Yoonay

Connaissant


O homem alto, com as mãos enfiadas nos bolsos de sua calça social, observava passivamente a chuva caindo ao lado de fora.

E sussurrando um “vai logo”, Suze empurrou Noah o interior da sala, fechando a porta em seguida e não o dando outra opção senão adentrar e sentir o nervosismo lhe consumir.

Noah não sabia o que falar ou fazer para chamar-lhe a atenção. Soltar um pigarro? Uma tossezinha falsa, talvez? Ou simplesmente falar?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Ao fim ele não precisou de realmente fazer algo, pois Sr. Yoon virou-se calmamente em sua direção e a primeira coisa que o mesmo fizera fora analisar o jovem dos pés à cabeça, ato que deixou o mais novo totalmente constrangido.

Sr. Yoon o achara bem despojado, diferente do que estava acostumado a ver e ter dentro de sua galeria. Apesar de possuir um estilo mais conservador com as suas vestes, gostara do que vira, passava um ar mais jovial para a empresa, de qualquer modo.

─ Em um dia de chuva como esse, fico realmente impressionado com a sua vinda. ─ ele confessou, apontando gentilmente para a cadeira de couro à frente de sua mesa envidraçada, fazendo Noah imediatamente sentar-se e repousar a pasta sobre seu colo.

─ Oportunidades são momentos que realmente não podemos perder. ─ Noah permitiu-se dizer, e pigarreou, sentindo certo nervosismo e em segundos começara a balançar a perna direita sob a mesa.

O jovem não havia sentido aquele mesmo nervosismo nas ocasiões anteriores, pois a única coisa que fizera fora entregar um papel com informações sobre si e ir embora, mas ali, naquele momento, as coisas eram diferentes.

Ele estava de frente para o seu mais que provável futuro chefe. Um homem de beleza venusta e avassaladora.

─ Eu trouxe o meu currículo caso quei-

─ Nós estamos aqui pessoalmente, frente um ao outro, para o que me servirá um currículo se posso te avaliar ao vivo e a cores? ─ rapidamente cortou-o num tom sério, enquanto sentava-se à sua cadeira.

Noah limitou-se a somente assentir, recebendo sobre si o olhar firme do Sr. Yoon.

Mas com um sorriso nada mais que cínico, o mais velho pegou o currículo de sua mão e deu uma breve olhada.

─ Pois então, Noah Ray, sim? ─ o mais velho indagou, apoiando seus cotovelos à mesa para logo depois repousar seu queixo sobre o punho direito. Recebendo um aceno positivo do mais novo, ele prosseguiu dizendo: ─ Você já ouvira falar da Univers antes?

─ Uh, na verdade não. ─ respondeu frustrado, vendo-o assentir breve.

─ Pois bem, vamos do começo, sim? ─ sugeriu calmo, recebendo um aceno positivo. ─ Meu nome é Yoon Seung. Yuna e Suze já devem ter comentado ao meu respeito. ─ afirmou, ajeitando-se à sua cadeira. ─ A Univers é um projeto que por um bom tempo fora interrompido, então Ray, seu propósito aqui na galeria será realmente importante.

─ Espera, eu vou realmente ser contratado? ─ indagou animado, comprimindo ainda mais suas digitais contra o tecido de sua pasta.

─ Senhor Ray, desde o momento em que saíra de casa, você estava destinado a essa galeria, não acha?

─ Realmente. Nenhum dos comércios ou empresas que eu fora antes me deram uma resposta concreta. ─ exprimiu com uma careta de frustração e pensativa, mas abriu um sorriso.

─ Então respondendo à sua pergunta anterior, sem dúvidas você será contratado. Até porque eu preciso de alguém para me auxiliar. Suze irá deixar a galeria por um tempo, e apesar de que essa não fosse sua função, ela me ajudava bastante. ─ confessou ─ Mas a partir de agora eu realmente precisarei de uma pessoa fixa, então, posso contar contigo?

─ É o que? Sim, senhor. ─ respondeu-o firmemente, prestando continência dum jeito desengonçado, o que fizera Seung projetar um sorriso imperceptível e assentir. ─ Quando eu começo?

─ Bom, amanhã. No seu primeiro dia eu quero estar ao seu lado para observá-lo e auxilia-lo melhor em seus afazeres, o que não seria possível hoje, pois tenho um compromisso importante para daqui a pouco.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

─ Por mim ‘tá tudo ótimo então. Devo chegar que horas?

Seung levantou-se e caminhou até um armarinho branco, e de metal, que havia no canto direito de sua sala. Abriu a pequena porta e de lá pegou um limitado molho de chaves, caminhando de volta até Noah.

Quando o entregou o utensílio, acabou recebendo, também, uma feição confusa, então logo se adiantou em dizer: ─ Esteja aqui as sete. Nós mantemos a porta da recepção fechada por precaução, hoje foi só uma exceção. A chave prata abre a do primeiro andar e a dourada essa sala, onde você ficará por um tempo.

Noah balançou a cabeça numa positiva, e se atentou para uma outra fala, essa lhe deixou mais curiosa

─ Mais pra frente você saberá de outras coisas importantes.

O loirinho, apesar de logo querer saber o que seria essas outras importâncias, somente assentiu, vendo o estado quase afoito de seu chefe, que agora se curvava para escrever, numa perfeita caligrafia, um horário num post-it azul.

Então o loirinho ajeitou-se minimamente em sua cadeira e, perguntou: ─ Por hoje é só?

Seung assentiu, e retomando a postura retilínea, ajeitou o terno perfeitamente alinhado ao tronco largo e disse: ─ Vem, vou te levar até a porta e pedir para Suze te acompanhar.

E logo quando o fez, após abrir a porta, Suze já estava em pé e de prontidão, sorrindo animada ao ver o loirinho com um sorrisinho amistoso. E depois que Yoon e Ray despediram-se com um breve, mas intenso aperto de mão, a loira agarrou o braço de Noah e passou a caminhar animada com ele até o elevador.

─ Não chegue atrasado, Seung realmente odeia atrasos. ─ ela alertou realmente séria, vendo-o colocar o chapéu de volta a sua cabeça e assentir, com um sorriso amigável enquanto entrava no elevador.

─ Te vejo amanhã Suze.

─ Hoje é o meu último dia, senhor bonitinho. ─ ela contou num tom brincalhão, o observando inclinar a cabeça para a esquerda e entreabrir os lábios, franzindo o cenho num trejeito confuso.

─ Mas já? Está perto de ganhar?

─ Eu estou no meu sexto mês, mas é uma gravidez de risco na verdade, então Seung resolveu me afastar até o parto. ─ Noah suspirou, sentido com a circunstância, e antes de apertar o botão, a perguntou por fim:

─ Qual é o sexo?

─ São gêmeos na verdade, Mikala e Maxin.

─ Oh, isso é incrível! ─ ele exclamou visivelmente animado, mas pigarreando logo em seguida, disse: ─ Daqui a pouco chega à reta final e eu só posso lhe dizer uma coisa Suze: vai dar tudo certo, não importa o que aconteça, vai dar tudo certo.

A loirinha sibilou um “obrigada”, seguido de um “até logo” e, vendo a porta fechar-se em seguida, ela voltou para a sua mesa, com uma leveza na alma.

Essa era uma das características mais louváveis do jovem Noah: aonde chegava fazia tudo tornar-se leve. As pessoas que outrora encontravam-se angustiadas ou com a alma agitada, tornavam-se serenas e a plenitude apossava-se de si.

Noah Ray era um jovem incrível, e sua chegada naquele galeria iria somente deixar isso ainda mais explícito.