Capítulo 3 - Um alerta

Fiquei surpresa ao ver o carro diferente na frente da casa de Nathalie, mas o que mais me surpreendeu é que o carro era do Sasuke.

Era um BMW preto, lindo, sem duvida.

- Gostou? – ele perguntou abrindo a porta pra mim. Esperei que ele também entrasse pra responder.

- É perfeito, mas como conseguiu? Sua mãe nunca te daria um antes de você completar 18 anos.

- Não foi minha mãe, foi Khadija.

- Khadija? – eu realmente estava surpresa.

- Ela disse que nós íamos precisar.

- Vamos mesmo.

Falamos sobre diversas coisas no percurso ate o shopping, nada de muito importante.

Assistimos á uma comédia romântica, e apesar de ter dedicado pouca atenção ao filme, ele parecia muito interessante.

O tempo passou tão rápido que eu nem acreditava que o filme já havia acabado. Fomos para a praça de alimentação e Sasuke pediu uma pizza.

- Sasuke, lembra daquela garota que sempre aparecia em meus sonhos? – ele franziu a testa como quem tenta recordar algo, mas parecia bastante surpreso com a minha pergunta – A Ashley...

- Ah. Os sonhos voltaram?

- Aham, mas dessa vez é tão sombrio... e não tem ninguém por perto.

- Sa, isso deve ser psicológico

- Não, não é! Ela existe Sasuke, eu sei que existe, só não consigo me lembrar direito.

- Se você acha isso... Vou te ajudar a procurá-la

- Obrigada.

Conversamos mais um pouco, só que ele ficou sério de repente, e isso me assustou um pouco

- O que foi Sasuke, qual o problema?

- Sakura, lembra que eu te disse que meu primo, o Naruto iria chegar amanhã...?

- Pra vim passar um tempo aqui, e tal...

- É, mas eu não queria que conhecesse o Naruto, porém também não posso impedir que isso aconteça. São duas semanas, tempo demais para...

- Sasuke, por que não quer que eu conheça o Naruto?

- Ele não é o tipo de cara em que se deve confiar, lembro-me muito bem do que ele fazia há algum tempo.

- Não precisa confiar nele, confie m mim.

- Bem que eu gostaria. Promete-me uma coisa... se o Naruto tentar qualquer coisa, me fale!

- Ta... tudo bem, eu prometo.

- Obrigada. Você não faz ideia do quanto eu te amo.

- Você é que não faz ideia do tamanho do meu amor!

- Pode ter certeza que eu faço – ele falou me envolvendo em um beijo que me impedia de responder. – Tenho que te levar pra casa.

- Já?

- Se você não quiser arrumar encrenca com Liam...

- OK. Dorme lá?

- Ta louca? Esqueceu das consequências? Se Liam me ver, eu to morto!

- Não precisa se preocupar com isso, desde que Kaytor descobriu o que Liam fez com Khadija, muita coisa mudou. Ele não pode mais invadir meu quarto, nem me proibir de ir a todos os lugares.

- Como ele conseguiu isso?

- Não sei. Mas o Kaytor sempre negocia com o pai.

- Então eu vou. – ele me deu mais um beijo e nós nos levantamos.

Cheguei e fui direto pro banho, Sasuke chegaria em breve. Mas quando sai do banho não era ele que me esperava no quarto.

- Pensei que havia leis agora.

- Não estou quebrando nenhuma regra...

- Diz logo o que veio fazer aqui e vai embora Liam!

- Você esta melhor emocionalmente do que eu pensava

- Acho que você não me conhece muito bem – disse friamente.

- Você também não me conhece muito, mas não vim aqui brigar, até por que estou de saída.

- Saída? Pra onde?

- Fico surpreso de Khadija não ter lhe falado. Vou viajar. Quanto a você, ficara com Débora, e qualquer deslize ou desobediência... – ele pegou uma seringa no bolso

- O que é isso? – perguntei assustada.

- Acho que você não quer realmente saber, não é mesmo?

- Se é só isso, pode ir embora!

- Pra que a pressa? – não respondi, fiquei encarando-o de braços cruzados. Impedi o impulso de gritar de felicidade por ele estar indo, o sorriso de alivio, ou o olhar radiante. Mantive a expressão fria e fechada. – tudo bem, se é só isso que tem a dizer...

- Só mais uma coisa... quando volta?

- Daqui a uma semana e meia.

- OK. – Não iria lhe desejar boa viajem, uma vez que queria exatamente o contrário.

- Tchau Sakura.

- Tchau – falei fechando a porta assim que ele saiu.

Tava feliz, mas ainda me mantinha tensa, não sabia o que podia ter na seringa.

OK, na pior das hipóteses, veneno.

Será que ele me mataria? Acho que não, não é isso que ele quer. Ele gosta do sofrimento, das lágrimas. Ali era só um remédio – tentei me convencer disso enquanto pegava o meu celular, precisava ligar pra Khadija.

- Ela não vai atender.

- Sasuke! Eu já te disse pra não chegar assim!

- Mas eu nem cheguei ainda. Me ajuda aqui. – dei-lhe a mão e ele pulou pra dentro do meu quarto.

- Como sabe pra quem eu to ligando?

- Khadija, não é difícil assim adivinhar. E ela não vai atender, ainda deve estar no avião, ou deve estar chegando. Espere ela te ligar.

- Tudo bem. – ele pegou meu celular e jogou em cima da cama. Puxou-me pra mais perto de si, me envolvendo em um beijo frenético.

Correspondi automaticamente, estava ficando cada vez melhor nisso. Sem que pudesse pensar duas vezes estava entregue a ele e ao meu desejo mais uma vez.