Ovelha Negra

Capítulo 6


—Só pode estar de brincadeira. – Edward soltou um palavrão ao ver Bella entrando.

—O que foi? Não estou apresentável? – Bella deu uma voltinha para que ele pudesse ver melhor o vestido dela.

—Quem é que se casa de preto? – apontou para o vestido curto que ela usava. Ele poderia ser considerado um clássico vestido de noiva, para um casamento apenas no civil, se ele não fosse preto.

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—Eu, ora essa. – retrucou irritada. – Podemos começar?

—Ansiosa para as núpcias? – piscou para ela e levou um tapa no braço.

—Você se acha demais, Cullen. Estou ansiosa para acabar logo com essa palhaçada. Cadê a sua sombra?

—Jackson? Deve estar olhando se está tudo pronto. Está com medo de ficar sozinha comigo? – ele se aproximou sedutoramente dela. – Pode ficar tranquila que não vou te atacar, a menos que implore e vai por mim. – colocou os lábios próximos a orelha dela. – Você vai implorar. – a voz rouca dele, quase a fez estremecer e ela teve que usar todo o autocontrole para não se jogar nele ou ir ao chão.

—Esse é um casamento apenas de aparências. – ela o empurrou e foi para o canto da sala.

—Sei disso e também te prometi que não a forçaria a fazer nada, mas uma hora ou outra teremos que, você sabe. – deu de ombros e ela cruzou os braços o encarando.

—Não, eu não sei.

—Como acha que vamos produzir um herdeiro? – gritou irritado e Bella o olhou em choque.

—Produzir um herdeiro? Não teremos um herdeiro. Não vou trazer uma criança para o meio dessa loucura toda.

—Isso é o que veremos. Não me importa o método que utilizaremos, mas nós teremos sim um herdeiro. – apontou para ela bem na hora que Jasper abriu a porta.

—Atrapalho? – perguntou olhando de um para o outro.

—Não. E que bom que chegou. Não vamos mais precisar dos seus serviços. Esse casamento está cancelado. – bateu o pé para enfatizar a decisão.

—Jackson, fique onde está. – Edward o alertou. – Vai ter casamento sim. – ele parou bem próximo a Bella.

—Eu não quero fazer isso.

—Você só está nervosa. – ele segurou as mãos dela. – As noivas ficam assim no grande dia. – Bella revirou os olhos e tentou se soltar, mas Edward firmou o aperto. – Vamos esquecer essa história de herdeiro, por enquanto. – ao ver que ela ainda estava relutante, ele teve que apelar para o desespero. – Eu faço o que você quiser. Posso até me pendurar em uma árvore com você, fazer uns cartazes, servir umas sopas, qualquer coisa, mas case-se comigo, por favor? – ele ajoelhou e abriu a caixinha com o anel. – Você pediu um anel e aqui está. Não posso te prometer amor, mas prometo que terá a minha proteção, apoio e sinceridade. Casa comigo, Bella. – suplicou.

—Olha só quem está implorando. – Bella gargalhou e Edward fez menção de levantar, mas ela o impediu. – Continue ajoelhado, querido. – deu um tapinha no ombro dele e sorriu. –Não precisa chorar Cullen. Eu caso com você, mas as coisas vão ser do meu jeito. Nada de herdeiros e vou continuar sendo uma Swan, não quero o seu sobrenome.

—Tudo bem, mas vamos viver na mesma casa. – ela deu de ombros. – Não quero gerar falatório, não se esqueça que estamos fazendo isso para melhorar a minha imagem.

—Se quer melhorar a sua imagem, deveria parar com as farras e de ficar com várias.

—Não quer dormir comigo e quer me impedir de dormir com outras? Acha que sou monge? – levantou e ajeitou o terno. – Não sou feito de ferro e acredito que você também não.

—Também tenho as minhas opções.

—Então teremos um casamento aberto? – Edward questionou erguendo as sobrancelhas.

—Agora que discutem sobre isso? Já está na hora. – Jasper apontou para o relógio.

—Calado, Jackson. – os dois gritaram juntos e trocaram um sorriso.

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—É Jasper. – reclamou erguendo as mãos. - Vou precisar de um aumento ou de um vale terapia. Vocês dois são doidos. O Sr. Cullen vai me demitir quando souber que colaborei com isso.

—Relaxa cara. Meu pai vai ficar muito feliz quando souber. Já posso ver a alegria estampada no rosto dele.

—Disso eu duvido. – Bella o provocou.

—Será que podemos nos preocupar apenas com o agora e ir logo casar? – Edward pediu inquieto.

—Por favor. Foi exatamente por isso que vim chamar vocês. O juiz já está ficando impaciente e bravo. – Jasper fez uma careta e abriu a porta para que eles pudessem passar.

—Então vamos lá. É hora de torná-la uma Cullen. – Edward empurrou Bella para fora da sala, que seguiu sob protestos de que não usaria o sobrenome dele.

[...]

—Esse bolo está delicioso. – Alice murmurou com a boca cheia. Ela estava sentada em um banco do parque em frente ao cartório e já estava no terceiro pedaço do bolo de casamento.

—Está mesmo, que bom que você me convenceu a comprar. – Edward cutucou Alice com o cotovelo e os dois trocaram um sorriso de cumplicidade. – Tem certeza que vocês não querem? – apontou para Bella e Jasper que estavam sentados, emburrados, no banco em frente a eles.

—Quero ir embora. – Bella resmungou cruzando os braços.

—Também quero. Estamos passando vergonha aqui sentados comendo bolo. – resmungou exasperado e apontou com a cabeça para um grupo de pessoas que passava na calçada e olhava para eles. Tentou em vão esconder o rosto.

—Relaxa Jackson e coma logo o bolo. – empurrou um prato para ele.

—Se queremos manter esse casamento em segredo, é melhor irmos para um local mais discreto. – Bella sugeriu.

—Está certa. – Edward levantou em um pulo e lambeu os dedos retirando o excesso de bolo. – Vamos para a lua de mel. – estendeu a mão para Bella.

—Engraçadinho. – ela cruzou os braços e foi em direção ao carro.

—Vejo vocês mais tarde. – Edward acenou para Alice e Jasper e correu para alcançar a esposa. – Será que pode melhorar essa cara de velório? – Bella girou nos calcanhares e o encarou.

—Olha Edward, se quisermos fazer isso funcionar, é melhor você ficar na sua. Não vou ficar rindo, pois não estou feliz. Só quero ir para casa e dormir ou então vamos para um bar encher a cara. O que vai ser?

—Por mais que eu queira encher a cara com você. – ele se aproximou dela e colocou as mãos ao redor da cintura dela. – Precisamos preparar tudo para o jantar amanhã com os meus pais e depois com os seus.

—Então vamos para casa colocar nosso plano em prática. – abriu um sorriso.

—Vamos para o meu apartamento então.

—Seu? Pensei em irmos para o meu.

—Não conheço o seu apartamento e estou acostumado com as minhas coisas do jeito que estão. – cruzou os braços em desafio.

—Seu apartamento deve ser um antro de perdição. – ele levou a mão ao coração fingindo estar ofendido.

—Bella, minha querida e amada esposa, é claro que pedi para dar uma geral no apartamento e ele está incrivelmente adequado para receber os recém-casados. – piscou para ela e abriu a porta do carro. – Olha só. Vamos até lá e se você não gostar, vamos para o seu apartamento ou compramos outro. Você pode deixar o seu para ser seu local de refugio.

—Me convenceu. – deu uma batidinha no ombro dele e entrou no carro.

—Me dê paciência. – pediu olhando para o céu. - Oh mulher teimosa.

[...]

Edward batia o pé, já impaciente. Bella estava há 30 minutos avaliando o apartamento dele. Ela olhava em todos os cantos e ele agradeceu a brilhante eficiência de Maria, que deixou o local em ordem. Edward era uma pessoal bem organizada, mas as coisas tendiam a ficar meio bagunçadas após as festinhas que ele dava com frequência. Se Bella tivesse chegado no dia anterior, provavelmente sairia correndo de lá.

—É razoável. – anunciou e Edward relaxou na hora. Ele gostava muito do apartamento e não queria sair de lá. Só esperava que Bella não transformasse o lugar. – É bem masculino, mas posso colocar um pouco de cor no lugar. Tenho alguns quadros e vou trazer alguns móveis também. Qual vai ser o meu quarto?

—Por aqui. – ele apontou para o fim do corredor. – Pode deixar do jeito que você quiser, mas agradeceria se não modificasse o resto do lugar.

—Relaxa Cullen, não vou atrapalhar o seu santuário. Pode conversar depois? Preciso buscar as minhas coisas.

—É melhor conversamos agora e depois vou com você buscar as suas coisas.

—Podemos fazer do meu jeito pelo menos uma vez? – pediu piscando os olhos e Edward bufou.

—Que seja. – ele percebeu que não adiantava discutir com ela. – Vamos lá buscar as suas preciosas coisas.

[...]

—Só pode estar de brincadeira. Esse é o seu apartamento? – Edward olhava em volta procurando um lugar seguro para pisar. – Isso daqui é uma bagunça. Não, é um chiqueiro. – ele foi tirando alguns móveis e objetos enquanto procurava um lugar para sentar. – O que é isso? – apontou para gaiola que Bella carregava.

—Eu falei sobre ele no carro. – Bella revirou os olhos para ele.

—Não. Você disse que tinha um peixe, isso não parece um peixe. – apontou para a enorme iguana.

—Eu não disse que tinha um peixe. Eu disse que tinha o Fish. Minha iguana chama Fish. Não tenho culpa se entendeu errado.

—Você me enganou, Isabella. Achei que tinha um peixinho dourado, não um monstro verde. Isso não vai para o meu apartamento. – ele encarava o animal com os olhos arregalados.

—Ele vai ficar no meu quarto, não se preocupe. – deu de ombros e colocou a gaiola perto da porta.

—O Pernalonga é mesmo um coelho? – perguntou preocupado. Bella havia dito que tinha dois animais de estimação: Fish e Pernalonga. Ele já tinha errado a espécie de um, esperava não estar errado sobre o outro também.

—Sim, Pernalonga é um coelho. – entregou uma gaiola para ele, e dentro, Edward pode ver um pequeno coelho branco.

—Seu quarto vai parecer um zoológico. – apontou fazendo uma cara de nojo. Ele colocou a gaiola ao lado da outra e torceu para que os animais fugissem ou se matassem. – Você por acaso é acumuladora? E como queria que eu me mudasse para cá sendo que não tem espaço para mais nada aqui?

O apartamento de Bella tinha várias caixas espalhadas, assim como vários cartazes e objetos que ele não soube definir qual era a finalidade. Ao examinar com mais cuidado o local, ele encontrou vários megafones, cordas, latas de tinta, tacos de basebol, camisas com frases diversas, além de várias embalagens vazias em cima dos móveis.

—Caramba. – assobiou baixinho e deu um pulo quando uma barata saiu correndo na direção dele. – Você vive num lixão, mulher? – gritou de cima do sofá.

—Não seja um fresco. – resmungou pisoteando a barata. – Pronto. Problema resolvido. Já peguei o que precisava. O resto pego depois. – ela carregava duas malas enormes.

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—Tem certeza que não tem nenhum animal exótico aí dentro não? Ou sei lá, uma bomba, por exemplo. Você é muito estranha.

—Olha só quem fala. Não pense que não vi os seus brinquedinhos. – Edward ficou vermelho, ele achava que tinha escondido muito bem.

—Pelo menos não tenho um monstro como animal de estimação e nem um monte de tralhas espalhadas pelo meu apartamento. Se bem que, algumas coisas aqui podem ser bem úteis para usar contra o Emmett. – ele já estava pensando em um plano B, caso o casamento com Bella não fosse o suficiente para colocá-lo na presidência da empresa.

—E será um prazer ajudá-lo, marido. – Bella pegou as duas gaiolas e deixou as malas para Edward carregar.