Proibido se apaixonar

Rendendo-se


Bela sentou-se ao lado de Megan, lhe lançando um olhar intimidador.

—Por onde começo? – ela enrolou um fio de cabelo no seu dedo indicador. – Você já deve saber que Justin não pensa em ter um relacionamento sério com alguém, certo?

Megan concordou com a cabeça.

—O jogo é para impedir que a garota que ele escolher se apaixone por ele. – ela prosseguiu. – se você andar por todo o apartamento de Justin irá descobrir um minúsculo quarto, onde há uma TV e uma única cadeira, a garota escolhida...

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—Como funciona essa escolha de garotas? – Megan a interrompeu.

—A que agradar mais Justin será a exclusiva, a que possui mais benefícios. Não será apenas uma noite de transa. Mas para isso, há regras.

—Regras? – ela franziu o cenho.

—Sim, não são muitas. Primeiro, Justin poderá escolher os dias que quer passar a noite com a escolhida, ela será obrigada a obedecê-lo e atende-lo na hora que ele quiser. Claro, ele não irá chamar nos horários importantes, como em aulas ou trabalhos. Segundo, a forma com que se relacionam é ele quem escolhe também, depende do humor dele. Se ele estiver irritado, provavelmente estará agressivo.

—Isso é tão...

—Terceiro, Justin proibirá a escolhida de se aproximar de uma pessoa. No caso, alguém que ele não quer que sua garota transe. Se ela fizer isso, estará definitivamente fora do jogo, Justin irá fingir que nunca a conheceu. Quarto, é proibido dizer a alguém que estão em um relacionamento ou algo do tipo.

—Você fez isso. – Megan disse.

—Cometi um erro. – ela soltou um risinho forçado. – Quinto e ultimo, o jogo acaba quando Justin enjoa da escolhida, e ela não poderá reclamar.

—Sério? Tudo isso é tão ridículo! – Megan aumentou o tom de voz sem perceber. – o que a escolhida ganha com isso?

—Uma aventura. – Bela sorriu com os olhos vagos, como se estivesse viajando em suas lembranças. – esqueci de dizer, a escolhida pode escolher um dia na semana para fazer o que quiser com Justin, é o único dia em que ela faz os planos.

—Então esse é o jogo?

—Não é apenas isso. – Bela sorriu maliciosamente. – você havia me interrompido quando tentei falar a pior parte.

—Qual o pior?

—Como eu estava dizendo antes das regras, há um quarto com TV e uma cadeira. A cada duas semanas a escolhida será trancada nesse quarto e terá que assistir Justin transando com outra mulher.

—O que? – não era possível Justin ser tão baixo.

—A primeira vez que a escolhida for assistir, será ao vivo. Enquanto ela está trancada no quarto, Justin estará com a pessoa que ele escolher no quarto dele, onde há uma câmera, que irá transmitir o que está acontecendo.

—Não pode ser verdade.

—A escolhida ficará um mês vendo o vídeo de Justin com outra. a cada mês é uma diferente.

—Que tipo de pessoa faz isso? – Megan perguntou mais para si mesma, estava completamente indignada.

—Eu acabei me acostumando com tudo isso. – Bela disse. – eu decorei cada detalhe do que ele fazia com outra, assim conseguia ser melhor que ela.

—Isso é humilhante!

—Sim, é sim. Mas eu amo Justin, então não me importava se ele queria se relacionar dessa forma.

—Tudo isso para impedir que a escolhida se apaixone por ele? – Megan ainda estava perplexa.

—Sim, partir o coração da escolhida é a melhor forma de impedi-la que se iluda. Por isso, é mais benéfico que a escolhida se foque apenas na diversão do jogo.

Megan piscou varias vezes seguidas. Ela estava conhecendo um Justin completamente diferente. Nunca poderia imaginar que esse era o mundo em que criou para si mesmo. Ele havia feito barreiras ao redor de seu coração.

—Vejo que isso é suficiente para você não se aproximar mais dele. – Bela levantou-se. – me sinto tão feliz.

Bela riu e se afastou. Megan sentiu seus olhos se encherem de lagrimas. Porque percebeu que tudo que Bela havia contado não havia sido o suficiente para acabar com os sentimentos dela.

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Ela ainda queria o abraçar, ainda queria estar com ele. Seu orgulho realmente estava extremamente ferido. Justin havia a aprisionado completamente. Megan já era sua prisioneira.

Ele tem a alma de um badboy, e carrega tudo que implica isso com ele, histórias antigas por todos os lados, o carisma que atrai centenas de mulheres e nenhum lugar para o amor.

—Eu devo desistir dele? – Megan sussurrou para si mesma.

Ainda sentada no banco, ela olha para o céu, os pingos de chuva ficando cada vez mais fraco. As nuvens cinza dão espaço para o Sol iluminar o lugar com seus raios. Megan fecha os olhos lembrando-se de Justin, de seu olhar atrás da poltrona. Ela pode ver os olhos verdes intensos dele, ela pode quase ouvir sua voz.

Megan abriu os olhos lentamente, percebendo que já tinha a resposta para sua pergunta.

❁❁❁

Justin havia decidido não voltar para Yale no final de semana. Ficaria em seu apartamento dormindo com o travesseiro que continha o cheiro de Megan.

As camareiras haviam organizado seu quarto, mas ele ainda sentia receio de entrar lá. Onde havia partido o coração da única garota que ele realmente se importava. Por isso, preferia dormir no sofá.

Tomou um gole de seu suco de limão, fazendo uma careta ao se lembrar que não havia colocado açúcar. Ele voltou à cozinha e quando estava prestes a por o açúcar, ouviu a campainha tocando.

Ele deixou o copo de suco no balcão e ajeitou o cabelo com as mãos.

Ao abrir a porta se surpreendeu.

—Megan? – sua voz quase não saiu.

—Posso entrar? – ela perguntou.

Justin piscou algumas vezes para ter certeza de que aquilo era real. Talvez fosse um sonho. Provavelmente era um sonho. Ele nunca se esquecia de por açúcar em suco de limão.

—Justin? – ele ouviu a voz de Megan, provando que aquele momento era real.

—Claro. – Justin deu espaço para ele passar.

—Você parece surpreso. – ela disse se sentando na poltrona.

—Não imaginei que viesse me ver outra vez.

—Não pude esperar você voltar para Yale.

—O que você quer? – Justin disse friamente. Precisava se manter firme. Por mais que sentisse falta dela.

Megan suspirou. Ela voltou a pensar no que estava prestes a dizer. E se estivesse cometendo um erro?

Ela olhou para Justin e levantou-se, pronta para sair correndo.

—Algum problema? – Justin perguntou.

A expressão de Megan era confusa, ela parecia não ter certeza do que estava fazendo ali.

—Eu... – ela finalmente começou a dizer. – quero participar do seu jogo.

—O que? – Justin arregalou os olhos. – meu jogo?

—Sim, eu já sei como funciona.

—Como? – ele ainda estava perplexo com o que ela estava dizendo.

—Alguém me contou. – Megan não queria citar nomes. Não achava necessário.

—Você não pode fazer parte do jogo.

—O que? – ela o observou. – por quê?

—Porque não, Megan. – ela só podia estar ficando louca. – não vou fazer isso com você.

—Achei que não sentisse nada por mim.

—Eu não sinto. Mas você sente.

Megan rosnou entre dentes alguma coisa ininteligível para ela mesma. Deu passos firmes deixando menos de dois centímetros de distancia entre eles. Ela ficou na ponta dos pés, apoiou-se em Justin segurando seu ombro e se inclinou ao seu ouvido.

—Me experimente e veja se atendo suas expectativas.

A voz de Megan o paralisou. As palavras dela acabou com todos os seus sentidos. Ele apenas queria agarrá-la e não soltá-la nunca mais. Porém, não podia.

Justin segurou os ombros dela e a afastou. Megan não sabia o que estava dizendo. Ela não tinha noção da decisão que havia tomado. Como ele seria capaz de fazer isso com ela?

Justin olhou profundamente em seus olhos.

—Vá embora. – ele disse quase num sussurro.

—Não. – ela respondeu firmemente.

—Megan...

—Se não sente nada por mim, então não vejo problema em entrar nesse jogo.

—Você sabe que...

—Eu sei de tudo. Cada detalhe.

Justin resmungou um palavrão. Megan não desistiria, e se ele não a aceitasse para o jogo, seus sentimentos ficariam óbvios.

—Tudo bem. – Justin cedeu. – venha ao meu apartamento amanha às oito da noite.

—Ah... – Megan murmurou lembrando-se que á essa hora estaria trabalhando. – não pode ser depois de meia noite?

—O que? – ele ergueu uma sobrancelha.

—Às oito horas estarei trabalhando.

—Trabalhando? Onde?

—Consegui um emprego no cooffe and books.

Justin assentiu. Megan já havia comentado que encontraria um emprego, mas não imaginou que fosse à lanchonete da faculdade. Talvez não fosse um bom lugar para ela trabalhar, alguns alunos iriam implicar com ela. Especificamente Isac e Bela.

—Ok. – Justin respondeu.

Megan forçou um sorriso e virou-se para voltar a Yale, ao chegar à porta ouviu a voz de Justin a chamando.

—Eu te levo. – ele disse.

—Não precisa, vou pegar um táxi.

—Se você prefere.

Megan saiu sem olhar para trás.

Justin sentou-se a poltrona raciocinando o que havia acabado de acontecer. Megan iria entrar em seu jogo. Ele transaria com ela.

—Ela enlouqueceu. – ele disse para si mesmo.

Justin levantou-se impaciente. O olhar de Megan demonstrava não ter certeza do que ela estava fazendo. Talvez fosse melhor a fazer mudar de ideia. Não, ela não era influenciável.

—Droga!

Ao mesmo tempo em que sentia ansioso, sentia-se mal, iria partir mais o coração dela.

De repente, um pressentimento ruim tomou conta de si. Justin tomou um copo d’água tentando ignorar seus pensamentos negativos. Será que Megan chegaria bem a Yale? Por que ele estava preocupado com isso?

E se ela tivesse o enganado e quisesse caminhar até Yale? O transito estava agitado, ela não estaria segura.

Justin suspirou e pegou seu casaco encima do sofá. Calçou seu coturno e saiu o mais rápido possível.

Ao chegar à frente do hotel avistou Megan tentando parar um táxi. Ele caminhou até ela e a puxou pelo braço.

—Você veio de táxi?

—Sim. – Megan respondeu. – o que está fazendo aqui?

—Eu... – ele revirou os olhos. Não fazia ideia do porque havia sentido que ela estava em perigo. – eu disse que te levo!

—E eu disse que não precisa.

—Minha moto está no estacionamento. – ele a puxou pela mão. – vamos! Eu vou te levar.

Megan observou a mão de Justin entrelaçada a sua. Ele a apertava forte, como se estivesse preparado para caso ela tentasse fugir.

Ao chegar ao estacionamento, Justin soltou sua mão e a olhou intensamente.

—Espere! Não saia daqui.

Megan assentiu sorrindo. Justin havia sentido falta daquele sorriso.

Ele caminhou até a moto, não conseguia acreditar em como a relação que ele tinha com Megan mudava repentinamente. Por mais que ele tentasse a afastar, Megan sempre voltava para sua vida. Como se uma força maior impedisse que eles ficassem longe um do outro.

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Ele estava prestes a por o capacete para subir em sua moto, quando viu Bela dirigindo um carro. Por que ela estava no estacionamento do hotel? Teria ido visitá-lo?

Bela encontrou o olhar dele através do retrovisor, ela parecia extremamente furiosa. Lágrimas rolavam por seu rosto e seus dentes estavam cerrados. Então ele viu seus olhos se direcionando a Megan, ao qual estava distraída mexendo no celular.

Bela acelerou a velocidade do carro indo em direção a Megan.

Justin soltou o capacete, fazendo um som alto no chão. Megan ergueu o olhar e paralisou ao ver o carro a poucos centímetros de distancia dela.

—Megan! – Ouviu a voz de Justin a gritando.

—Justin. – ela sussurrou fechando os olhos.