A Floresta de Areia

O começo de tudo


Fairy Tail, uma guilda sempre animada e bagunceira. Lucy mal entrou e já teve que desviar de uma cadeira. Chegou em uma das mesas e se jogou no banco.

Não tinha muito o que fazer e, entre ficar entendia em casa ou na guilda, ela preferia a última alternativa. Seus amigos estavam em missões específicas, por isso aproveitou para fazer trabalhos solos e conseguir dinheiro.

Concluiu quatro missões, depois resolveu relaxar, mas não imaginava que fosse ser tão entediante esperar seus amigos.

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Continuou sentada, pensando na vida, mas sua paz logo desapareceu quando as portas da guilda se abriram, revelando aquele “sapo” do Conselho Mágico. Ele não deu atenção para ninguém, apenas subiu as escadas e foi até a sala do Mestre.

Todos ficaram perdidos, não lembravam-se de terem feito algo ao ponto do Conselho mandar alguém diretamente. Passou-se um tempo até o “sapo” finalmente sair e o Mestre parar na beirada da escada.

— Lucy, venha na minha sala — chamou o velhinho, voltando para sua sala.

A loira entrou em modo automático, subindo as escadas enquanto ouvia cochichos por todo o salão. Não sabia o que tinha feito de errado, mas torcia para não ser algo muito ruim.

Seguiu para o escritório do Mestre que estava aberto. Entrou e fechou a porta atrás de si, depois sentou na poltrona em frente da mesa e esperou.

Foram longos minutos de espera, enquanto Makarov procurava algo em uma pilha de papéis. Quando finalmente encontrou o que queria, ele se virou para a loira com uma expressão séria no rosto.

— Primeiro de tudo, você não fez nada de errado, pode ficar tranquila.

Lucy soltou todo o ar que estava segurando, nesse meio tempo tinha repassado todas suas missões recentes, procurando algum erro grave.

— Bem... Então por que me chamou, Mestre?

— Como você já deve saber, foi noticiado que o Conselho Mágico agora tem como membro uma vidente.

— Sim — ela se lembrava, essa era a notícia mais comentada na última semana.

— Ela estava prevendo coisas pequenas, mas ontem de tarde ela previu algo um tanto quanto... complicado — pegou uma caixinha branca. — E você faz parte disso — entregou para Lucy.

A loira pegou a caixa meio receosa, abriu e tirou dele um papel amarelo, depois começou a ler. O que estava escrito a deixou em estado de choque, não podia ser verdade.

— Mestre, isso...

— Eu sei, minha filha... Infelizmente não podemos mudar o futuro, mas podemos evitar possíveis tragédias. Como pôde ver, você não é a única envolvida na profecia, mas antes que vá atrás dos outros dois peço que pesquise e tire suas próprias conclusões. Saia apenas quando sentir-se segura.

— Sim, pode deixar.

— Mais uma coisa... Não conte para ninguém. Sei que vai ser difícil sair sem se despedir, mas deixa que eu resolvo tudo por aqui. Avise-me quando estiver pronta.

— Sim, bem... Acho melhor eu começar a me preparar — levantou-se da cadeira, seguindo para fora da sala.

Ao invés de descer as escadas ela seguiu reto até chegar na porta da biblioteca. Pela primeira vez agradeceu por ela não ficar lá embaixo, não queria ter que desconversar o pessoal, tudo ainda era muito novo.

Primeiramente procurou alguns livros de profecias, na esperança de descobrir como reverter uma, mas foi inútil. O máximo que encontrou foram profecias antigas e histórias, então passou a pesquisar mais sobre magia celestial. Tinha certeza que encontraria algo a mais do que Urano Metria e Star Dress.

Olhou um, dois, três livros e nada de novo. Suas esperanças já estavam esgotando-se, até que ela olhou para o alto e viu que no topo da estante tinha alguns livros maiores. Cada um tinha uma cor diferente, mas ambos apresentavam detalhes em dourado, exatamente iguais.

Pegou um por um e viu que cada um se tratava de uma magia diferente. Quando finalmente pegou o branco, ela se surpreendeu: era um livro de magia celestial.

Animada desceu a escada com cuidado e voltou a se sentar. Abriu o livro e não entendeu nada. As palavras estavam em alguma língua antiga que ela não conhecia. Por curiosidade pegou outro livro da “turma” e viu que era o mesmo idioma.

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Perguntou para Crux, mas ele disse que não era uma língua do mundo celestial e sim alguma outra que não soube identificar. Sem muita alternativa ela começou a procurar livros de tradução para línguas antigas, ou seja, dicionários.

Procurou tanto que só percebeu que já estava de noite quando ouviu um trovão e olhou para a janela. Decidiu que era hora de parar, então organizou tudo de um jeito que ela pudesse voltar às pesquisas rapidamente e saiu da biblioteca.

Passou pelo corredor do segundo andar nas pontas dos pés, mas suspirou aliviada quando viu que não tinha mais ninguém. Desceu a escada e dirigiu-se para a porta, por onde saiu e seguiu para casa.

No meio do caminho começou a pensar no que aconteceu. Em uma hora estava entediada na guilda, e no outro descobriu que fazia parte de uma profecia completamente confusa. Enquanto caminhava sua mente mais ficou “limpa” e ela passou a entender parte dela, mas ainda não era o suficiente.

Chegou em casa e surpreendeu-se ao encontrar um envelope completamente preto. Pegou receosa, afinal não sabia o que era e nem de quem era. Trancou a porta e sentou no sofá, abrindo o envelope com cuidado, deparando-se com uma carta também preta com letras brancas.

A cada palavra lida, mais seus olhos se arregalavam. Ou aquilo era uma baita dica, ou alguém estava brincando com ela, não era possível que alguém além do Conselho Mágico, os Mestres, ela, Lector e Sting soubesse de algo... Ou era?

Nessa hora, Lucy sentiu um “click” na sua cabeça. A carta era um aviso, mais alguém sabia o que estava para acontecer e, diferente dos demais, iria fazer de tudo para que o pior acontecesse. Levantou-se em alerta e olhou ao redor, podia estar sendo observada naquele momento.

Vasculhou toda a casa com os olhos e se assustou quando viu um vulto passando pela janela. Correu para o quarto, fechou a porta e a janela e começou a fazer as malas. Não pretendia sair até conseguir entender aquele livro de Magia Celestial, mas caso fosse necessário ela não hesitaria.

Deixou tudo arrumado e escondeu a mala debaixo da cama. Certificou-se que não tinha ninguém vendo e guardou a profecia no seu “bolso” de chaves, dobrando para que ficasse bem disfarçado e a carta ela manteve dentro de uma bolsa que ela guardou na mala. Não podia deixar que encontrassem.

Colocou o cinto debaixo do travesseiro e deitou para dormir. De início não conseguiu, mas sua mente cansada logo foi relaxando e ela entregou-se ao doce mundo dos sonhos.

—— // ——

Acordar não estava nos planos da loira, muito menos com batidas em sua porta. Levantou-se rapidamente e, ainda meio sonolenta, pegou seu chicote e foi até a porta. Destrancou e abriu o mais rápido possível, pronta para atacar, mas o que encontrou foi um bilhete no chão.

“Cuidado com as sombras, elas podem te perseguir.”

Arregalou os olhos e fechou a porta sem pensar duas vezes. Verificou todas as janelas e colocou um cadeado em cada uma, além de fechar as cortinas. Seu sono tinha ido para os ares depois desse pequeno aviso, então não restava muito a se fazer senão ficar acordada e com medo.

Ainda muito nervosa Lucy foi até a cozinha e colocou água em uma panela para um chá de camomila, enquanto fazia um sanduíche. Não dormiria mesmo que tentasse, então iria passar noite vendo algum filme feliz, por exemplo uma comédia.

Preparou tudo, pegou um cobertor e se enrolou enquanto assistia o filme e aproveitava seu lanche da madrugada. O tempo foi passando e ela manteve-se firme e forte, até que os primeiros raios de sol começassem a atravessar a janela as frestas deixadas pelas cortinas.

Nessa hora seu medo foi sumindo aos poucos afinal, como disse o bilhete, o perigo estava nas sombras e não na luz. Com esse pensamento ela finalmente permitiu-se relaxar e conseguiu voltar a dormir serenamente.