Conte-me uma história

Capitulo 2 - O Grande BUM


E os dias seguiram assim. Das 9h ao 12h eu ficava no tédio. Às 13:00h eu parava para criar alguma coisa e comer. E o resto do dia era terrível. Porque a bad ia me consumindo de um jeito horrível. Alguns pensamentos ruins passavam por minha cabeça e eu sentia as coisas afundarem.

Motivo? Não existe um.

Não o vi durante a semana inteira e já até estava começando a esquecer de seu rosto. E foi aí que aconteceu o maior "Bum" de todos.

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Lá estava eu caminhando distraidamente, novamente, quando alguém se choca contra mim. Sim galera, eu sou a pessoa mais distraída, e desastrada, do mundo. O que já me rendeu algumas quedas em lugares inusitados como o shopping, mercado, colégio e etc. Mas voltando ao foco.

Eu abri a boca para pedir desculpas a pessoa e as palavras morreram no meio do caminho assim que eu vi seus olhos. Aqueles incríveis olhos escuros. Ele deu aquele sorriso abobalhado de novo, o que me fez ter um treco internamente, e disse alguma coisa que eu não consegui ouvir por causa dos fones. Resultado. Ele foi embora e eu não ouvi sua voz.

É eu sou um fracasso. Mas vida que segue. Pelo menos a imagem do seu rosto não vai desaparecer tão cedo.

* * *

Era um dia extremamente entediante da semana. Terça-feira para ser mais exato. E eu simplesmente estava tombado sobre a mesa do trabalho babando horrores. Isso tudo graças à falta de funcionamento das câmeras e pela ausência dos malas dos meus chefes.

Senti alguma coisa vibrar no meu bolso. Uma série de vezes até me fazer acordar. Resmunguei enquanto tirava o celular do bolso. As letras ainda estavam borradas, mas as mensagens praticamente me diziam pra encontrar a Isa no shopping depois do trabalho. E como eu não ia gastar passagem pra ir até um lugar que é relativamente perto, eu resolvi ir a pé.

E cinco minutos antes do meu horário de ir embora, lá estava eu. All star de cano médio. Calça jeans, porque tá frio, e meu moletom vermelho.

Por incrível que pareça eu não estava pensando no garoto. É sério!. E estava cantando com a letra de uma música da 1D, que nunca deixou de sair das minhas playlists. Quase toda certeza de que era Midnight Memories. E isso só prova o quanto eu sou distraído. E tipo, ainda estava claro por conta do horário de verão. E eu estava a duas quadras da minha primeira escola quando de repente "Bum", lá estava ele. Tênis, short preto e uma camiseta azul. E eu não posso afirmar se o que escorria em seu rosto era suor ou água. E ele estava encostado na parede da academia. Celular na mão, e um pé encostado na parede, naquela típica posição Bad Boy.

Ele sorriu e eu sorri. E quando ele deu alguns passos para o lado e ficou na minha frente eu travei. Felizmente a música estava acabando e eu consegui ouvir o "Oi".

- Olha, três vezes já é obra do destino. - disse ele assim que tirei os fones.

- To começando a achar que você anda me perseguindo. Talvez esteja querendo me matar.

- Possivelmente. Algumas pessoas dizem que eu tenho cara de psicopata. – ele sorriu. - Mas acho que não conseguiria matar algo tão bonito.

PONTO 1 CARALHOO.

- Tá, essa não foi tão boa. - minhas mãos estavam suando e meu coração parecia querer saltar de dentro do peito e me assassinar com uma faca de plástico.

- Droga, preciso parar de assistir tutoriais de como chegar no Crush.

AHHHHHHH, PONTO 2 MINHA GENTE.

Não que o lance do ponto importe de verdade. Eu não estou contando, se é o que vocês acham,

- Precisa, porque eu to perdendo o interesse. - tentei soar o mais indiferente e brincalhão possível. Mas acho que fracassei,

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- Essa vai salvar o dia em. - ele coçou o queixo e olhou dentro dos meus olhos. - Você é o sonho que eu não achei na padaria.

E foi nesse momento que eu comecei a rir que nem um louco. E ele começou a rir e nós ficamos assim por algum tempo. E então seus olhos encontraram os meus e o mundo pareceu entrar em câmera lenta. Suas pálpebras se fecharam lentamente e seu perfume me atingiu em cheio. E então eu reparei que ele era mais bonito do que eu podia compreender.

- Vinicius. - disse ele estendendo a mão em minha direção.

- Matheus. - respondi apertando sua mão.

Nossas mãos se tocaram e uma descarga elétrica percorreu meu corpo. Ele se aproximou, deixando um espaço ainda menor entre nós, enquanto nossas mãos se soltavam.

“Ahhhhhh eu estou querendo beija-lo”. Droga, o que eu faço?

(Pesquisando no Google, como beijar).

Meu celular começou a tocar e a magia se desfez. Ele olhou para o lado e deu um passo para trás. Tirei o aparelho do bolso e olhei a tela. Era Isa.

- Acho que você tem um compromisso importante. - disse ele dando um sorriso sem graça.

"Eu mato você, Isa" ( GRITANDO INTERNAMENTE).

- Minha melhor amiga tá me esperando. - dei de ombro. - Melhores amigas.

Ele deu um passo para o lado, dando-me passagem.

- Melhor você correr, monsieur.

- Você pode vir. Seria legal.

- Na verdade seria estranho.

- É, talvez um pouco. Como eu iria explicar a aparição do Jason Voorhees.

Ele jogou a cabeça para trás e riu.

- Vou deixar vocês fofocarem sobre mim, e aí eu faço o mesmo com o Zac. - ele se inclinou para frente e seus lábios tocaram minha bochecha.

Então ele se virou e se preparou para ir embora.

- Espera. - dei uma de super ninja e puxei uma caneta de dentro da mochila. Segurei seu braço e escrevi meu número.

Ele acenou com a cabeça e correu na direção contrária a que eu estava indo.

Virei e observei enquanto seu corpo se afastava.

Eu tô muito fudido.

Ajustei a alça da mochila até ela ficar bem rente ao corpo e corri para o shopping.

Isa iria me matar, mas pelo menos seria por um bom motivo.