*Mina*

Quando sai de minha aula de Física, estava pronta para achar Ana de qualquer jeito e seguir para o refeitório. Minhas primeiras aulas haviam sido tranquilas, então comecei a quase me convencer de que talvez estivesse ficando paranoica; claro, foi tranquilo tirando algumas pessoas que tentavam conversar muito comigo... os adolescentes eram muito intrometidos. Mas em parte eu entendia; eu era uma cara nova em Forks, e eu acredito que raramente alguém é transferido de escola no final do ano letivo, mesmo que sendo apenas secundarista.

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Uma mão agarrou meu braço assim que eu passei pela porta da sala de aula junto com outros alunos, quase saltei pelo susto, mas era apenas Anastácia me olhando com os olhos âmbar um pouco vagos.

— Eu acabei de conhecer um cara. – ela falou – Ele é do último ano, queria que eu o seguisse e sentasse junto com ele e os amigos no refeitório. Você foi meu álibi. Vamos nos sentar bem longe dele!

— Quem era? – dei uma risada, enquanto seguíamos os demais alunos.

— Mark, Mikey, algo assim. – franziu o nariz – Eu não fui muito com a cara dele.

Assim que conseguimos pegar nosso almoço e equilibrar as bandejas, começamos a tentar achar uma mesa vazia.

— Ei, Lestrange! – um cara de cabelos aloirados e olhos claros chamou, acenando com a mão.

— Não encara, Mina, pelo amor de Merlin. – Anastácia apressou o passo e se jogou na cadeira de uma mesa vazia. Me sentei ao seu lado.

— Então aquele era o Sr. Mark-Mikey-algo assim? – dei uma risada. Com certeza, a essa altura, metade da escola estaria nos achando grossas e antissociais.

— Nem me fale, Mina. – ela deu uma grande mordida em seu sanduíche – O cara esbarrou em mim no corredor e já foi se jogando para cima! Inacreditável! – então ela diminuiu o tom de voz – Aliás, você dormiu bem na noite passada?

Franzi o cenho, estranhando sua pergunta.

— Sim, dormi. – respondi lentamente – Por que?

— Lobos. – murmurou – Ouvi uivos e ruídos, mal consegui dormir. Por que tínhamos que ir morar no meio do nada e perto de uma floresta? Por que?

Eu ia responder algo, mas senti uma fisgada em minha cabeça e ofeguei. Eu sabia o que aquela fisgada significava: alguém, mesmo que fosse por acidente, estava conseguindo ouvir meus pensamentos.

— Bloqueia a sua mente, Anastácia! – exclamei, tentando não levantar a voz, enquanto sentia as barreiras de meu escudo mental subirem.

— O que foi, Mina? – ela segurou meu ombro – O que houve?

— Alguém aqui pode ler mentes. – falei entredentes e ergui os olhos tentando localizar a pessoa.

Não precisei de muito tempo, olhos anormalmente dourados encontraram os meus e eu os segurei firmemente. Em uma mesa afastada se sentavam sete pessoas, mas apenas uma era humana. O cara que lera minha mente era o que tinha os cabelos cor de bronze. Ele me encarava de cenho franzido, como se não conseguisse entender nada.

Que bom. Ficaria sem entender. A última coisa que eu queria era que um vampiro descobrisse que eu era uma bruxa. Desviei os olhos.

— Precisamos sair daqui. – falei para Ana, que me encarou como se eu estivesse louca.

— Mas nós nem terminamos de comer!

Olhei novamente para a mesa dos vampiros, e agora seis pares de olhos dourados e um par de olhos castanhos me encaravam. Os lancei um olhar frio e me ergui, pegando minha mochila.

— Vamos, Anastácia. – dei um tapinha em seu ombro.

— Vai me dizer o que aconteceu? – ela exclamou, enquanto avançamos pelo corredor deserto – Quem tentou ler sua mente? Como alguém pode ler sua mente?

— Há vampiros nessa escola. – falei, e entrei no primeiro banheiro feminino que encontrei. Estava vazio.

— Vampiros? – ela exclamou – De que tipo...

— Vou mostrar. – me aproximei do espelho do banheiro e passei a mão pelo vidro. A superfície ondulou, até mostrar outra vez a imagem dos seis na mesa, e mais a garota de cabelos cor de mogno que estava com eles – Esses são vampiros. O ruivo pode ler mentes.

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Anastácia pressionou os lábios e os observou com cuidado e desprazer.

— Vampiros ocidentais e vegetarianos. Pela cor dos olhos, só tomam sangue de animais. – ela falou e então suspirou – Nunca aceitarei muito bem o fato de que essas pessoas mortas são mais bonitas que as vivas.

— Nós precisamos falar com a Cassandra. – murmurei – Se esses estão aqui, como estudantes, imagino que outros não-civilizados possam decidir dar uma passadinha em Forks também, não é mesmo?