Deus Salve a Rainha.

Pode ser um belo começo...


Afonso e Catarina se olharam, pareciam querer dizer algo, mas não puderam. Amália e Augusto logo apareceram.

—Afonso, o que foi... -A plebeia queria saber o que o namorado tinha feito, o porque dele ter corrido para socorrer Catarina, o porque dele ter deixando-a sozinha.

—Catarina, minha filha. -Disse Augusto.

A princesa limpou o rosto, ela estava tão confusa. Confusa com seus sentimentos e a presença de tantas pessoas ali lhe desconcertava.

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—Meu pai, o que está fazendo aqui?

—Depois lhe explico, agora você deve me dizer o que lhe aflige.

Ela respirou fundo.

—Mamãe.

Não foi preciso de mais palavras, Augusto abaixou a cabeça e assentiu.

Afonso estava calado, Amália lhe olhava cobrando alguma resposta, mas ele não as tinha. Ou tinha e não queria falar. Augusto se aproximou e apertou sua mão, em respeito.

Obrigada, Afonso. —Disse Catarina num sussurro, olhando para o chão.

Ele levantou os olhos.

—Eu lhe prometi.

Ele levantou os olhos e encontrou os dele. Olhando-se eles lembraram de tantos momentos, tantas memorias voltaram. Catarina assentiu, olhou para as crianças que comiam alheias a tudo aquilo, sorriu, aquela imagem lhe trazia paz. Virou-se para o seu e pai e o questionou:

—O senhor sempre soube?

Antes que o rei lhe responde-se vozes foram ouvidas, seguidas por gritos.

Não LUCRÉCIA, VOCÊ ESTÁ LOUCA! PARE DE ME BATER MULHER!

—LOUCA? EU? MEU AMOR, EU ESTOU MUITO LUCIDA! LOUCO É VOCÊ! Fica espiando a pessoa.

Catarina segurou a gargalhada. As crianças perceberam a movimentação e olharam com curiosidade. Lady Lucrécia apareceu toda descabelada batendo em seu esposo. Rodolfo tentava se esquivar dos tapas, mas, uma grande parte deles batiam nele e doíam. As crianças começaram a rir, foi a deixa que Catarina, Augusto e Afonso esperavam. Eles caíram na gargalhada. Os sentimentos confusos foram esquecidos. Lágrimas ameaçavam sair dos olhos da princesa. Afonso estava tão distraído que nem percebeu que a encarava com paixão. Até que Amália deu um tapa em seu braço.

Ele, enfim, a olhou. A plebeia estava seria. Parecia querer chorar, ou gritar.

Aos poucos todos foram se acalmando.

As crianças foram conduzidas até seus quartos.

—Princesa Catarina, quando a senhora virá novamente? -Perguntou um menininho, Alberto.

—Logo, logo, até lá vocês já estarão com as novas espadas. 0Disse animada.

O menino assentiu, sorrindo.

Catarina sentiu seu vestido ser puxado e olhou para o lado, se deparando com Lucy.

—Olá Lucy.

—A senhora vai voltar, não é?

Catarina se abaixou, ficando da altura dela.

—Irei. -Ela levantou os olhos para Afonso. -Promessas não podem ser esquecidas.

A menina a abraçou e entrou correndo no casarão.

—Eles parecem gostar muito de ti. -Apontou Afonso.

Ela sorriu.

—Eu também gosto muito deles. São muito espertos, não posso deixar que sejam destruídos por terem tido azar no destino. Eles não serão.

—Vejo que o reino investe muito no orfanato.

Catarina sorriu, malandra.

—Eu invisto. -Olhou para Amália. -O meu dinheiro, o dinheiro que gentilmente você quis que eu doasse inteiramente para o povo de Montemor. Está aqui. O que acha?

Amália engoliu o ódio.

—É uma bela ação.

—Obrigada. -Respondeu cinicamente. -Acho melhor voltarmos para o castelo. As crianças precisam descansar. -Disse seria.

Lucrécia queria falar algo, mas não disse nada. Rapidamente os cavalos ficaram prontos e eles partiram. Catarina olhou para Rodolfo e Afonso. Um pequeno sorriso surgiu, fazendo com que Amália estremecesse de raiva. Será que essa princesa não tem decência, ficar paquerando o homem dos outros na cara dura!, pensava. Afonso nem percebeu a agitação ao seu lado, seus olhos estavam em Catarina.

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—Vamos? -perguntou, de repente aos irmãos.

Rodolfo olhou para o irmão, com diversão, um olhar que Afonso não recebia a algum tempo.

—Só se o Afonso estiver preparado para perder.

Afonso gargalhou.

—Espero que você esteja, irmão. -Provocou.

—Veremos.

—Oras, ambos devem se preparar para perder.

—É mesmo, por que?

Catarina abriu um sorriso sagaz, e atiçou seu cavalo que logo correu, deixando-os para trás. Augusto riu e Rodolfo mexeu o rosto, negando.

—Você não deveria ter perguntado isso... -Disse seguindo a princesa.

—EI ISSO É TRAPAÇA. -Gritou Afonso, seguindo-os, esquecendo Amália.

Lucrécia sorrio e foi acompanhada por Augusto.

—O que eles estão fazendo? -perguntou Amália, um pouco azeda.

Lucrécia fechou o sorriso, seu humor mudou.

—Oras, estão se divertindo. Em Alcaluz, isso se chama corrida, de onde você veio não existe tal brincadeira? -Antes que Amália dissesse algo, Lucrécia continuou. -Opa! Acho que existia sim, mas você deveria está ocupada ficando noiva de algum comerciante... Coitado dele.

Amália estava sem palavras.

—Bom, vou acompanhar o meu, adorado e amado, irresistível, esposo. Fique bem, mas, cuidado!Você pode tropeçar no seu veneno, onça.

Augusto franziu a testa.

—Onça?

Lucrécia o olhou, confusa.

—Eu disse onça? -Perguntou ao rei, ele assentiu. -Perdão, quis dizer naja! Não, não, não, uma naja é um animalzinho que não merece ser comparado a você. Sinto muito, por te ofender, senhora naja, que você fique bem esteja onde estiver. No seu veneno seu... SER! Isso, seu ser!

O cavalo dela logo ganhava velocidade e se afastava deixando uma Amália irritada (e confusa) e um Augusto risonho. Logo, alguns guardas apareceram para acompanhar o rei e a Amália foi deixada ainda mais de lado. Ruim? Péssimo, para ela.

°

Catarina ainda riu enquanto descia do cavalo, no pátio do castelo. Logo, Rodolfo surgiu, sendo seguido de Lucrécia. Ambos riam. Afonso, surpreendentemente, foi o ultimo.

—O que ouve? Se perdeu? -perguntou Rodolfo irônico.

Lucrécia riu.

—AAAAAAAAA UMA COBRAAAAAA! -Tentou gritar enquanto gargalhava.

—Isso, riam enquanto podem, seus trapaceiros. -Disse fingindo está magoado.

-Trapaceira? Eu? -Questionou Catarina, fingindo inocência.

Afonso se aproximou, perigosamente.

—Sim, você! Sua ladra.

—Quanta audácia, como ousa? -Se fingiu de magoada.

Afonso riu.

Catarina perdeu o ar por um instante.

Ele se aproximou mais, suas mãos foram para a barriga dela, ele a tocou de uma forma que fez com que ela risse, não, gargalhasse. Cosquinha.

—Pare com isso! -Dizia entre risos. -Como ous... -Ela já chorava.

Eles estavam tão concentrados na própria diversão que não perceberam que deixaram Rodolfo e Lucrécia de lado, ou não viram que ambos já estavam grudados, nos braças um de outro. Afonso abraçava Catarina enquanto sua mãos faziam a tortura.

—Socorro! -Tentou falar em uma gargalhada.

Lucrécia e Rodolfo se olharam. A mulher foi abraçada pelo marido e eles se afastaram um pouco, admirando a cena.

—Seria um belo fim.

—Fim? -Questionou o homem.

—Sim, eles parecem se amar.

—Pois, lhe digo que seria um belo começo!

—Seria sim...

Rodolfo olhou para o irmão. Afonso estava tão livre. Não parecia aquele rei controlador e que queria tanto a liberdade. Liberdade para amar, para escolher, para viver. Mas, até a própria liberdade tem seu preço, até a própria liberdade é uma prisão. Contudo, ali, naquele momento, ele parecia livre. Verdadeiramente. Com Catarina em seus braços chorando de rir.

Seria uma bonita história... -Sussurrou.

Eles ainda riam quando a comitiva chegou, com o rei e Amália. Os homens logo foram para a academia. Assim que viu Amália, Afonso tentou se controlar, controlar o riso.

—Afonso, meu amor. -Disse se jogando em seus braços, Catarina engoliu em seco e, para disfarçar, abriu um pequeno sorriso. -Como me deixa sozinha?

—Você não estava sozinha. -Disse Catarina.

Amália a olhou, com raiva.

—Estou falando com Afonso.

—Catarina está certa, você não estava sozinha. -Disse serio.

Catarina segurou o sorriso que queria se abrir.

Amália o olhou, confusa, ele estava defendendo Catarina? E por que ambos tinham sorrisos bobos no rosto? O que estava acontecendo?

Vejo que estavam se divertindo. -Disse venenosa.

—Sim, eles estavam, foi uma bela corrida. -Disse Lucrécia. -Uma pena que Afonso tenha perdido!

Afonso soltou uma gargalhada.

—Trapaceira. -Disse.

—Eu? Como poderia? -Perguntou cinicamente, arrancando risos de Rodolfo e Caarina.

A cada minuto Amália se sentia mais excluída.

—Catarina, você andou chorando? -perguntou Augusto preocupado. -Está vermelha.

Lucrécia e Rodolfo explodiram em risadas.

—A culpa é de Afonso! -Acusou.

Augusto o olhou, confuso, mas o homem apenas sorria.

—Oras, rei Augusto, o senhor sabe que Catarina não aguenta nada, quem dirá as minhas cosquinhas.

Augusto riu, eles estavam, claramente, brincando. Pareciam crianças.

—INJURIA! Como ousa, seu principezinho metido? -Questionou tentando passar seriedade, mas um sorriso aparecia ao final de cada frase.

Afonso se aproximou dela.

—Princesinha aqui é você.

—Oras.

Ele ficou de frente a ela, ambos esqueceram-se, novamente, que havia alguém ali.

—Oras, o que? -Confrontou.

Catarina não abaixou a cabeça.

—Não sabia que tinha se tornado tão arrogante.

—Arrogante, eu?

—Sim! Você, por que?

—Isso é uma injuria!

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—Então estamos empatados.

Eles se olhavam, sérios. Augusto chegou a pensar que eles estavam verdadeiramente discutindo, Amália ficou animada com a situação. Tão sérios, e então começaram a rir. Alto. Um sorriso surgiu no rosto de Augusto.

—Meu amor, podemos entrar? -Amália interrompeu o momento.

Confuso, Afonso assentiu.

—Até logo. -Disse Lucrécia. -E, Amália, não se esqueça do meu aviso, cuidado no veneno! -Disse sorridente, como se falasse do dia.