Imoral
Capítulo único
Os toques eram exigentes.
Sucintos, diretos, luxuriosos. Um sabia exatamente o que queria, e o outro cumpria com grande satisfação.
Os gemidos eram audíveis.
Eles se misturavam ao barulho dos dois corpos se unindo, incansáveis, buscando de uma forma incessável o máximo de torpor que o outro poderia oferecer.
Seus corações se conectavam daquela forma tão sublime e indescritível, provavelmente a única forma que eles encontravam de se expressar. Aquela linguagem corporal tão desesperada gritava eufórica por paixão.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!O suor escorria pelas trabalhadas costas, onde ele podia sentir a ardência quando as gotas encostavam-se aos arranhões causados por ela. A pele feminina estava cheia de marcas vermelhas, no formato exato de dedos ou mãos.
Parecia que nada mais importava, a não ser aquilo, que compartilhavam com tanto ardor.
E quando o ápice foi encontrado, caíram na cama, exaustos. Um lado do outro, com expressões cansadas e satisfeitas em ambos os rostos.
A morena estava de olhos fechados, exausta e ofegante. O ruivo trazia um olhar perdido, ainda com os momentos da intimidade passando pela sua cabeça.
— Ichigo... – A mulher sussurrou, finalmente com a respiração normalizada. Uma expressão melancólica pairava em seu semblante.
— Eu sei. – O rapaz respondeu simplesmente, fechando os olhos. O maxilar quadrado estava visivelmente tenso. – Eu...
— Nós não deveríamos. – Um sorriso triste dançava nos lábios femininos. – É cruel.
O silêncio falou por alguns momentos.
— Não me importo. – Firme e decidido. Assim ele era. – Só me importa isso.
Então, o ruivo se virou para a mulher que estava ao seu lado. Logo, ela também fez o mesmo. Os dois rostos estavam no mesmo nível, se encarando mutuamente. Os pequenos olhos castanhos estavam perdidos nos expressivos olhos azuis. E assim, eles conversavam numa língua que apenas os dois entendiam.
A pequena mulher segurou a mão masculina entre as suas, e pôs-se a acariciar com as pontas dos dedos todos os detalhes que possuía. As curvas da palma, o cumprimento dos dedos... A aspereza tão macia que sempre lhe encantara.
Entretanto, se prendeu a um detalhe. Observou aquela jóia dourada, que jazia no dedo anelar do homem, deixando um suspiro entristecido escapar de seus lábios.
— Ela... É minha amiga. – Os olhos azuis estavam cheios d'água.
O homem não a consolou.
Não havia nada a ser feito.
Realmente algo sujo. Repugnante.
— Ela é a mãe de minha filha. – Os olhos castanhos transbordavam arrependimento.
Porém era algo terrivelmente atraente. Era perigoso. Aquilo parecia chamá-los, como um ímã.
A necessidade que possuíam um do outro não era algo explicável. Simplesmente doentio e drasticamente prazeroso.
— Eu sinto você, Rukia. – O ruivo disse, acariciando com a mão que jazia o anel, o rosto delicado da mulher.
Ela sorriu pequenamente.
— E eu a você.
Era maldoso e terrível. Era imoral.
Mas extremamente estimulante.
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