Iceburns

We Know Better


Nós vamos cuidar do nosso povo
E eles vão amar eu e você
Ninguém pode nos dizer
O que uma princesa deveria ser
Enquanto estivermos juntas,
Você e eu...
— We Know Better

A noite do baile real finalmente havia chegado, trazendo consigo toda sua magia e mistério. Apesar de ter sido apenas um dia de espera, para Elsa assemelhou-se a uma eternidade. A rainha da neve adentrava o imenso salão negro, seu vestido cintilava em tons variados de vermelho. Como uma presa a ser sacrificada, como se a cor pudesse transparecer o imensurável perigo o qual estava correndo por entrar na toca dos lobos. O vestido, de fato, era bem conservador, lembrando-lhe inclusive daquele que usou no dia em que foi coroada, a mudança mais radical era sua cor e sua capa vermelha em um tom de vinho com detalhes dourados. No busto havia dois leões dourados e um vermelho no meio, simbolizando o brasão das Ilhas do Sul. Uma tiara dourada com diamantes incrustados adornava sua cabeça, lhe dando um charme diferente e ousado. E por último, mas não menos importante, vestia luvas negras e curtas. Elsa não se sentia nada bem usando aquelas roupas, era como se fosse outra pessoa, fingindo ser quem não era novamente. Queria voltar a ser seu eu verdadeiro. Sentia-se presa em um mundo e uma situação dos quais eram impossíveis de se escapar. Infelizmente, sabia no que estava se metendo desde o início, mas mesmo assim algo lhe atraía a este perigo.

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Anna segurou sua mão enluvada em uma tentativa de tranquilizá-la. A princesa também estava deslumbrante, seu vestido era branco com vários detalhes dourados em um tom claro, inclusive algumas flores douradas na saia não tão volumosa quanto a de Elsa. Também usava uma capa e luvas, ambas em um azul gelo. Sua capa pendia ao busto, com detalhes azuis escuros simbolizando flores ou a própria neve. Em suas luvas azuis se encontrava o brasão do leão vermelho de Chevron, assim como na parte de trás de sua capa.

Os olhos dos demais nobres repousavam sobre as irmãs, como se pudessem derrubá-las por possuírem uma carga tão pesada quanto alabastro. As duas continuavam caminhando juntas, sem se separar de modo algum. Os músicos já tocavam suas belas melodias há certo tempo, tão dramáticas e perigosas quanto a própria situação. Foi então que finalmente novas danças tiveram início. Anna acabou sendo praticamente puxada por um jovem conde, o qual parecia muito honrado por estar dançando com a mesma, porém certamente era um desastrado. A princesa não reclamou, apenas riu da situação e se divertiu, afinal, aquele era um homem simpático e não custaria nada ensinar um pouco suas habilidades de dança, ao menos a futura parceira do conde não sofreria tanto com seus dois pés esquerdos.

Elsa parecia pairar como uma leve pluma no ar, sozinha na festa. Normalmente não se incomodaria com sua solidão, mas aquele era um local verdadeiramente ameaçador. Algo nas gárgulas lhes faziam aparentar ter vida própria, olhos constantes e observadores. Apesar de parecer sublime, a cabeça da rainha da neve pesava em indecisões. Suspirou, fazendo seu caminho graciosamente até a fonte de chocolate, também tinham vários docinhos na grande mesa. A rainha pegou uma pequena trufa de morango e levou-a até boca, o gosto era maravilhoso, deveria admitir. Foi então que um príncipe belamente trajado de negro de repente surgiu em seu campo de visão, assim sendo para curvar-se a ela. Possuía uma graciosidade tão eloquente quanto à de um cisne, este era o encantador herdeiro de Chevron.

— Me concederia a honra desta dança, majestade? — Perguntou Caleb, segurando a mão da rainha na dele ousadamente enquanto mantinha-se curvado.

— Desculpe alteza, mas eu não danço. — Respondeu calmamente, tirando sua mão da dele e cruzando os braços de forma defensiva. Elsa não estava ali para brincadeiras, afinal de tudo, era mais fria que o gelo.

— Ora, mas é uma rainha, nunca aprendeu a dançar? — Perguntou o loiro de um modo curioso e com certa pitada de petulância.

— Eu disse que não danço, não que não sei dançar. Anna me ensinou há alguns meses, porém isso não vem ao caso. — Elsa fez uma pausa. — Não acho que seja apropriado. Com licença. — Caminhava na direção oposta, um tanto incomodada com a presença do príncipe ilhéu.

— Por favor, como soberanos de reinos que podem criar possíveis alianças, acho que apenas uma dança seria o suficiente para nos conhecermos melhor. — Ele sorriu, aproximando-se mais dela enquanto a rainha da neve virava-se para encará-lo de esguelha. Estendeu sua mão, surpreso quando Elsa retribuiu o gesto, ambos assim iniciando uma elegante dança. — Nada mal iniciar uma amizade, certo? — Perguntou enquanto guiava a rainha pelo salão em lentos passos de dança, outros também dançavam, mas todas as atenções eram voltadas à Elsa, pois estava absolutamente deslumbrante e chamativa.

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— Isso depende de suas ações futuras, príncipe Caleb. — A rainha esboçou um sorriso amarelo, sorriso este que o príncipe dos cabelos dourados notou ser forçado.

— Olha, eu sei que o passado pode ser doloroso... — Suspirou, aparentava sentir-se triste, até mesmo abalado ao falar naquele assunto. — Mas o passado é o passado, não pode interferir no que está acontecendo agora.

— Perdoe-me, mas está realmente falando sobre seu irmão traidor? — Elsa mencionou Hans indiretamente, já que sabia que era proibido falar abertamente sobre ele nas Ilhas.

— De certo modo. — Caleb deu de ombros, acelerando a dança conforme a música mostrava-se possuir mais ritmo. — O que quero que entenda, é que não somos como ele. Eu não sou como ele. Quero um bom futuro para meu povo, e acredito que você queira um futuro para o seu também. Não gosto de pensar que mágoas do passado possam impedir isso de acontecer. É uma possível aliança maravilhosa, todos só têm a ganhar!

— Está certo nisso, príncipe. — A rainha finalmente declarou, ao passo que o príncipe sorriu orgulhoso, girando-a pelo salão.

— Quase nunca estou errado. — Soltou uma risada baixa, Elsa o encarou diretamente em seus olhos cor-de-esmeralda, procurando desvendá-lo de alguma maneira, mas Caleb era indecifrável. — E hoje, como agradecimento por você e sua irmã nos agraciarem com suas presenças, receberão uma surpresa.

— Uma surpresa? Do que se trata?

— Espere e verá. — Por uma mísera fração de segundo, Elsa poderia jurar que observara uma expressão maligna no rosto do príncipe, mas afastou aquele pensamento, poderia ser apenas sua desconfiança tomando forma. Caleb curvou-se, afastando-se para dançar com sua esposa chamada Kelda.

Elsa começou a observar todos à sua volta minuciosamente enquanto dançavam ou conversavam, procurava por Anna. Felizmente encontrou a irmã comendo tudo e sujando seu belo vestido com os doces, perto da fonte de chocolate.

— Anna! Você está coberta de chocolate! — Comentou, rindo da mais nova. Anna nem deu atenção, gesticulando como se tal fato não tivesse importância.

— O vestido pode ser limpo, mas esses doces não vão durar para sempre! — Respondeu, comendo mais um dos pequenos bombons em seguida.

— Não com você por aqui. — Elsa dissera com um sorriso divertido esboçado nos lábios.

— Já provou esse? É como se anjos estivessem dançando na sua boca, Elsa! — Ofereceu um para a irmã, que negou com um aceno de cabeça.

— O que eu faria sem você, Anna? — Perguntou, ainda sorrindo por causa da engraçada cena que observava. — Se lembra de quando fizemos sorvete na cozinha dos criados?

— Como esquecer? Aquele dia foi incrível. Aquele sorvete também! — Anna fez uma pausa, lembrando-se mais daquela época por alguns segundos, era como se as memórias tomassem vida. — Papai e mamãe estavam recebendo o barão e a baronesa de Snoob e não podíamos atrapalhar... Mas isso não quer dizer que não achamos um jeito de desobedecê-los e nos divertirmos! — Sorriu para Elsa, a ruiva rapidamente limpou a boca suja de chocolate com um guardanapo quando um criado pedira a atenção de todos ao tablado. O rei tinha um importante anúncio a fazer.

Os nobres pararam de dançar e toda a atenção foi direcionada para Klaus, o qual observava todos com suas mãos entrelaçadas em uma postura orgulhosa digna de um rei. O príncipe Caleb, junto de sua esposa e seu único filho, estava próximo ao pai, observando todos com um olhar frívolo e estranhamente diferente do que os olhares amigáveis que antes direcionara à Elsa.

— Povo de Chevron, é com muito orgulho e honra que agradeço a presença da realeza de Arendelle, as quais todos sabem que estão aqui hoje à noite conosco para comemorar um novo futuro com as Ilhas do Sul. — Ele anunciou-as mais uma vez, então todos começaram a bater palmas. — O que eu gostaria de anunciar é algo um pouco mais sério do que pensavam, mesmo não sendo uma má notícia. É algo bom para todos nós, uma ameaça a menos. — Quanto mais o rei falava, mais o local esfriava. — Todos sabem do passado que o príncipe Hans causou à rainha Elsa e à princesa Anna. Ele até mesmo foi desonrado de nossa família, pagando na prisão por seus crimes. Por esta mesma razão, tomaremos a liberdade de executá-lo em praça pública amanhã, como um ato de confiança e redenção. Um tratado de paz entre reinos, por assim dizer.

Então era verdade. Lars só queria avisar a rainha do perigo iminente, Elsa sentia-se boba, desnorteada, por ter sido atraída a tudo isso como uma mariposa é atraída pela luz mortal do fogo. Tudo era um plano bem arquitetado, a execução de Hans realmente era um joguete para a dominação de Arendelle.

— Uma surpresa benéfica para todos, principalmente à realeza de Arendelle. — Completou Caleb, abrindo um sorriso satisfeito. Mentiras e mais mentiras, era apenas disso que a família Westergaard era feita.

No meio do silêncio perplexo, apenas os passos pesados de Lars podiam ser ouvidos, ele saiu do local, frustrado e arrasado, não iria conseguir aguentar nem mais um minuto no Salão Principal. Nada mais era certo ou tinha sentido e tudo era uma terrível afronta à razão.

— Que nosso passado seja enterrado! — O rei levantou sua taça de vinho, brindando, ao que a maioria das pessoas fez o mesmo, assim sendo, o baile voltou ao normal.

— Elsa? — Anna perguntou observando sua irmã mais velha, a mesma estava petrificada, o tom rosado de suas bochechas havia sumido, tornando-se completamente pálida como um fantasma. — Elsa, por favor, me escuta! — Anna exigiu, preocupando-se mais ainda com a rainha.

Hans já estava preso... Mas ser executado era demais. Apesar de tudo, Elsa não queria que ninguém morresse por sua culpa. E agora, sabia que a execução tratava-se de um fato, não uma mentira, como antes desconfiara. Nunca desejaria destino tão cruel. Nem mesmo para Hans, o príncipe traidor não era merecedor daquilo. A rainha se martirizaria por anos se ele morresse para simplesmente ser usado como uma redenção, um peão no jogo dos maiores mentirosos. Tudo por culpa do que ambos fizeram no último ano. Elsa foi quem criou o Inverno Interminável, foi ela quem congelou o coração de Anna também. Mas Hans ajudou a piorar e causar ambas as situações. Então... De quem era a culpa, afinal? Todas suas indagações lhe guiavam a uma confusão sem fim, um labirinto feito de espinhos que só serviam para lhe ferir.

Como em uma súbita e dura pancada de realidade, como uma tempestade de neve em pleno verão, Elsa via tudo claro em sua mente. A rainha da neve não podia deixar com que aquilo acontecesse. Seu nome e o de sua irmã seriam manchados de sangue se permitisse que Hans morresse por sua culpa. Não foi para isso que seu pai e sua mãe lhes criaram. Elsa deveria ser uma governante justa e capaz. Ninguém deveria morrer. Mas como lutar quando você está cercado de seus piores inimigos, e de repente, toda a segurança se transforma em medo?

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Já nevava levemente em todo o salão, enquanto os olhos de Elsa continham lágrimas tão salgadas quanto o mar, Anna tentava se comunicar, mas a rainha estava longe. Lembrara-se de todo o tempo em que passara sozinha na infância e adolescência sendo aprisionada pelo medo. Era este mesmo medo que sentia no momento.

Sem mais nem menos, Elsa saíra correndo do salão, todos os olhares caíam sobre si. Deixava sua camada de gelo cristalina por onde passava, dessa vez era muito mais visível. Não queria nada daquilo, não queria que morressem por sua causa, não queria ser um monstro, muito menos ter caído em uma armadilha.

— Elsa... Abre a porta, por favor. — Anna pediu ao tentar abrir a porta de seu quarto temporário no castelo, porém sem sucesso algum. Ainda ofegava por ter corrido atrás da irmã mais velha. — Todos estão preocupados com você no baile! Eu corri para te alcançar... — Soltou um suspiro sonoramente cômico. — Você é bem rápida!

— Vá embora, Anna. — Pediu Elsa, sua voz estava embargada, Anna conseguiu perceber isso, franzindo o cenho.

— Você está triste por que eles querem matar o Hans? — Perguntou confusa. — Elsa, eu também não quero que façam isso, porque não é certo. Não somos como ele. Mas fugir não vai ajudar em nada, precisamos conversar com o rei.

— Não é só por causa do Hans... — A rainha revelou, soluçando, escorou sua cabeça na porta trancada.

— É por que, então?

— Tudo isso é culpa minha. Ele vai morrer por minha culpa. Hans não foi uma boa pessoa, mas eu não quero ser a causa da morte de ninguém! Eu só quero ser feliz, e se ele morrer, eu sei que nunca serei. Sempre vou lembrar de tudo... Carregar a culpa de sua morte em minhas costas... No final, eu sou mesmo um monstro. Por causa de mim, nossos nomes serão manchados de sangue!

— Elsa, você não é um monstro! — Anna pousou sua mão na porta, como se conseguisse sentir os mesmos sentimentos de Elsa, como se pudesse ajudá-la. — Você é minha irmã! É também uma boa rainha, você é especial! Eu te amo e você sabe disso. — Anna fez uma pausa, logo falando um pouco mais rapidamente: — Ficaria muito mais fácil de conversar se você abrisse a porta!

Elsa então abriu a porta, abraçando Anna fortemente, a qual retribuiu o abraço.

— Eu também te amo, mais do que tudo nesse mundo. — Disse, limpando as lágrimas. — Desculpe por ter congelado o seu coração...

— Elsa... Isso foi há muito tempo, já faz um ano! E foi um acidente. Você não precisa se culpar por essas coisas, já estão no passado e eu te perdoei. — A princesa segurou as mãos da rainha, com um olhar decidido. — Agora, precisamos falar com Klaus. Garanto que Hans viverá, o rei logo dirá que sim.

— Não. — Klaus franziu o cenho, sentado em seu trono na Sala do Parlamento. — Já foi uma decisão tomada, não há como mudá-la. Hans será executado e esta é minha palavra final.

— Mas majestade, você não compreende... — Elsa fora interrompida rapidamente pelo rei.

— O que não compreendo, rainha Elsa? — Perguntou em uma expressão fria e claramente sem nenhum amor ou empatia por seu próprio filho condenado à morte. Parecia mais gelo do que homem.

Anna dirigiu seu olhar para Elsa, preocupada. Ambas estavam em pé, uma ao lado da outra, tentando de todo modo convencer o rei a não executar seu filho.

— Não acho que isso seja justo. — Respondeu Elsa friamente, jogando conforme as regras de Klaus.

— Mesmo depois de tudo o que ele tentou fazer? Isso é a justiça sendo feita. — Declarou o rei, sua voz áspera e viril.

— Não. A justiça não tira a vida de pessoas, a justiça é um conceito belo e não deveria ser confundida com o derramamento de sangue, ou seja, a vingança. — Elsa podia sentir a ira intensificando-se em seu ser. Nem ela nem a irmã notaram que a sala esfriava, porém Anna já estava com o nariz vermelho devido ao frio. — Não acho que a execução de Hans seja um tratado de paz, para mim é apenas um ato bárbaro!

— Pense bem em suas palavras antes de dirigir-se assim para mim, majestade! — O rei levantou-se de seu trono abruptamente, assustando as irmãs que reagiram no mesmo instante.

— Não fale assim com minha irmã! — Anna reclamou, finalmente falando algo. Porém suas palavras apenas pioravam a situação. — Você pode ser o rei de Chevron, mas eu sou Anna! Uma pessoa muito difícil de conviver se mexerem com as pessoas que amo! — Controlou a respiração, acalmando-se um pouco. — Nós não queremos que alguém morra por nossa causa. Hans não merece isso, ninguém merece isso.

— Por sua causa? — Klaus gargalhou, uma verdadeira risada maléfica e assustadora, seguida por uma tosse alta e decadente. O rei pegou sua taça de vinho e bebeu, tranquilizando-se. — A execução de Hans é mesmo tida como um ato de redenção, não obstante, também serve para entreter os plebeus.

— Como isso poderia entreter alguém? — Elsa perguntou atônita.

— Diferentes reinos, diferentes costumes e tradições. — Respondeu dando de ombros. — Aqui somos mais “bárbaros”, como vê. — Fez uma pausa, observando o vinho. — De qualquer modo, a morte de Hans já foi anunciada, o parlamento não deixaria com que fosse revogada.

— Mas você é o rei, deve ter poder para fazer alguma coisa. Faria se realmente quisesse salvar seu filho. — Anna protestou.

— Ah, tenho poder? Nem tanto, quando há constantes ameaças e possíveis revoltas. O povo precisa de algo para se distrair. Uma vez dito, não pode ser retirado.

— Você está sendo cruel... — Elsa comentou, olhando diretamente nos olhos daquele rei louco. Como se pudesse observar seu interior e seus mais profundos anseios. — Sempre há um modo pacífico, agora sei de quem Hans herdou aquela personalidade destrutiva.

— Uma maçã nunca cai muito longe da macieira, não é mesmo? — Klaus riu levemente, achando graça da situação. — Sinto muito meninas, mas Hans irá morrer de qualquer jeito e não há nada que possam fazer quanto a isso. Vocês me convocaram para conversar apenas sobre a execução dele? É uma perda de tempo. Deveriam estar agradecidas, a morte dele significa menos um problema em suas vidas.

— Que assim seja então, majestade. Com licença. — Elsa curvou-se, saindo da Sala do Parlamento o quanto antes podia, Anna fez o mesmo e seguiu a irmã mais velha pelos corredores do castelo.

— Me diz que tem um plano. — A princesa olhou para a rainha com esperança.

— Tenho um, mas não é o dos melhores. — Elsa começou, parando sua caminhada brevemente para falar com Anna sem desviar a atenção ou perder algum detalhe importante. — Lars havia me avisado sobre isso tudo antes de acontecer, caímos em uma armadilha, Anna.

— Espera, o quê?!

— O que a família Westergaard realmente quer é Arendelle, e vão usar a morte de Hans como uma porta para seu plano dar certo... Está claro que não nos conhecem.

— Como vamos voltar para casa?! Meu deus... No que fomos nos meter? — Anna perguntava, preocupada e assustada. Elsa segurou seus braços, tentando tranquilizá-la, olhava profundamente para o rosto delicado da mais nova, sabia que Anna era corajosa e destemida, mas ambas estavam a mais de milhas de casa.

— Calma, vamos encontrar uma saída para isso tudo, afinal, não passamos por tanta coisa para nossa história simplesmente acabar por aqui. — Elsa segurou a mão de Anna e ambas continuaram seu caminho cada vez mais próximo à porta do quarto. — Pegue somente o que precisar, nós vamos fugir com Lars, ele já havia planejado isso.

— Então seu plano é confiar no plano dele agora?

— É uma situação complicada, agora vejo que este é o único jeito. — Elsa respondeu derrotada. — É o único modo de sobrevivermos e salvarmos Hans. Mas é claro que não confio totalmente em Lars, em nenhum deles. Se eu não tivesse poderes estaríamos correndo um risco maior, mas eu vou nos proteger, não importa o que aconteça.

— Nós sabemos melhor, o amor sempre vence.

Anna abriu a porta do quarto, rapidamente entrando junto de Elsa e trancando-a em seguida. De repente, houve certo movimento nos corredores, passos de mais alguém. Uma figura negra movimentava-se pelas sombras, finalmente aproximando-se da luz dos candelabros. Príncipe Caleb havia ouvido tudo, esteve seguindo as irmãs desde o incidente no baile. Sorriu cinicamente, aquele jogo seria divertido e ele seria o caçador.

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Música do Capítulo (We Know Better)

Inspiração do Vestido da Elsa

Inspiração do Vestido da Anna

Música do Baile