Às 5 horas o seu turno terminaria, Olívia não via a hora de ir para casa e dormir antes que seu filho levantasse pedindo café da manhã. O que achou que seria uma hora calma até o fim do seu expediente, se mostrou bem agitada. Entrando e saindo mais pessoas do laboratório que era o costume.

Para o alívio de Olívia, seu substituto chegou antes da hora. Só mais uma identidade e poderia passar seu posto.

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Olívia olhou o charmoso rapaz louro de olhos azuis e de sorriso fácil, checando sua identidade. Já o conhecia, e apesar dos frequentes gracejos trocados, hoje ele estava quieto, não se debruçara sobre o balcão como costumava fazer e se mostrava impaciente para sair, talvez pelo horário incomum.

— Algum problema, Erik?

— O quê? Ah, nada não, Olívia. Só estou com pressa, tenho um compromisso hoje.

— Anna?

— Não... Você sabe que ela me acha arrogante demais para ser levado a sério.

Olívia sorriu e devolveu o cartão de identificação. A enfermeira do manicômio não levava ninguém a sério. Karl-Erik pegou seu cartão e, depois de murmurar uma despedida, pendurou no ombro uma pequena bolsa a tiracolo enquanto fechava sua jaqueta, tentando espantar o frio da madrugada.

Em vez de rumar ao estacionamento, Erik se encaminhava ao prédio do manicômio, onde foi abordado pela recepcionista de plantão.

— Oi, Erik. Fazendo o que a esta hora?

— Oi, Sara. Só vou deixar os medicamentos que o dr. Roberto pediu antes de ir embora.

Bonga observa Erik entrar no manicômio. A recepcionista o aborda e ambos conversam antes de ela rir de algo que Erik diz, mandando-o entrar. Ela não se preocupou em verificar nenhuma lista ou chamar a segurança para a inspeção da bolsa.

Se ela soubesse que este deslize lhe custaria a vida, ou seguisse as rígidas normas de segurança, o dia seria bem diferente.

Bonga abre outro pacote de salgadinhos enquanto vê na tela Erik pegando seu celular. Bonga atende já no primeiro toque.

— Ela não está no prédio.

— Ótimo, Bonga. Onde devo ir?

— Pegue o corredor da direita, depois o elevador até o 3º andar. Use o cartão antes de apertar o botão para não acionar o alarme.

Erik passa por duas enfermeiras conversando no corredor e acena antes de pegar o elevador. No 3º andar, Bonga passa mais informações até Erik chegar ao dormitório dos internados. Quarto por quarto, Erik entra e aplica a injeção que trazia na sua bolsa.

Meia hora depois, ele se dirige à saída. Na saída há outra recepcionista que faz todos os trâmites exigidos. Ele se despede e sai do prédio justo no momento em que vê Anna entrando.