Paradiso

Capítulo 3: O ídolo virou troféu


— Não sei do que estão falando. Estão loucos a ponto de me confundirem com um morto.

— Então o que um americano, de quase sessenta anos, morando isolado, com seguranças, faz aqui? Se não é uma pessoa importante, por que está fugindo? Encontramos isto no restaurante — disse Velma, mostrando o dardo.

— Vamos lá, rei do pop, abre logo o jogo — disse Daphne.

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Pressionado pelos detetives paranormais, o cantor revelou ser mesmo o cantor que morrera há nove anos.

Salsicha e Scooby foram ajudados por Velma. A moça acordou os dois.

— Não precisam ter medo dele. Ele está vivo.

— E quem disse que estamos com medo, Velma? É claro que ele está vivinho da Silva.

Michael, sem poder esconder o rosto, decidiu dizer tudo.

— Tudo começou quando os escândalos de pedofilia começaram em meados dos anos 90. Acumulei milhões em dívidas, e muitos queriam um pedaço do meu patrimônio. Depois que fui absolvido, as ameaças aumentaram. Até mesmo disseram que machucariam a minha família se eu não pagasse.

— Peraí. Você era rico. Como se endividou? — perguntou Fred.

— Eu tinha um grave problema de compulsividade. Tudo que eu via, comprava. Uma escultura de um milhão de dólares já comprei. Acumulei mais de trezentos milhões de dólares somente em dívidas. E de 2000 pra cá eu tava em decadência. Assim, um homem me deu a chance de pagar todas as minhas dívidas. O homem trabalhava para o governo. Em 2005 aceitei a proposta e levamos quatro anos para concretizar. Em troca, eu virei um informante da CIA.

— E sua família? — perguntou Daphne.

— Recentemente eles decobriram, mas o governo impede que eu os veja.

— Co-com licença, senhor Jackson. Meu amigo Salsicha quer saber se o senhor tem vitiligo mesmo ou foi só hagá?

Todos arregalaram os olhos com a pergunta inusitada do Scooby. O cantor ficou assustado com o cachorro falante, mas logo se recompôs.

— O que você acha? — ele abriu o botão da camisa e mostrou o peito com manchas. — Meu vitiligo foi tão forte que mais de 70% do meu corpo ficou branco. Pra não virar um dálmata, eu tive que ficar branco de uma vez por todas. Quer saber do nariz também? Isso eu não conto.

Velma ajudou o segurança que estava desmaiado do lado de fora. O quinteto pediu desculpas e revelou serem caçadores de mistérios. Zadayah explicou que havia os chamado justamente para desvendar o mistério de ter visto o rei do pop nas ilhas Maldivas.

— Cheguei em Maldivas ano passado. Tenho que mudar de lugar ano após ano. É a minha sina até morrer.

— Apesar de viver em lugares paradisíacos, não acho que seja uma vida para você. Ficar longe dos familiares e ainda sim virar espião do governo. Até quando acha que seu segredo continuará seguro? — disse Daphne.

Uma bomba de fumaça foi atirada para dentro da casa. Uma figura flutuante, com uma máscara de demônio, apareceu na porta.

— YAHHHHHH!!! MONSTROOO! — tanto Salsicha quanto Scooby correram, quebrando a parede.

— Hihihihi. Achei o meu tesouro. — com um tipo de arma, lançou uma rede sobre Michael.

O gás lacrimogênio impediu que os outros ajudassem o cantor. O demônio saiu voando com Michael.

— O que é isso? Quem é você?

— Calado. Vou ganhar uma grana preta revelando a sua identidade.

O demônio agarrou o famoso por trás e saíram voando para fora da ilha.

— Quem era aquele? — indagou Fred, tentando abrir o olho lacrimejado.

— Era a pessoa que estava atrás do senhor Jackson no restaurante. Não sei como ele nos achou. — respondeu o segurança.

Salsicha e Scooby quebraram várias paredes até se esconderem num pequeno barco de pesca. Um velhinho tentou tirá-los de dentro.

— Não, senhor. Vamos pegar o beco daqui o quanto antes. Toma dinheiro — disse Salsicha, jogando dez dólares ao pescador.

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Ambos empurraram a canoa para o mar e saíram remando. O grupo ficou na praia chamando pela dupla, mas chegaram tarde demais.

— Preciso voltar para casa. Está ficando tarde e meu pai deve estar me procurando — disse Zadayah.

Sem a presença da dupla atrapalhada, a equipe liderada por Fred voltou para Male'. Todos ficaram tristes por perderem Michael de vista.

Enquanto isso no meio do mar, Scooby e Salsicha aproveitaram para fazer um lanche rápido. Pegaram o pacote de biscoitos de chocolate e repartirem. Estavam exaustos por navegarem à noite e sem um rumo definido.

— Salsicha — cutucou Scooby ao amigo que dormia.

— Já é noite, meu filho. Estou cansado.

— Olha aquilo. Olha!

Scooby praticamente levantou a cabeça do colega. Salsicha viu uma ilha bem maior e com um aeroporto pequeno. Scooby apontou para uma pessoa voadora.

— O monstro, Scooby. O monstro.

— Salsicha, por que a gente não fala com os outros?

— Boa ideia, amigo.

Salsicha pegou o seu celular e ligou para Fred. A ligação estava ruim e o sinal caía constantemente.

— Quem é? — perguntou Velma.

— Parece ser o Salsicha, mas a ligação está tão ruim que não consegue completar.

— Tem como rastrear o celular dele? Talvez agora dê certo.

Salsicha aproveitou para mandar uma mensagem de texto avisando sobre o demônio. Como o sinal da internet era deplorável, passaram-se dez minutos para o loiro receber.

— Vamos, precisamos ir.

— Que foi? Que houve? — perguntou Daphne.

— Acharam o demônio que levou Michael.

Zadayah pediu para os detetives esperarem até que o seu pai chegasse.

— Nenhum barco turístico vai levá-los para o sul. Só o meu pai que tem barco pesqueiro pode fazer isso.

...

Aeroporto abandonado Mebebe

Michael estava amarrado numa cadeira, com um saco pano preto na cabeça. Uma pessoa retirou o objeto, revelando ser o demônio.

— Quem diabos é você?

— A questão é: por que diabos você engana o mundo?

Uma mulher apareceu diante do cantor. Este a olhou com surpresa.

— Beth? Isso seria um baita clichê se não fosse vida real. Sério que você decidiu me trair?

— Sim.

— Mas eu te vi sendo atingida lá no restaurante?

— Ah sim. Você me viu sendo sedada? Aquele dardo não tinha o sedativo que foi usado nos guardas. Infelizmente o Patrick foi mais forte e conseguiu te levar para aquela casa. Mas o meu amiguinho teve que voltar para o restaurante para que eu podesse explicar o local secreto para urgências. Bom, aqueles pirralhos atrapalharam um pouco, mas até que foram úteis ao meu amigo demônio.

— O que quer me sequestrando?

— Vamos voltar para os Estados Unidos e contar ao mundo que naquele caixão de bronze há apenas tijolos.

Continua...