Por amor mais uma vez

Capítulo 2


12h20

— Vamos?
— Claro, vou pegar minha bolsa.
O shopping é bem próximo da casa onde eles alugaram, então nem precisava do carro. Almoçaram, riram, e conversaram também. Há algum tempo estavam planejando comprar uma casa e morar juntos, mas Letícia era gerente de uma loja pequena na cidade de Zarangoza e a loja já não vendia bem há três meses, as coisas estavam cada vez mais complicadas. Daniel é engenheiro mas sempre tinha uma desculpa, as economias não eram suficientes, não havia recebido o pagamento, entre outras mentiras.
12h40
O celular de Daniel toca...
— Amor pede a conta, eu vou atender e já volto!
— Quem é? - ela pergunta.
— acena com a mão pedindo pra esperar.
O garçom chega à mesa com a conta, e passado 5 minutos Daniel retorna à mesa.
— Quem era? - ela refaz a pergunta.
— Meu patrão! - paga a conta - Obrigado.
— O Ricardo, à essa hora? O que ele queria?
— Que eu fosse à uma viagem como representante da empresa, e trabalhasse junto à uma equipe na construção de um monumento. - Ele fala se levantando - Vamos?
— Espera, mas quando é essa viagem?
— Hoje mesmo. Não posso perder de maneira alguma, vou ganhar um extra.
— Está me chamando pra ir com você?
— Não amor, você não pode ir, estou indo a trabalho. Estou te chamando pra voltarmos pra casa, tenho que fazer as malas rápido, o vôo sai às duas horas, daqui até o aeroporto são 40 minutos, tenho meia hora pra arrumar as coisas.
— Então quer dizer que você vai à essa viagem?
— Sim, estamos precisando de grana, não era você quem queria comprar uma casa? essa é nossa chance. - ele a beija de leve - agora vamos pra casa, temos pouco tempo.
Chegando em casa às pressas, ele começa a arrumar as coisas.
— Quando você volta?
— Isso eu não sei te responder, é uma obra muito demorada, questão de meses. Mas não se preocupa vou te ligar sempre que der, e sempre que precisar de mim me liga que eu te mando uma grana, não vou te deixar desamparada.
— A questão não é grana, eu não sei quando você volta, se ainda vai me querer quando voltar - Chorando - Você mudou muito de uns meses pra cá, o que tá acontecendo?
— Não está acontecendo nada, amor. Foi um imprevisto, acontece. Pelo menos quando eu voltar, nós iremos comprar nossa casinha em Zarangoza. Fica tranquila, ta? eu te amo.
— Eu também te amo. - se beijam - Se cuida, tá?
— Você também, tchau! - já dentro do carro, partindo para o aeroporto.
13h15
— Bom, o que eu faço agora? - Pensou - Que tal uma ligação para o sr. Ricardo? - risos.
— Alô?
— Oi Sr. Ricardo, tudo bem? é Letícia falando.
— Oi Letícia, aconteceu alguma coisa?
— Não, ainda não. Gostaria de saber, para onde o Daniel está indo?
— Dominic. Por quê?
— O senhor sabia que nós estávamos comemorando anos de namoro. Confere?
— Sim.
— Por quê o encaminhou para esta viagem, que seria logo hoje?
— Não o encaminhei, ele quem pediu. Eu já tinha escolhido outro engenheiro, não por ser melhor que ele, mas sim por não querer atrapalhar vocês. A empresa toda está de olhos atentos a essa construção, de alguma forma ele iria acabar sabendo, então me procurou e se ofereceu para o cargo.
— E o senhor aceitou?
— Sim, ele é um ótimo profissional, disse que estava precisando de grana, e que tinha que resolver problemas em Dominic.
— Ele falou que problemas?
— Não, na verdade ele conversa mais com o Syde, eles tem conversando bastante nos últimos meses.
— Ok, obrigada.
— Espero que tenha ajudado.
— Ajudou sim, não conte a ele que falou comigo.
Agora mais que nunca, havia algo errado acontecendo, e de uma forma ou de outra ela iria saber do que se tratava.

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