Salva-me Dessa Solidão

Não São Apenas Três Dias Sem Você, Charlie


Eu não queria solta-lo, não queria deixa-lo ir, mas era preciso.

— Promete que vai me ligar? - digo com a voz abafada por estar com o rosto em seu ombro num abraço.

— São só três dias, Sil, não é para sempre. - diz Charles rindo.

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— Eu sei, mas estou sentindo um aperto no coração. - respondo.

— Se não fosse uma viagem de família eu ficava aqui com você. Juro que assim que eu chegar, te ligo e mando mensagem para você não ficar preocupada. - diz Charles.

— Eu te amo, Charlie. - digo olhando no fundo dos seus olhos.

— Eu também te amo, Silena. - responde Charles.

Antes de quebrar o abraço, eu o beijo como se fosse a última vez.

Extrañarte es mi necesidad

Vivo en la desesperanza

Desde que tu ya no vuelves más

(Sentir sua falta é minha necessidade

Vivo na desesperança

Desde que já não voltas mais)


Mesmo depois de receber a mensagem dele, com uma foto no ônibus dizendo que ele estava bem e que não era preciso se preocupar, essa sensação ruim não passou.

Duas horas. A resposta para esse aperto veio duas horas depois.

Primeiro através de uma mensagem de um dos amigos do Charles.

Travis S - Silena, não tem um jeito delicado de dizer isso sem te apavorar, então vou direto ao assunto. O ônibus do Beckendorf capotou para fora da estrada.

Quando eu li isso meu coração deu um salto tão grande que eu achei que ele fosse sair pela boca.

Silena Beauregard - Stoll, isso não tem graça.

Travis S — Eu juro que não estou brincando, não com uma coisa tão séria dessas. Acabei de ver no site de notícias.

Larguei o celular. Minhas mãos começaram a tremer tanto que não dava para digitar mais nada. Isso não pode ter acontecido.

Foi nessa hora que a minha irmã gritou:

— Silena, corre aqui na sala! Acho que aconteceu um acidente com o ônibus do seu namorado.

Eu corri para a sala com o desespero tomando conta de mim. Cheguei a ouvir apenas a metade na notícia.

"...pista escorregadia pela água da chuva. Cinco pessoas morreram e há quatro desaparecidas." a voz do repórter disse.

As lágrimas que eu tanto lutei para segurar começaram a escorrer pelo meu rosto. Não, não pode ser verdade.

— Silena? SILENA!

Caí de joelhos no chão, sem forças para me manter em pé.

— Filha, olha pra mim. Fica calma, Charles deve estar bem. Piper, traz um copo de água pra ela, por favor? - diz minha mãe tentando me acalmar.

Sobrevivo por pura ansiedad

Con el nudo en la garganta

Y es que no te dejo de pensar

(Sobrevivo por pura ansiedade

Com um nó na garganta

É que não deixo de em ti pensar)

— Bebe isso, filha. - diz minha mãe me ajudando a beber a água - Olha, talvez seja apenas uma coincidência, pode ser outro ônibus.

— N-não... é-é outro ônibus. Esse é o m-mesmo caminho que ele estava indo. - digo chorando.

— Sinto muito, filha. - minha mãe me abraça e minha irmã faz o mesmo.

Não consegui dormir essa noite, minha cabeça não desligava, ele era a única coisa na minha mente. Eu tentava encontrar qualquer motivo para acreditar que ele ainda esteja vivo. Quatro desaparecidos, dizia a notícia. Quatro possibilidades de ser a família dele.

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No dia seguinte, Clarisse chegou depois das nove da manhã.

— Oi, amiga, eu vim assim que soube. - diz ela me abraçando.

Clarisse é durona, mas quando de trata dos amigos, se torna uma mãe coruja. Ficou o dia inteiro comigo me apoiando e fazendo companhia.

Mais tarde nesse dia, chegaram mais notícias sobre o acidente. Dos cinco mortos, nenhum era conhecido.

Poco a poco el corazón

Va perdiendo la fe

Perdiendo la voz

(Pouco a pouco o coração

Vai perdendo a fé

Perdendo a voz)

Dois dias se passaram e nada de notícias sobre a família Beckendorf. Uns dizem que eles morreram, outros dizem que foram comidos por animais selvagens, mas eu não acredito. Não o meu Charlie.

Toda hora verifico se tem mensagem, ligação perdida ou alguma coisa.

(Sálvame del olvido)

Sálvame de la soledad

(Salva-me do esquecimento)

Salva-me dessa solidão


Na manhã do quinto dia, sigo a rotina que eu tinha feito desde o acidente: verifico as minhas ligações perdidas, minhas mensagens e deixo um recado "estou te esperando", escovo os dentes, lavo o rosto e vou tomar café.

Quando estou descendo as escadas, recebo uma ligação de um número desconhecido.

— Alô? - a pessoa não responde de primeira e eu faço uma suposição que faz meu coração palpitar - Charlie? - chamo.

— Bom dia, Sil. Eu sei que demorou mais que três dias, mas eu finalmente estou voltando pra você, meu amor.

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Fanfic baseada na música Salvame do RBD.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.