha durante tantos anos sem resposta. Uma coincidência, ou uma verdade assustadora.

Inês deixou a cama e caminhou até o banheiro que havia no quarto. Tinha que estar pronta para enfrentar sua nova realidade e até seu novo status, de uma mulher que estaria logo em um processo de divórcio.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Uma hora passada, e Diana Maria batia à porta.

Inês então ao responder o chamado e ouvir a voz de Diana, atendeu a porta de roupão e cabelos presos ao alto da cabeça.

Diana Maria sorriu ao vê-la, dizendo depois.

—Diana Maria: Bom dia, Inês. Como dormiu, querida?

Inês deu espaço para que ela entrasse, e andou cruzando os braços.

—Inês: Bom dia, Diana Maria. Eu não me lembro muito bem como adormeci, mas aparentemente dormi bem, obrigada.

Ela deu um sorriso fraco. Diana Maria que ficou logo atrás dela, suspirou sabendo que estava ali não apenas para ver como sua comadre e nova hóspede estava. E então foi direta ao dizer.

—Diana Maria: Victoriano está lá embaixo, Inês. Ele espera por você. Eu não pude impedir que ele fizesse isso, desculpe.

Inês virou olhando-a. O rosto de Diana Maria trazia culpa. Diana Maria estava dividida por no meio da briga do casal estar duas pessoas queridas, e que nelas confiou algo que vinha do seu próprio sangue. Assim, amava os dois.
Inês então entendeu que não deveria de fato estar ali. Colocava Diana Maria e Vicente em uma posição difícil, além do mais sabia que ela chegara depois na vida de ambos. Victoriano já tinha vínculos com o casal antes mesmo dela aparecer.

Ela então suspirou, tocou em um braço de sua amiga e comadre e disse.

—Inês: Me desculpe Diana Maria por colocá-la no meio disso tudo, não só a você como Vicente.

Diana Maria pegou na mão dela, sorriu gentil, e a respondeu.

—Diana Maria: Eu sei que você faria o mesmo por mim se eu precisasse de sua ajuda, Inês.

Inês assentiu com a cabeça, dizendo.

—Inês: Sim, eu faria, não tenha dúvidas disso.

Ela se esforçou a sorrir e depois que viu Diana Maria deixar o quarto, para avisar a Victoriano que ela logo desceria, ela sentou rapidamente na cama.

Sozinha outra vez Inês se pôs a pensar. Havia existido apenas dois homens em sua vida. Um de repente a havia deixado, quando em seguida iniciou um romance com o homem que até então era casada, assim não sabia lidar com términos ainda mais na idade que já tinha, mas de uma coisa que tinha certeza, era que para não voltar atrás na decisão que havia tomado e para evitar mais sofrimentos uma distância entre ambos tinha que ser cumprida.

Assim, saber que Victoriano a esperava menos de vinte quatro horas que o havia deixado, fazia seu coração acelerar rapidamente, a dor anestesiada pela noite dormida voltar a doer e o motivo da separação anunciada tomar com força seus pensamentos, fazendo assim que e o caos interior que antes esteve voltasse a toma-la.

Victoriano andava de um lado para outro, ansioso.

Havia despertado no sofá do escritório. Tinha adormecido sem ter acompanhado as horas, e acordado com um chamado de Diana o questionando sobre ter dormido onde fora encontrado e sobre a nova semana de trabalho.

E qual homem pensaria em trabalho em uma manhã que estava vivendo, onde sua esposa não estava em casa por ter pedido o divórcio? Ele acordou apenas disposto a reverter tal decisão.

De banho tomado, cabelos bem penteados e dentes limpos, ninguém diria que Victoriano estava sofrendo tanto que não havia sido capaz de terminar o café da manhã antes de estar ali, deixando assim seu estômago vazio apenas com água, aspirina e café.

Inês que visualizou ele de costa para ela, ainda descendo a escada, suspirou nervosa. Victoriano parecia grande demais naquele momento, e não que nunca fora assim. Desde que o havia conhecido ainda moço seu físico havia sido de um homem alto e forte, assim, com essa sua condição física fazia impor sua presença em lugares com pequenos esforços, que, mesmo sem falar ou manifestar alguma ação sua presença não passaria despercebida nunca. Como ali.

A presença de Victoriano ali, fazia Inês suspirar sob vários sentimentos. O primeiro de todos era sua decisão em ter que deixá-lo por não ter dele àquele momento o que ela mais necessitava. Sua obsessiva proteção e ações negativas, tirava dela o desejo de estar em seus braços como deveria.

Victoriano então virou rapidamente assim que ela esteve ao meio da sala. Ele a mediu com o olhar e teve vontade de agarra-la. Estava com uma saudade absurda e até humilhante quando só a tinha longe algumas horas. Por essa razão, estava ali decidido acabar com aquela distância.

—Victoriano: Morenita.

Ele falou primeiro. Inês já parada á frente dele, suspirou mirando-o nos olhos. Os olhos tão verdes e claros que ela amava tanto contemplar, miravam os dela de um esverdeado mais escuros e cristalinos de uma tristeza evidente.

Ela então levou ar ao peito e disse.

—Inês: O que faz aqui Victoriano? Já dissemos tudo ontem e minha decisão não vai ter volta, se é por isso que está aqui.

Ela cruzou os braços frente ao peito. Ação que demonstrava sua defensiva. Se protegia da vontade de se jogar nos braços dele e ela mesma pedir uma volta. Tinha medo sim de tal ação, pois não o deixava por falta de amor e desejo. O deixava por excesso de amor-próprio e por estar ferida. Não podia mais permitir que ele seguisse tratando-a como uma mulher que seria até o fim de seus dias débil demais, necessitada de controle como uma eterna enferma. Não seria mais vista como o caos dele e toda à família.

Victoriano respirou fundo se aproximando dela, ao dizer.

—Victoriano: Por que tanta agressividade, morenita? Eu, eu vim em missão de paz. Eu vim tentar que reconsidere e que volte para nossa casa.

Ele então foi direto sem se importar que o que pedia já tinha levado uma resposta também direta.

Inês negou rapidamente com a cabeça, antes de verbalizar sua resposta.

—Inês: Não posso reconsiderar, Victoriano. Sabe o porquê de minha decisão. Não deveria estar aqui e colocar Diana Maria em uma posição difícil.

Ela ergueu o olhar. Estava vestida de preto e pronta para deixar a casa quando ele saísse. Victoriano então, tocou em um braço dela, uma mão subiu até o ombro e a outra foi até seu rosto.

Inês fechou os olhos com o toque. Victoriano sentiu que acariciava uma gata, uma gata que estava arisca e que ele deveria amansa-la outra vez. Outra vez porque já tinha feito aquilo.

Assim então ele disse manso, mas insistindo no que queria.

—Victoriano: Pegue suas coisas, vou te levar para nossa casa, morenita. Vamos resolver tudo que está acontecendo, eu prometo.

Ele se aproximou quase a beijando e então Inês se afastou. Moveu rápido o corpo como se tivesse tomado um susto e Victoriano bufou com a rejeição.

—Inês: Não. Não.

Ela andou para outro lado da sala se distanciando dele, e voltou a falar com irritação na voz.

—Inês: Eu tenho alguns compromissos essa manhã, e sei que deve ter os seus, Victoriano, então é melhor que vá, porque não vou regressar com você!

Victoriano a olhou nervoso, e não se conteve quando disse.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

—Victoriano: Que tipo de compromisso? Onde irá Inês?

Ela empinou o nariz antes de responde-lo.

—Inês: Irei fazer o que não quer fazer por mim. Irei começar a minha luta sozinha para chegar a uma verdade que para mim é importante, Victoriano. E também devo me cuidar, e será como eu quero não mais como você quer!

Victoriano franziu a testa, seu rosto já tomava o tom de vermelho, que entendendo o que ela dizia, a respondeu ríspido.

—Victoriano: Por Deus, Inês! Deixou nossa família por algo que te cega por que dentro de você existe essa falta! A falta de nosso filho!

Ele chegou rápido perto dela, tomou-a pelos braços e seguiu.

—Victoriano: Eu vou na delegacia. Vamos juntos. Já disse que irei voltar com as buscas, mas também posso te dar algo mais, morenita. Se quer um filho. Façamos ele. Façamos ele.

Nervoso, ele a beijou, alcançou os lábios dela tempo suficiente para Inês assimilar o que ouvira. Depois ela o empurrou com as mãos, e o gritou furiosa.

—Inês: Agora quer um filho? Não sou mais incapaz de gerar um filho seu Victoriano? O que aconteceu com o laudo que precisou para mentir sobre minha sanidade?

Victoriano, sentiu a veia de seu pescoço pulsar mais rápido quando ouviu aquela acusação ressentida. Ele passou a mão na cabeça nervoso, e depois a encarou e respondeu, sério.

—Victoriano: Eu fiz isso por amor! Por amor e para te proteger!

Ele a apontou depois de falar. E Inês torceu os lábios ao dizer.

-Inês: E eu não queria e não quero essa proteção! Agora vá. Não é certo o que estamos fazendo em uma casa que não é nossa.

Ela cruzou os braços e virou o rosto, e Victoriano bufou retrucando em seguida.

—Victoriano: Volte comigo que isso acaba!

Ela o olhou rápido.

—Inês: Não!

Os dois então nervosos se encararam prontos para mais uma réplica, quando Diana Maria apareceu e ambos ficaram em silêncio.

—Diana Maria: A mesa com nosso café da manhã está pronta. Fica para tomar café conosco, Victoriano?

Victoriano negou com a cabeça com raiva, enquanto ao mesmo tirava algo do bolso.

—Victoriano: Não, Diana Maria, obrigado. E seu carro, Inês, já está lá fora. Vim com ele.

Ele mostrou a chave do carro de Inês o que fez ela lembrar que na noite da festa de Constância ele tinha prometido a ela o tal presente, que com só uma ligação ele garantiu a compra. Ela então suspirou. Não pegou a chave mas Diana Maria, sim, que disse.

—Diana Maria: Volte com um dos carros de Vicente, Victoriano, ele guarda as chaves no escritório dele.

Victoriano assentiu com a cabeça, ainda mirando Inês.

—Victoriano: Era isso mesmo que eu iria pedir.

Ele então logo depois saiu em busca de uma chave que o colocasse dentro de um carro e fora dali.

Inês de pernas bambas se sentou rapidamente em um dos sofás, tocou a testa em angustia e não aguentou e se deixou levar pelas lágrimas.

—Inês: Por que ele é tão teimoso? Por que não pode simplesmente me dar um voto de confiança dessa vez?

Ela então falou chorosa para Diana Maria, que se sentou ao lado dela.

Longe dali, Carlos Manuel estava tenso. Tomava um café quente no meio de sua cozinha enquanto lembrava de Inês. Estava preocupado, desconfiado e até se sentindo culpado em relação à senhora que ele se aproximou mesmo sendo advertido diversas vezes que não fizera. Inês havia deixado o apartamento dele visivelmente abalada e pior, levando com ela fotos dele. Fotos que ele só notara a ausência horas depois.

Agora se via com a consciência pesada, ao mesmo tempo em desconfiança. Apesar de seus sentimentos nobres e aparentemente retribuídos, não tinha dado o direito à senhora de invadir assim sua privacidade levando consigo fotos de sua infância.

Ele sabia que teria que tomar providências o quanto antes perante o que tinha acontecido, e faria isso quando chegasse à clínica.

Naquela manhã teria mais um dia de trabalho e aprendizado, também incluía uma paciente em especial nele, o que para Carlos Manuel era um bônus para buscar meios de consertar o que parecia errado.

Assim deixou a caneca no balcão pegou sua maleta, um jaleco e saiu do apartamento.

Loreto já tomava uísque, quando entrou no seu escritório. Passou rápido deixando o copo sob à mesa, depois abriu uma pasta de couro contendo outra dentro. Nela existia documentos, arquivos e mais arquivos de anos vividos de uma criança que se tornou um homem, distante de seus pais.

Não havia tempo a perder quando notou que Inês tinha a verdade escancarada nas mãos. Ele teria que jogar com a arma que tinha, quanto Bernarda, que não se atravesse intervir-lo .

Na fazenda, a velha senhora despertou infeliz e insegura até reconhecer qual terreno pisava. Notou então que Inês deixara a casa e que mesmo que tivesse em mãos as malditas fotos que tentou toma-las, ela tinha contra si mesma sua constante instabilidade que colocaria em cheque qualquer argumento seu.

A senhora tomou fôlego quando se viu tendo a oportunidade de tomar seu lugar na fazenda e na casa por inteira. Se Inês viesse piorar, só traria a ela o posto que um dia lhe havia sido roubado. Antes era apenas uma guerra de ego, quando viu Inês passar pela primeira vez pelo portão da fazenda, com os anos o ódio tomou conta quando a viu tendo tudo o que não merecia.

Ela então parou no meio sala, tocou um quadro . Uma pintura linda, uma arte raríssima e valiosa estava bem ali no meio da sala, para Bernarda áquela arte tinha que ser valorizada e uma mulher vindo do nada como Inês, não podia dar o valor que realmente tudo aquilo que a cercava merecia. Bernarda via assim, Inês como uma medíocre além de uma completa enferma.

—Adelaide: Já está se sentindo a dona daqui, não é sua vigarista?

Adelaide falou aparecendo ali no meio da sala, em seu posto, totalmente alheia momentos antes do que tinha passado na sua ausência na casa. Situação que Adelaide se culpava por não ter estado ali e impedido Inês de ter deixado a casa.

Impediria para que não tivesse que estar testemunhando o que agora via: um sorriso soberbo na boca de Bernarda.

—Bernarda: Ora, ora, quem apareceu por aqui.

Ela andou devagar até Adelaide. A mediu da cabeça aos pés. E Adelaide disse em tom de raiva.

—Adelaide: Vim cuidar das meninas, e de Victoriano enquanto Inês não volta. Porque ela irá voltar Bernarda. Fique ciente disso!

Bernarda riu, fazendo a senhora a olhar com mais raiva.

—Bernarda: Ela irá voltar apenas para voltar para o lugar que nunca deveria ter saído, querida Adelaide.

Ela andou se afastando dela. Adelaide torceu os lábios de lado e disse.

—Adelaide: O que quer dizer sua víbora?

Bernarda se virou para ela, e a respondeu.

—Bernarda: Inês está tendo atitudes que demonstram seu descontrole, como deixar dessa maneira a casa... Some 1 mais 1 e saberá onde Victoriano a colocará em breve.

Adelaide ficou vermelha, mas quando foi responder avistou Constância.

A jovem ainda vestia um pijama, assim então Adelaide se apressou a dizer.

—Adelaide: O que faz ainda em casa menina? Deveria estar na aula.

Constância deu de ombros enquanto seus olhos passaram da Nana delas, para Bernarda . Assim então ela andou em uma direção, dizendo.

—Constância: Meus pais estão se divorciando. Minha mãe deixou essa casa. Eu não tenho animo para nada, Nana.

Buscando um abraço de Bernarda, ela teve, encostando assim a cabeça no peito da senhora.

—Bernarda: Oh, minha querida eu estou aqui para você.

Bernarda acariciou os cabelos dela depois que falou.

Victoriano chegou na empresa calado. Rumou em direção a sua sala, e quando sentou por trás de sua mesa em sua confortável cadeira, ele respirou pesadamente.

Diana que o esperava aparecer, entrou apressadamente pela porta e dizendo.

—Diana: Te esperava papai! Não te vimos no café da manhã, quando chego, não estava, Cassandra e eu estávamos preocupadas!

Ela andou até a mesa dele. Victoriano desapertou a gravata, sufocado com ela. Tudo parecendo sufocante demais.

—Victoriano: Já estou aqui, então já podem parar de se preocupar comigo.

Ele então a respondeu azedo. Diana suspirou e o respondeu.

— Diana: A mamãe vai voltar papai. Eu sei que vai e isso de divórcio será esquecido.

Victoriano riu sem vontade e viu sua filha mais velha puxar a cadeira para sentar-se . Ele então suspirou se deixando por alguns segundos se ilusionar pelas palavras que ouviu, disse.

—Victoriano: Acha mesmo isso?

Diana assentiu com a cabeça, quando disse.

—Diana: Claro. Nada justifica o pedido dela porque eu sei que se amam. O senhor só tem que agrada-la como todo homem apaixonado faz. Dê a ela o que ela quiser, e isso resolverá, papai. Eu acredito nisso.

Victoriano suspirou outra vez. Diana não fazia ideia o que a mãe queria muito menos o motivo da decisão dela. Ele então se ajeitou na cadeira, dizendo.

—Victoriano: O que ela me pede vai além do que eu posso fazer, Diana. Fazer o que ela quer, me faz atestar o que não quero. Também fiz algo que a magoou...

Ele se levantou do lugar, Diana o seguiu com os olhos, e depois disse baixinho.

—Diana: O que senhor fez?

Ele se virou para ela, decidindo confiar em sua menina e então foi sincero.

—Victoriano: Ela queria mais filhos e eu não, assim tomei uma decisão sem ela saber o que por minha culpa mesmo ela soube.

Diana o olhou confusa e recordando de algo.

—Diana: Não imagino qual decisão foi, mas sobre esse assunto de filhos, lembro que quando viajou, ela nos revelou em uma bebedeira...

Victoriano sorriu não muito feliz quando revelou.

—Victoriano: Essa minha viajem foi uma fachada. Viajei para me submeter a uma vasectomia e ela descobriu, filha.

Diana ficou calada assimilando o que ouviu.

Inês estava dentro de um carro. Não era o que tinha ganhado de presente de Victoriano, e sim um que pertencia à Vicente e Diana Maria. Um peão de seus compadres dirigia para ela. Assim enquanto era conduzida para o lugar que desejava ir, tentava fazer uma ligação com um celular que trazia com ela. Sem sucesso por inúmeras vezes, discou outro número que sabia de cor.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Quando ouviu uma voz conhecida, ela disse.

—Inês: Graças a Deus é você, Adelaide.

Adelaide bufou do outro lado da linha e disse.

—Adelaide: Graças a Deus nada, Inês. Nada! Trate de voltar pra essa casa agora mesmo. Isso aqui tá um caos menina.

Inês fechou os olhos e não quis discutir sua decisão naquele momento ainda mais por telefone, assim então ela disse.

—Inês: Eu gostaria de falar com Constância ou ao menos deixar um recado para ela Adelaide. Prometo que com mais tempo e de outra forma você e eu conversaremos.

Adelaide bufou quando disse.

—Adelaide: Não vai gostar o que vai ouvir, mas Constância agora está se consolando nos braços de Bernarda e isso porque deixou essa casa, menina. Eu ainda não estou acreditando que isso é verdade!

A senhora tocou a testa e depois os cabelos grisalhos. Inês sentiu seus olhos inundar de lágrimas. Sentiu tristeza mas ao mesmo tempo raiva e ciúme. Ciúme da aproximação que Constância tinha com Bernarda e raiva por saber que Victoriano tinha permitido a permanência da senhora na casa, e ainda assim ter ido busca-la na casa de Diana Maria. Era um cúmulo, uma afronta à sua razão e verdades.

—Inês: Então essa mulher está aí e com minha filha.

Adelaide sentiu arrependimento por ter contado como tinha feito. Na verdade, estava mesmo sob o efeito da indignação de chegar na casa e não ver sua querida Inês qual a queria como filha e a culpa de não ter passado à noite na casa, e ter podido assim intervir em algo, acreditando severamente que teria tal poder de persuasão.

—Adelaide: Está, mas ela pode sair se você voltar.

Inês torceu os lábios, ao mesmo tempo sentiu uma lágrima descer no rosto.

—Inês: Não quero. Talvez ela seja o que todos precisam aí. Diga a Constância apenas que desejo falar com ela, por favor, Adelaide.

Segundos depois ela desligou a ligação, e em seguida se viu à frente da Clínica de Santiago.