Quando Aceitei Sua Proposta

Serpente de Vidro


Quando te peguei trêmulo no colo, enrolado nos lençóis brancos o trouxe ao peito com os olhos marejados, que junto a meu cansaço impediram de te contemplar devidamente porém jamais perderei a memória daquelas grandes íris amarelas a me encarar. Sem dúvida a amamentação é um ato muito íntimo entre a mãe e seu filho, um ato onde você distribui todo seu amor em forma do líquido vital e o bebê retribui de imensa forma mamando do seu proveito.

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Seus cabelinhos brancos ralos quase imperceptíveis por sua pele clara, o corpo pequenino ameaçando sumir por entre os panos e minhas lágrimas emocionadas escorriam lentamente devido o meu maravilhar. Tendo o recém nascido em meus braços e ainda a dor dilacerante do parto latejante por minhas pernas, sei que vou lhe amar e proteger lhe sempre; o cordão umbilical de sua vivência estará eternamente preso a mim.

O beijo demasiadamente distribuindo amor delicado porquanto acabara de adormecer, ainda estava cansada e exausta, não ouvi seu choro anunciando que havia sobrevivido ao parto devido acabar desmaiando no processo, apenas sei que estava contigo em meus braços e portanto nem tive tempo de me desesperar por ter pego tão diminuta vida. Deixo que o meu choro se torne voraz e verta com força transbordando todas as minhas emoções, encostei a cabeça na maca da sala iluminada.

Tinha real consciência de que o Suigetsu ainda vigiava me afinal se falhasse sofreria as consequências de seu capturador. De onde eu estava não possuía noção do tempo lá fora apenas sabia que estava a alguns dias enfurnada para que o parto próximo se realizasse com perfeição, ele não aceitaria nada menos que isto.

Senti a presença familiar devido o chakra inconfundível e supus que adentraria a sala, porém equivoquei-me quando entrou na divisão envidraçada ao lado e por breves minutos moveu os lábios inquisidor e fora sanado da mesma maneira pelo ser de cabelos brancos, se retirando no mesmo instante. Para ele nunca importava os meios somente se tivera êxito ou não com suas ações e reações.

Conseguia esquecer me de tudo o resto quando estava contigo, não cogitei raciocinar sobre o fato que me fez lhe gerar e tampouco isso parecia importar por te lo com vida em meu leito. Demorado a hora da refeição, pude finalmente me alimentar generosamente com o que me serviram.

Novamente a maravilhar toquei o com os dedos trêmulos devido sua fragilidade. Todo o tempo gestante que permaneci foi ansiedade para que logo este dia chegasse, o dia em que finalmente poderia conhecer o fruto do meu ventre. Observando sua doçura, indefesa e transparência por ver as veias roxas por seu corpo conceituei um prenome de imediato em minha mente; serpente de vidro, astuto como o pai e ferino, delicado como um vitral.

Há tanto estava esquecida daquela bendita queimação dolorida que mal acreditei quando a senti por meu pescoço denunciando a presença no recinto, tão silencioso adentrou e ao longe observou me com as íris amarelas ameaçadoras. O barulho arrastado do seu andar e a pose molenga trazendo o corpo juvenil de sempre envolto pelo kimono claro contrastando com a pele pálida e os cabelos negros em cascatas.

Rangi os dentes com a dor aguda que me dominava conforme se aproximava e não desviei o olhar porém instintivamente encolhi um tanto sobre a cama; lambeu os lábios em sua expressão costumeira com a língua viscosa. Percorreu da criança para mim e vice versa claramente se questionando do motivo dos fios claros sobre sua cabeça sendo que predominava os fios negros escorridos.

Não aguentando apertei a jugular e tal ato o fizera retirar de mim o embrulho ligeiramente. Seus olhos brilharam ao observar a criança e ergueu o para examinar devidamente, me questionei se sabia segurar um recém nascido ao ouvir choro baixo e clamoso. Ainda demorou para devolver e o pequeno já se encontrava vermelho pela força lamuriosa.

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—Você fez um bom trabalho! —Sua voz rouca arrepiou me tão precisamente quanto a língua molhada que deslizou por meu rosto até a orelha. Não esperava tal frase vinda dele e não pude evitar me aquecer, isso era o máximo que eu receberia de satisfação por parte do ofídio.

Tão acostumada a sua frieza e apatia não cogitaria que realmente acontecera uma relação carnal, caso não tivesse vívida as memórias da consumação. Tamanha felicidade senti naquele dia quando fui questionada se aceitava ser sua cópula afim de gerarmos uma vida de nossos genes, irradiei alegria pela oportunidade em mesclar minhas habilidades.

Porém ainda não sei suas intenções para com nosso filho e desejo não me arrepender quando descobrir.

Passado os tempos conforme lhe criava tinha desejo de retornar a Vila da Folha porém a Vila do Som é bela a sua maneira e um ótimo lugar para lhe criar, meu filho. Quando, nas raras vezes em que eu e o seu pai caminhávamos e lhe carregava ao colo, ficava afastada os observando encantada pois eram os dois amores da minha vida. Desde pequeno já se parecia com o progenitor e seu destino muito promissor.

Amava estar junto dos que me faziam se sentir realizada, a convivência com o moreno claramente não era das melhores porém eu o amava e ele me suportava, talvez por intermédio de que a criança precisaria de minha presença e que se me ausentasse, ocasionaria dificuldades em seu desenvolvimento. Seu pai parecia uma pessoa normal enquanto estávamos juntos pois na aldeia fundada por ele, ninguém ousaria o inquirir de algo ou tentar o impedir; e na vez que tentei realizar isto por ser conjugue dele, eu quase te perdi da maneira mais horrenda possível.

Pois obviamente deseja explorar lhe ao máximo suas capacidades e habilidades, tento evitar seu início nos treinamentos precocemente para que fosse possível criar uma vida longe das calamidades mundanas; mesmo sabendo que seria iminente já que se tratava das vontades do sannin, obviamente era para se tornar um ninja e ninjas não eram ausentados mas sim inclusos. Tento não me preocupar, conheço a sagacidade e fama de seu pai, portanto herdará e descobrirá todo seu poder adormecido. Se for para ingressar na academia, que conquiste os melhores títulos com seu empenho e supere seu pai que cedo manifestou admiração nas pessoas ao redor.

Confio em ti, meu pequeno! Será poderoso e viverá para que deixe as pessoas admiradas pelo legado conquistado por ser o único filho de um sannin lendário.

Mitsuki!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.