Passaram-se 30 minutos.

Foi difícil ter que suportar todos os olhares de espanto de todas aquelas pessoas dentro do metrô, mas Helena se manteve serena e temporariamente muda.

— Miga, fala comigo. — Halley se abaixa para conversar com Helena, que está sentada num dos bancos vazios. — Você ouviu o rádio da cabine do maquinista? Tem mesmo um caminhão tombado nos trilhos. E você tava prevendo tudo o que tava acontecendo aqui. Aliás, o que tá acontecendo com você?

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Helena não diz uma palavra, continua com a cabeça entre os joelhos, praticamente imóvel.

— Ela tá bem? Christine e sua irmã perguntam simultaneamente.

— Eu acho que ela precisa de espaço. — Halley sugere. — Vamos voltar para casa e esquecer isso tudo?

— Por favor senhorita. — Diz o maquinista. — se puder retornar ao seu lugar, vamos poder prosseguir com a viagem. — Os bombeiros já estão no local e conseguiram tirar o caminhão dos trilhos.

— Eu quero sair desse metrô agora! — Helena fica meio alterada. — Não me importa que eu precise ir andando pelos trilhos, mas eu não fico aqui nem mais um minuto.

— Miga se acalma! — Halley tenta confortar sua amiga ruiva. — Você tem que manter o controle. Olha o que você fez! Você salvou centenas de vidas.

— Não interessa!!! — Ela grita. — Abra a porra dessa porta, porque eu vou sair daqui.

— Mas foi você quem chamou a gente pra essa porcaria de passeio e agora tá dando uma de louca querendo ir embora? — Nick dispara.

— Cala a boca cara! — Paul se levanta. — Não tá vendo que ela tá nervosa?!

O maquinista abre as portas do vagão da frente, então todos os amigos de Helena saem atrás dela. Logo depois é possível notar outros dois jovens saindo.

Megan ouve seu nome sendo chamado e vira-se, então se depara com Richard, que corre na direção dela.

— O que você tá fazendo aqui? — pergunta. — Quando você pegou esse trem?

— Na mesma estação que vocês. Eu queria falar com você, mas fiquei nervoso. O que tá acontecendo com a Helena?

— É uma longa história, vamos sair daqui.

E todos seguem correndo pelos trilhos, atrás de Helena.

...

No local do incidente, um guincho puxa o caminhão pela lateral e consegue, finalmente, fazer com que todas as rodas toquem o chão. O motorista, com um corte na testa, está sentado na traseira de uma ambulância, e há um jovem deitado numa maca, dentro da mesma.

— Ele bateu a cabeça e ficou inconsciente, mas não foi nada grave. — Diz um dos paramédicos. — Ele pode acordar a qualquer minuto.

— Obrigado, mas a culpa foi minha, ele me disse que havia sido assaltado na estação do metrô. Eu fiquei meio apavorado e perdi o controle do caminhão. — Confessa o motorista.

— Está tudo bem senhor. Ele não teve nenhum traumatismo. Mas a pancada foi um pouco forte e ele acabou desmaiando. Foi um acidente. Não precisa se culpar.

Um policial, que também está no local, observa uma falha nos trilhos, causada pelo caminhão e conclui que se o trem passar por ali irá descarrilar tragicamente.

— Porra! Nos temos que avisá-lo. — Ele diz apreensivo.

Então corre para sua viatura, ao pegar o rádio para avisar a polícia que o trem não poderia mais seguir, ele ouve os ruídos das rodas metálicas girando sobre os trilhos. Sem mais tempo, ele corre para longe do carro, que é atingido em cheio pelo metrô, já descarrilado. Ele se arrasta por vários metros e todos os vagões, deslizando de lado, derrubam tudo o que está pela frente, como postes e árvores. Finalmente ao chegar no precipício, ele simplesmente desaba e rola por toda a ladeira, se tornando um amontoado de sangue e ferro retorcido.

...

— Que barulho foi esse? — Paul olha para trás. — Vocês ouviram?

— Será que aconteceu alguma coisa pra lá? — Myla pergunta.

...

Mais tarde...

A polícia já estava a espera de todos na estação. Eles foram levados para a delegacia, para um interrogatório.

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Todos estão na sala de espera, aguardando a chegada da delegada.

— Sou a agente Jill Perkins, e estou aqui só para esclarecer quaisquer eventuais dúvidas que eu possa ter sobre o que aconteceu.

...

— Você disse que teve uma visão, disse que um caminhão viria a cair nos trilhos e o trem o atingiria. Causando assim um acidente terrível.

Com uma timidez nada comum, Helena apenas balança a cabeça e confirma com um "sim" abafado.

— Você acionou os freios de emergência certo? E logo depois o maquinista do metrô recebeu um aviso de que devia parar o trem. Não é mesmo?

— Exatamente.

— Depois você e todos seus amigos sairam correndo pelos trilhos como um bando de loucos. — Jill dá um sorriso sarcástico. — Eu chamaria esse depoimento de ridículo, se o trem realmente não tivesse descarrilado na saída do túnel por causa da falta de atenção dos policiais, que disseram que o trem já poderia seguir viagem, pois o caminhão já havia sido retirado dos trilhos. Mas todos sabemos que dez toneladas de um caminhão com certeza abalaria a estrutura dos trilhos.

— Como é? Então foi por isso que ouvimos aquele estrondo enorme no túnel?

— Exatamente!

— Droga!! Eu não devia ter deixado aquele maldito continuar com a viagem! Eu tive a chance de salvar todas aquelas pessoas e não fiz. — Helena chora.

— Por favor Srta. Wilson. Mantenha a calma. Eu não vou te prender. — Jill fica desnorteada. — Eu vou acompanhá-la até o lado de fora. Sente-se lá e se acalme. Eu vou conversar com os outros.

...