Finalmente.

A noite ia alta e o silêncio era reconfortante. A calmaria havia se instalado no ar.

Então tudo mudou... um barulho claro e específico se fez ouvir na escuridão da casa.

A menininha se mexeu nas cobertas, e deslizou para debaixo da cama.

Sempre que o pai chegava esquisito, gritando e batendo, ela se encolhia em seu esconderijo.

Permaneceu quietinha, abraçada ao seu ursinho, até que um silêncio, quase ensurdecedor, tomou conta de tudo.

Ingênua demais para entender, que naquela noite, o fim do barulho já tão conhecido, significava que seu pai, bêbado e violento, finalmente tinha matado sua mãe.