Epilogue

Dez meses haviam se passado. Lily voltara a estudar, por enquanto, em casa. Tivera que recomeçar os estudos desde o início, pois perdera muita coisa, não se lembrava de nada. Era difícil para ela estudar por muito tempo, sentia-se cansada com muita facilidade, o mínino era capaz de tirar a sua concentração.

Ficava sozinha a maior parte do tempo, exceto nos seus dias de terapia, onde ela tinha a chance de ver e conversar pessoas com pessoas reais que passavam pela mesma situação que ela. Emmeline, uma garota da sua idade, tornara-se sua amiga nesse meio tempo. Embora tivesse a mesma doença que Lily, ela nunca passara pela experiência de alucinações visuais, mas sofrera muito com as vozes, também. Por muito tempo, a garota acreditara que estava sendo perseguida pelos seus vizinhos, chegara a atacá-los por puro medo do que fariam como ela, esse foi o diagnóstico que a levara para o mesmo hospital que Lily.

James não aparecia mais com tanta frequência, raramente ela o via, mas, quando acontecia, ela sabia que ele não era real, sabia que era apenas uma alucinação. Às vezes, Lily chegava a pensar que ele nem mesmo poderia ser classificado como uma alucinação. Com as medicações, os delírios foram embora, por isso que ela acreditava que, na verdade, às vezes ela apenas queria vê-lo, por isso o prejetava em sua mente. Não saberia comprovar, é claro, apenas podia pensar a respeito sempre que ele aparecia.

“Tenho tantas tarefas para fazer” reclamou para ele. “Minha mãe está sendo exigente, mas não consigo me concentrar.”

“Descanse um pouco, então.”

“Posso tentar mais um pouco, mas para isso você precisa ir embora.”

James sorriu, Lily também. Ela fez aquele movimento que se recordava tão bem toda vez quando ela queria ficar sozinha: piscou vagamente e, quando abriu os olhos, ele não estava mais lá.