Janelas da Alma

Razão e emoção o melhor casal parte2


Maurício atirava pedrinhas no lago quando chegamos, a lua bem acima de nós e sua estrela que na verdade é um planeta .Ele assim que me viu ofereceu o braço.

— O que acha de um passeio de barco escritora?

Não muito longe dali um pequeno píer com um barco ancorado,

Zoe ficou na casa do lago, eu e Maurício seguimos para o barco.

— Faz tanto tempo que não conversamos (comecei a conversa querendo saber mais de meu personagem do que falar de mim), é engraçado não me acostumo com sua forma humana, tenho isso também com Alai.

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— Sim faz bastante tempo e ainda me deve a série de investigação, é um enorme desperdício mantê-la em sua gaveta.

O investigador passou a remar assim começamos a nos distanciar da margem.

— Sim é

O lago estava tão tranquilo, uma noite clara e calma.

— Não preciso ser um investigador para descobrir o que cortou seu rosto, o motivo de sua raiva e tristeza.

— ...

— Escritora. Olhe ao seu redor, o céu as estrelas, o barco e o lago. Pode sentir o frescor do ar, o cheiro de chuva, pode ver as luzes da casa do lago e até a Zoe na varanda. Sentiu quando ofereci meu braço meu calor como se eu estivesse vida no mundo real, teve um dia incrível em seu parque aquático até tomou café e assistiu um pôr do sol. Todas as emoções foram reais assim como essas pequenas lágrimas que estão se formando.

Ele parou de remar

— Zoe entrou em contato comigo extremamente preocupada com o seu estado, ela contou que cheirava a bebida não qualquer bebida, mas encheu a cara de bebidas feitas pelo fracasso, tomou raiva e tristeza. Vejo que está machucada seus cortes te deixaram com um aparência feia envelheceu.

Ele tocou com cuidado os cortes.

— seus olhos opacos ...

— O tempo fez isso comigo. Ele queria deixar claro que eu estou deixando a vida ser ferida a cada escolha errada, a cada omissão minha...

—o primeiro passo já deu, apenas não está tomando raiva e tristeza corretamente.

—não deveria me incentivar a beber, mas como é o certo?

— para que serve essas emoções? Todas as informações que recebeu e que em boa parte não absorve corretamente.

Emoções só surgem, só aparecem pois foram "evocadas" cada uma não sabe o motivo, propósito ou tem ciência do que é positivo, negativo, bem,mal e etc.

Só sabem que sugiram.

Deveria conhecer suas emoções o que te faz entretecer, ficar aborrecida... como manipular seus sentimentos? Escritora a princípio me criou para investigar no entanto desenvolveu outros caminhos e finalidades, deu-me novos motivos para existir e usou-me para completar a genia, sei que fez por amar sua personagem e eu estou muito feliz com o meu final. Quem determina a finalidade é você não a emoção e nunca o sentimento.

Ele pegou uma pedrinha do bolso do colete.

— Lembra das palavras de Alai quanto Lonely relatava a você a história dela?

— O poder do diário e o selamento dos sentimentos, as primeiras construções… é claro que eu me lembro. Toda a saga da Solidão fez eu resgatar parte de mim mesma algo que a coruja havia previsto. Eu despertei o poder do crimagi em mim…

— Está em desenvolvimento escritora. Veja esta pequena pedra é apenas um pedaço de algo sólido o que seria um sentimento, apenas uma informação, meu braço e mão seria as emoções. Bem posso escolher para onde jogar a pedra determinar a trajetória, posso apenas segurar a pedra, posso guardá-la de volta em meu bolso e … o que mais posso fazer com essa pedrinha ?

— Pode deixa-la no barco, pode dar-la a mim... não tenho mais nenhuma outra ideia.

— São diversas as possibilidades basta ter criatividade e imaginação, todavia a vontade de lançá-la para longe é irresistível.

— Se lança-la perderá ela no lago o que não parece tão ruim.

— Quanto o faço a pedra fará sua trajetória perdendo força irá bater uma ou mais vezes na superfície do lago para finalmente afundar. Um sentimento mal utilizado pode trazer consequências seja para o “invocador” quando para o seu entorno assumir o risco é uma escolha difícil. A grande questão é como tirar proveito da pedra ?

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— A pedra parece insignificante diante do lago ao mesmo tempo que irritante para o seu portador, entendo... Há mesmo a necessidade de dar um fim a pedra? Você não poderia apenas guardá-la ou deixá-la ? qual a necessidade de lançá-la ? Ou para que ter uma pedra ?

— Para que encher a cara de raiva e tristeza ? Não é apenas tentador ou melhor não há uma vontade, uma evocação diante de informações as quais boa parte se perdeu em filtros de memórias.

— Como devo beber ?

— A raiva é como um chá feito no calor, no fervor de pequenos ou grandes pedaços de situações amargas, tomar desta bebida é o mesmo que tomar um vinho quente. Queimasse a garganta e se perde a lucidez, porém se misturar com algo frio terá uma bebida energética. Algo que dará força para construir e não para destruir. Já a tristeza é algo que terá de descobrir a forma certa de tomar por si mesma.

Os sentimentos surgem. é inevitável afinal somos seres geradores, emoções são evocadas diante disso e como gerenciamos nossas vontades e necessidades ?

Zoe contou-me sobre o jaleco dela, algo tão íntimo e característico que a primeira coisa que eu fiz ao ver-lá foi perguntar do mesmo, eu tinha visto onde ela estava e o jaleco nada combinaria com o lugar, porém é algo tão marcante que a ideia de ela não está usando-o é inviável. Sendo assim se manter a pedra comigo seja em minha mão ou no bolso esta acabará fazendo parte de mim algo como uma característica, se deixá-la aqui vou me enganar achando que a perdi que resolvi, mas surgiram mais e mais pedrinhas e logo o banco se encherá e bem não sendo dramático, pois olha isso! tão pequena e mesmo assim atrapalha tanto será que seu acúmulo afundaria o barco? E se eu te desse ? não iria me livrar de mesmo modo?

Ele coçou o cavanhaque, arrumou seu chapéu deu um sorriso.

— Sabe toda essa conversa fora motivada por esta insignificante pedra, foi uma escolha nossa discutir ou melhor filosofar acerca. Uma perca de tempo e talvez de vida, nosso leitor(a) deve até ter pulado os diálogos.

Ele riu parecia se divertir-se com a ideia. brincando com a pedrinha na palma da mão a lançou no lago, a mesma bateu duas, três vezes formando pequenos círculos no lago para então afundar.

— Sabe o lago não é o mesmo, forá tocado por uma pequena pedra a qual agora faz parte dele. O mais legal nisso é o observar o quão longe se joga a pedra e quantas vezes ela bateu na superfície até fazer parte.

Ele então voltou a remar agora em direção a casa.

— Logo não fará nenhuma diferença o tempo para a pedrinha o mesmo em relação o surgimento de novas para nós. Tudo possui um fluxo, um lugar se investigar isso achará o lugar certo para cada coisa e isso incluem os sentimentos e emoções. Ei escritora é uma boa investigadora ?