Utilidade para Máscaras

Capítulo VI - Quebrados porém intactos


O rapaz somente olhou-me com seus olhos verdes e balançou a cabeça em negativa :

— Eu não acredito que ainda está aqui, mesmo com toda cidade sendo evacuada para que não hajam mais akumas…

Suas roupas negras contrastavam a escuridão. Se sentou sobre a mureta que a pouco estava em pé e me encarou como se pudesse ler minha alma :

— Poderíamos resolver essa questão de máscaras, agora mesmo, não sabe? — perguntei tentando ser calma.

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— Não estou pronto para estragar isso.

Sorri fraco e me aproximei dele, de frente a seu rosto levei minha mão a sua bochecha levemente arranhada :

— Prometa que não irá sumir, não novamente.

— Prometo — respondeu e aproximou seu rosto do meu, seu hálito quente perto de meu queixo como há tempos não ficava.

— Você tem um mundo para salvar. — falei afastando meu rosto para direita — Vá, sua parceira deve estar indo para a Torre Eiffel neste momento.

Fechou os olhos e falou em tom baixo, como se tentasse se controlar :

— Antes você vai entrar no seu quarto, colocar a música mais alegre do mundo e vai evitar… — inclino minha cabeça e coloco meus lábios sobre os seus por breves segundos e logo tomo distância.

— Vá, — foco minha visão em seus olhos querendo passar segurança para minhas palavras — juro que não ficarei triste, brava ou qualquer coisa do tipo.

Piscava atônito com minha atitude de beijá-lo. Estávamos em uma espécie de briga a menos de um minuto e repentinamente parecíamos bem em uma despedida estranhamente fofa:

— E eu juro que se sair vivo desta, — colocou a mão em seu coração como uma prece — vou te mostrar toda a verdade.

E olhando para trás, em meio a noite o loiro saiu. Um sorriso abafado por uma espécie de careta saiu de mim e suspirei enquanto Tikki saia debaixo de minha blusa :

— Quer dizer que a gente conhece o cara por de trás da máscara? — a pergunta que saia de meus lábios e vinha ao mundo me deixava entristecida.

Haviam se passado quatro anos desde que tinha caído em amor por aquele espectro chamando Chat Noir. E por insegurança motivada por minhas próprias neuras, mesmo adorando o homem em todos os sentidos sugeri para que seguíssemos nossas vidas pois não existiam mais akumas. Burra.

— Tudo bem, Mari? — Tikki questiona.

— Tikki, transformar — e meio que sem responder a kwami tornei-me a super heroína de Paris.

Havia salvo tantas pessoas com ajuda do miraculous, mas não conseguia me salvar de questões conflituosas. Chat Noir, ele sim parecia seguro de si desde o dia qual posso jurar começar a me apaixonar pelo mesmo.

Jogo meu ioiô e empurro meu corpo para a noite parisiense lembrando de como em minha formatura meu parceiro de valsa — Adrien — havia dançando uma música comigo e repentinamente saiu do salão dizendo que tinha algo mais importante para fazer. Não tenho raiva deste momento, até porque uma vítima de Hawk Moth surgiu e se o mesmo estivesse ali ele que teria ficado plantado. A parte deprimente deste dia foi voltar ao salão e ver como todos já estavam agradecendo o ano letivo, e que não havia mais uma festa.

Com meus pés pouso acima de um restaurante e me coloco a olhar a Torre Eiffel. O destino sempre me levaria para lá?

O óbvio fracasso da minha formatura foi visto somente por uma pessoa mascarada, que me convidou a valsar em um lugar especial em homenagem a nós dois. Meu ioiô me leva até a proximidade do monumento e decido seguir a pé. Observo cada detalhe possível; as luzes, cada fragmento metálico e a coloração.

Silêncio. E logo a frente vejo o gato em forma de herói me encarando e sigo até ele :

— Perdão pelo atraso — minha voz sai fraca, mal sei como explicar a ele que Marinette e Ladybug são a mesma criatura de carne e ossos.

— Sem problema, ainda não se passaram dez minutos e… — ele congela me observando. Tenho o intuito de virar a cabeça olhar para trás procurando algo ou alguém.

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— Algum problema, Chat?

Seus ombros se encolhem e para de me encarar para observar outro ponto :

— Jamais, minha Lady — meu coração dispara, a forma de dizer que sou sua não era proferida há tanto tempo que mal sei como reagir.

— Acho-cho — gaguejo e me repreendo mentalmente e respiro forte antes de continuar — Acho que deveríamos procurar por algo, Hawk Moth pode estar aqui apesar de tudo parecer uma armadilha…

— Sim, — sua resposta é nervosa — está certa Ladybug.

— Certo, então vamos nos separar eu ao leste e você ao…

— Não! — levanto minha sobrancelha espantada com sua exclamação — Quer dizer, se ele ou ela estiver aqui nos pegará sozinho e desprevenidos.

Puxa seu bastão e o gira com a mão esquerda passando para direita como se estivesse nervoso :

— Certo… — concordo sem entender muito bem o que está se passando — para que lado acha que devemos ir então?

— Subir na Torre. — ele para como o movimento de rotação com sua arma — Lá podemos ver Paris com uma vantagem enorme.

— Então vamos, my chaton — solto um sorriso confiante e começo a andar em direção da estrutura, estranhamente o mascarado continua parado e passo por ele como se esperando que me seguisse — Ei, não temos a noite toda.

— Claro — sai de seu devaneio e começa a correr junto de mim para a subida.

Movendo braços e pernas, jogando e usando nossas armas como apoio e finalmente nos encontramos a uma altura elevada :

— Acho que devemos ir ao topo? Ou aqui está bom? — grito pois o vento me deixa surda neste lugar e me apoio com certa habilidade.

— Está bom aqui! — se inclina para baixo e para com a escalada, sua voz é quase um suspiro.

Uma sirene alta toca.

Sinto como se meus ouvidos fossem explodir e com força em meio ao desnorteamento me apoio ao metal que estava encostada a pouco e milhares de borboletas brancas surgem formando uma espécie de redoma em torno de quase todo Champ de Mars¹. Então, o silêncio surge, ou nem tanto. Mariposas ou borboletas — não importava — pois a quantia era tão imensa que era possível escutar o som do bater de suas asas :

— Chat! — grito em desespero e ele que estava um pouco acima de mim desce e se coloca ao meu lado.

— Precisamos sair daqui — sua sentença sai rápida e eu afirmo com a cabeça enquanto prendo meu ioiô bem firme :

— Vamos, segura em mim — falo e sem vergonha ele passa o braço em torno de mim e pulamos em direção ao chão com a queda sendo reduzida drasticamente em velocidade. Quando encostamos os pés no chão é um tanto desconcertante para mim mas me coloco em postura de defesa com ele cobrindo minhas costas :

— Aparentemente Hawk Moth está aqui mesmo — sua voz se perde um pouco com o zumbido que meu ouvido está fazendo.

— Consegue ver algo?

— Não, estou confuso com esses bichinhos voando.

— Eu também, — admito — deveria usar o Lucky Charm?

É tão belo ver suas estratégias falhas — a voz feminina volta, entretanto, uma risada masculina a acompanha após a frase.

— De onde está vindo a voz? — pergunto baixo, procurando com o olhar.

— Também não estou achando — sua resposta tão fraca que se compara ao silêncio.

Luzes e ação por favor, meu Soleil² — a voz feminina pede e canhões de luz são jogados em direção a nós.

Já podemos começar a apresentação, minha Lune³ — o homem afirma, estou confusa e principalmente ficando cega.

Olá Paris! — a mulher retorna a falar — Devem estar assustados neste momento, refugiados em cidades vizinhas ou trancafiados em casa e estranhando a televisão que ligou sozinha.

Começo a respirar forte, estávamos tratando com uma vítima ou com o mandante? Sinto vontade de chorar em desespero, estávamos encurralados como um rato.

— Aguenta firme — Chat me diz baixinho, será que havia percebido minha perna trêmula?

Enfim, hoje teremos como principal atração o encerramento de tudo. Se acomodem e vejam o grande final.