Pov's Soluço

—Como assim ela lembra?-perguntou o médico num tom incrédulo-Isso é impossível!

Estávamos conversando fora do quarto.Contei pra ele sobre o que Seeylfe disse.

—Doutor,já faz um ano que as memórias não são mais adquiridas na cabeça da minha irmã-relatei-E do nada ela lembra do namorado que conheceu há alguns meses?Deve ter alguma explicação.

Ele levou a mão ao queixo,pensativo.

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—Eu tenho uma teoria,mas tem 0,002% de chance de ser verídica-alertou.

—Continue-pedi.

—Há uma chance da pancada que Seeylfe levou com a pedra,ter reativado a solidez das conexões das células do hipocampo,a parte profunda do cérebro que guarda memórias de longo prazo-comentou-Mas as chances são mínimas.Ela pode lembrar agora e esquecer amanhã.

—Poderíamos fazer um teste-sugeri-Por favor.

Ele suspirou.

—Tudo bem.Chame o rapaz-declarou.

Pov's Dag

Me pus de pé imediatamente quando Soluço veio até mim.

—Como é que ela tá?-questionei ansioso.

—Ela está bem-afirmou-Dag...ela se lembrou de você.

Arregalei os olhos chocado.

—O que?Como assim?-murmurei assustado.

—Ela lembra que você é namorado dela.O médico disse que há uma chance dela ter recuperado a habilidade de armazenar memórias de longo prazo-explicou-Isso foi causado pela pancada.

—Se ela tiver recuperado só agora,não teria como ela lembrar das coisas que houve-comentei confuso.

—O vídeo-lembrou-As coisas que mostrávamos pra ela todo o dia podem ter ficado numa parte oculta da sua memória.Mas,precisamos ver se ela está realmente bem.O médico pediu pra você falar com ela.

Engoli o seco.

—Tudo bem-assenti.

(...)

Eu abri a porta e junto com Soluço e o médico,avistamos Seeylfe sentada na cama,com seus pais em pé ao lado.

Minha namorada me viu e sorriu radiante.

—Dag!-exclamou feliz.

Engoli o choro e me aproximei lentamente,me sentando na beira da cama.

—Você lembra de mim-sorri emocionado-Do que mais você lembra?

Ela abaixou o olhar pensativa.

—Eu lembro do acidente,com certeza-respondeu me fazendo arregalar os olhos-De quando conheci você,do boliche...e da Renata.Lembro de tudo.

Todos estavam tão chocados quanto eu.Ela lembrava.

—É um milagre-sussurrou o médico estupefato.

(...)

Treze anos depois...

Abri a porta de casa e entrei,suspirando cansado.O dia na delegacia havia sido agitado - principalmente pra mim,que era o delegado.

Fechei a porta atrás de mim e franzi a testa ao ver a casa estranhamente silenciosa.

Cadê todo mundo?

Subi as escadas devagar - evitando uns brinquedos pelo caminho - e fui em direção ao último quarto,que ficava no final do corredor.

A porta estava entreaberta e então fiz apenas empurrar.

A cena me pegou de surpresa,mas arrancou um sorriso bobo meu.

Seeylfe estava adormecida na cama,abraçada à Stoico,que abraçava Sophie,que abraçava Vitória,que abraçava Camélia.Todos dormindo,assim como a mãe.

Quando meu namoro com Seeylfe fez um ano,eu a pedi em casamento e casamos no mesmo ano,assim como Soluço e Astrid.

Eu acabei sendo promovido e virei delegado na polícia.Quando Astrid se formou,foi trabalhar comigo como policial.

Soluço se formou e foi trabalhar na fábrica automóveis da cidade.Liv parecia seguir o mesmo caminho e conforme crescia,ficava tão parecida e bonita quanto a irmã - o que deixou Stoico um pouco preocupado.

Seeylfe se formou em Gastronomia e ela montou um restaurante com Heather.O mesmo faz muito sucesso aliás.

Quando eu e minha esposa completamos 4 anos de casados,tivemos nosso primeiro filho.Batizamos com o nome do pai de Seeylfe:Stoico.

Três anos depois,tivemos gêmeas.Chamamos ela de Sophie - o nome da avó de Seeylfe - e de Vitória - o nome da minha mãe.

Passou-se mais dois anos e tivemos a caçula,a qual batizamos referente a flor favorita de Seeylfe:Camélia.

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Eu e Seeylfe estávamos com doze anos de casados.Stoico tinha 8 anos,Sophie e Vitória tinham 5 e Camélia tinha 3.

Soluço e Astrid também tiveram filhos:Jade,Leonardo e Rose.Nossos amigos também tiveram suas famílias.

Vi Seeylfe se remexer um pouco e então,ela abriu os olhos sonolenta e sorriu minimamente.

—Chegou tarde...-comentou baixinho para não acordar nossos filhos.

—O dia foi cheio pra mim-afirmei-E pelo visto,pra você também.

Ela deu uma risadinha.

—Junte-se à turma-brincou.

Sorri,tirando meus sapatos e dando a volta na cama.

Me deitei do lado de Seeylfe e envolvi o braço ao seu redor,dando um beijo na sua cabeça.

Mesmo depois de anos juntos,dava um jeito de encantar e impressionar Seeylfe todos os dias,fazendo-a se apaixonar por mim cada vez mais...sempre como se fosse a primeira vez.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.