https://youtu.be/FxchcNLWpH4?t=495

It’ri é a casa dos anões. Um lugar autoritário, com regras muito estritas. Quem entra, quem sai, é monitorado e averiguado. Não se é possível ir em todos os lugares, mas desde que haja reputação e algo bom para o câmbio, como bons anões, eles aceitam. Aqueles que não possuem identificação? Não entram.

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Antigamente eles estavam sempre viajando como nômades, sem uma terra, brigavam com todo o resto, afim de prestígio e recursos das outras regiões. Mas, depois da grande primeira guerra, It’ra, nomeado por eles, e escolhido por eles, tornou seu lar. Em acordos, se aliaram ao norte e ao leste. O norte lhes dá a força, e o direito de lutar pelo o que querem, o leste lhe oportuniza a troca de trabalhos e recursos. Foram eles os responsáveis pelas construções de Atl’an e Ghi’lea.

— Uhmm... — Aqua devagar abriu os olhos, o barulho de martelos no metal e a luz forte em seu rosto, o acordaram. Mesmo que, já fazia tempo que ambos estavam ali, só agora que o ambiente foi incomodá-lo. Assim que conseguiu enxergar melhor, e menos sonolento, ele olhou ao redor. Observando onde estavam. Era um lugar diferente de onde ele estava ontem. O cheiro, o ar... ele não estava mais em Atl’an, disso sabia.

“ Ainda bem que ele acordou. Já não aguentava mais ficar carregando-o de um lado para o outro... Não pensei que imaginaria isso, mas, que saudades de quando ele era pequeno. “ — Aya estava de pé, atrás de Aqua, que até então dormia em um banco de praça. O maior deu um pequeno sorriso ao ver que Aqua olhava para os lados sem entender e procurando-o.

— A-ai! — Exclamou Aqua. O barulho do pequeno tapa na nuca foi alto pela fraqueza que lhe foi dado. Aqua em seguida olhou para trás, vendo quem ele queria e procurava. — Por que você está ai?

— Porque eu quero. Arruma esse cabelo desajeitado e vamos logo. — Aya pegou a sua mochila, e já tomou a frente. Com passos lerdos para não se distanciar do outro, que rápido passou a mão sobre a franja e também vestiu a mochila, já tomando o passo e alcançando Aya.

— Onde a gente vai? — Indagou, enquanto olhava cada coisinha ao seu redor. Aqua sempre foi muito curioso, e a cada lugar novo que vai, seus olhos brilham com o desconhecido e o deixa muito entusiasmado.

— Num “amigo”. — Ao falar para onde iriam, Aya não deixou de utilizar um tom mais sarcástico. Aqua o olhou não entendendo muito bem, mas também não deu importância, já que ele estava curioso sobre o som dos martelos que ouvia. Estavam longe, mas altos num eco que pareciam estar pertinho.

[...]

Ambos chegaram no centro comercial. Só que diferente de todos os outros lugares que Aqua tinha ido. Nesse havia algo que lhe chamava muito atenção. A altura das bancas, e a grande mistureba entre forja e roupa e alimento e produtos locais. Sem contar que, era bem pouco as bancas focadas em magias. Era como se tudo girasse em torno do metal, pedra, madeira, enfim, da forja das coisas. E realmente era. Não haviam muitos seres além dos anões, um cachorro aqui, um cavalo ali, búfalo em outro canto. Seres mais focados em serviços braçais. Tirando eles, o resto era tudo da altura de Aqua, os mais altos dos pequenos, mas alguns até menores que ele. Afinal, são anões. Ele tentava parar para encará-los mas Aya apressava o passo então ele tinha de fazer o mesmo. Quase no automático.

De repente o maior virou a esquina para a direita, Aqua teria perdido a visão que tinha dele por causa disso, então em trote acelerado ele virou a esquina com rapidez, mas deu de cara com algo duro e macio ao mesmo tempo. No susto e impacto ele tropeçou para trás e caiu de bumbum no chão. Aya estava em frente da coisa grande e pernuda que ele teria batido. Olhando-o mordendo o lábio inferior segurando a risada. Aqua corou e franziu o cenho, logo se levantando com rapidez e limpando as roupas com leves tapinhas, levando o foco de seu olhar para a criatura amarronzada. Ela era grande. Maior do que ele, até mais que Aya. Possuí três fortes pares de pernas musculosas, com cascos grossos. Um rabo, comprido, crina e franja como cabelo que ele mesmo tinha. Um corpo largo e comprido, fuço bem estruturado e narinas grandes. Aqua observava a criatura, até ignorando o que Aya fazia. Essa coisa era o maior animal que ele já teria visto. Curioso ele levou a mão lentamente para perto do rosto do bicho, aparentemente manso e que revidava o olhar curioso que ambos tinham um pelo o outro. Quando a ponta dos dedos tocou na pele grossa com pequenos pelos, ele deu um sorriso vendo que o animal não se importava com aquilo, até parecia gostar, o que fez que Aqua começasse a movimentar a mão com mais vontade, já tocando-o com toda a palma fazendo-lhe afago.

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— O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO COM MEU CAVATRÊLO? — Uma voz grossa e fina ao mesmo tempo, emburrada e alta tirou a atenção do pequeno, que olhou em procura, mas não viu nada em sua frente. — VOCÊ TÁ ME TIRANDO?! SEU MERDINHA! — O anão pegou Aqua pela gola da roupa, puxando e obrigando que ele o encarasse.

— Desculpa... eu... eu não te vi. — Disse Aqua, tímido com a situação e até um pouco assustado. Ele retribuía o olhar que o anão de cabelos brancos e barba lhe dava. Mesmo que quisesse, pelo leve medo que sentia.

— NÃO ME VIU?! MAS SEU MERDINHA DE MERDA! Só não lhe quebro a pau pelo retribuo. Tch... — O anão o soltou e virou as costas. Aqua pôde então olhá-lo melhor, ele era menor que ele, vestia uma armadura leve, e ele era meio... careca. — Esses merdinhas de hoje em dia. São tudo uns cagalhão grosso. Qualquer dia desses vou pegar meu martelo e enfiar no meio dos zóio. E AÍ DE QUEM NÃO QUISER LEVAR MARTELADA! EU MARTELO MESMO ASSIM...

Aqua continuava olhando, algumas palavras ele até não entendia, só sabia que ele xingava e muito. O anão se aproximava de Aya, mas do nada ele virou com tudo, olhando para Aqua que o encarava por trás.

— O QUE? VOCÊ AINDA TÁ ME OLHANDO? QUER SER O PRIMEIRO? SEU CU CAGADO? MAS EU TE QUEBRO NO SOCO VEM AQUI! — O anão começou a voltar o que tinha andado, indo na direção de Aqua que não deixou de dar uma expressão de espanto. Ele olhou para Aya que segurava o riso, e sem muita ideia ele correu até o maior. Ele tentou desviar o anão, mas com um movimento rápido ele o pegou pela gola de novo e o derrubou ficando por cima. — E agora? O que vai fazer? Altinho de merda? — Aqua olhava para aquele em cima de si sem entender nada. Do nada, risadas puderam ser ouvidas. Aya não se aguentava e mais, ele ria tanto. Era a primeira vez que Aqua ouvia a gargalhada que o dragão tinha. Ambos os menores, olharam-no em confusão.

— HAHAHAHAHAHA. — Inexplicavelmente a risada de Aya era doce. As vezes ele tentava colocar a mão no rosto para esconder seu sorriso que não era feio, mas talvez por costume ele tentava esconder.

— Mas do que caralhos você está rindo Aya? — O anão perguntou, arqueando uma das sobrancelhas.

— HAHAHAHAHAHAHA. — E ele continuava rindo, até mesmo uma lágrima escorreu de tanto que ele ria.

— Você conhece o Aya? — Aqua perguntou. Havia percebido que estes dois de alguma forma tinham contato. Talvez... este era o amigo que Aya havia mencionado?

— Quê? Você conhece esse merdinha Aya? E você pedaço de bosta? Conhece esse outro bosta? — O anão perguntou. Aqua o respondeu positivamente com a cabeça. Então o velho o soltou e direcionou sua atenção para o dragão que já estava começando a se controlar, parando de rir.

— Haha... desculpa. — Aya deu um enorme suspiro, como se com ele, ele conseguiria finalmente o controle de suas emoções de novo. — Esse é o Aqua, está comigo. E Aqua esse é o meu amigo que comentei.

— Êpa! Eu não sou amigo de ninguém. Seus merdas. Agora faz sentido, uma merdinha não sai longe da outra. É tudo do mesmo cu. — O anão foi até Aya e o olhou sério. Aqua se levantou e foi até perto de seu tutor, ficando acanhado segurando-o pela mão. — E outra coisa, por que estava rindo?

— Ah... porque... foi engraçado ver as reações de vocês e também porque me lembrei de uma coisa que aconteceu a muito tempo... — Explicou o maior. —Hahaha. — Aya começou a rir de novo, mas logo levou um soco do anão. Mas o soco não lhe fez efeito. — Okay, desculpa, mas se me bater mais uma vez e revido. — Grilfor o olhou, e então abaixou a cabeça em redenção. Aya se aproximou de um banco e sentou-se. Aqua não o soltava ainda, mas agora ele olhava ao redor. Era... um lugar cheio das mesmas criaturas que ele estava fazendo carinho até agora pouco.

— E o que você quer por aqui Aya? — Grilfor o perguntou.

— Preciso chegar em Yama. E sei que aqui é o melhor lugar para se ter um guia e boas montarias.

— Ah isso é verdade! — Grilfor deu um sorriso e estufou o peito orgulhoso de sua “tal” reputação. — Só que, o que você quer naquela porra de Yama? Sabe que daqui pra lá vai demorar pra caralho? — Aya concordou positivamente com a cabeça. — Então tá de boa, vou ter que ir falar com a muié. Se quiser me acompanhar, será bem-vindo.

— E os animais? — Aya perguntou.

— Ah eu tenho um filho da puta que cuida pra mim quando preciso sair. Monta em qualquer um ai e nós parte daqui. Não é muito longe. — Grilfor deu as costas e foi atrás de um de seus bancos para que pudesse montar na criatura enorme. Aya se levantou e olhou para Aqua.

— Você vai ter que montar em um. Eu não irei com você.

— Por que? — Aqua indagou. Retornando o olhar que recebia, porém o que ele dava era um pouco triste e chateado.

— Porque você tem que aprender, e isto é uma coisa básica. Agora escolha um, e monte. — Aya deu as costas.

— E co-como que eu monto?! Aya? — Aqua estava um pouco acanhado sobre a nova experiência. Tentou receber instruções, mas não o teve. O dragão se fez de surdo. Ignorando as chamadas que recebia. Deixando que Aqua se virasse sozinho.

O humano olhou todos os animais que tinham ali, mas nenhum lhe passou o aconchego e atenção que o primeiro que ele teria visto lhe deu. Então este era o escolhido. Aqua se aproximou para montá-lo, mas não tinha a mínima ideia de como subir em algo tão grande. Ele viu que tinha uma espécie de pano e assento sobre seu tronco, e que tinha um pequeno ferro bem mais a baixo,

“ É aqui que eu coloco o pé? “ — Ele tentou e o seu pé encaixou-se com a ferramenta. Mas e agora? O que ele teria de fazer? Ele tentou colocar e encaixar o outro pé, mas não conseguiu. Sem desistir tentou várias vezes e não teve resultados. Aya e Grilfor estavam montador já, e o observavam se longe. Ele estava quase desistindo, quando percebeu que o rabo do animal era comprido e por ali ele poderia se dependurar. E foi pra lá que ele foi. Aya segurou nos enormes fios, e então ele impulsionou o corpo e como se dependurado numa corda, ele tentou subir. Só que esta ação, resultou em um coice de raspão, que mesmo leve por ser um animal treinado, fez com que o garoto fosse jogado para longe, e tivesse sua perna machucada.

— A-AQUA?! — Gritou Aya, vendo que Aqua estava no chão, e com a dor do coice ele chorava, pondo as mãos sobre seu machucado.

— Eita porra. — Grilfor ficou espantado e preocupado, mas depois deu risada da situação.